O oitavo dia realiza a circularidade da vida. O primeiro dia da semana é o Alfa e o oitavo, sendo o mesmo é o Ómega. O Dia do Senhor é aquele que começa no primeiro dia da semana e termina no primeiro dia da semana seguinte, o oitavo da anterior. O Dia do Senhor é o colo do Pai que acolhe continuamente. Felizes aqueles que vivem no Dia do Senhor.
terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
A dignidade do Santíssimo Sacramento
Há dias, fui, com um grupo de alunos da minha turma de arte, visitar uma igreja.
À nossa espera estava o padre Pedro Lourenço, que nos acompanhou.
Logo no início informou-me que tinha retirado o Santíssimo do sacrário para 'estarmos mais à vontade'.
Eu, que me venho batendo para que durante os concertos que se realizam em igrejas seja atempadamente retirado o Santíssimo do sacrário e este fique com a porta não fechada, senti uma enorme satisfação.
Queira Deus que muitos outras pessoas responsáveis tomem idênticas atitudes, em louvor do Santíssimo Sacramento.
Orlando de Carvalho
sábado, 15 de fevereiro de 2014
Bíblia e cultura
Os judeus sabem tradicionalmente, desde há milénios, os 150 salmos de cor, o texto e o sentido, recitando-os em modo de oração consoante o seu sentimento e a oportunidade.
Aprendem-nos quando ainda são muito jovens (Lc 2,46: Volvidos três dias, encontraram-nO no Templo, sentado entre os doutores, a ouvi-los e a fazer-lhes perguntas. Lc 2, 52: E Jesus crescia em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e dos homens.). E guardam-nos até à morte (Mc 15,34; Sl 22,2: Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste).
Esta é seguramente uma das razões porque os judeus se distinguiram aos longo da História pela sua inteligência. Por uma questão religiosa, foram obrigados a aprender cedo a ler, a memorizar e a cogitar.
Fico muito triste quando estou nos encontros de catekese e verifico que crianças do 3º e 4º anos de escolaridade não sabem ler. Quantas vezes, os próprios pais têm dificuldade.
A leitura é um vício ou um hábito que não existe na nossa sociedade e se extingue cada dia. Pede-se a alguém que faça uma leitura na catekese, ou na missa, e são tantas as vezes que sai asneira, ou não sai mesmo nada.
Este divórcio de uma aprendizagem das letras está directamente relacionado com um desenvolvimento intelectual inferior.
Questiono-me com muita frequência: sou catekista, devia ajudar esta pessoa a ler melhor, para ler a Bíblia e para tirar maior proveito do progresso que a humanidade vive. Mas não é fácil abordar alguém e dizer-lhe para aprender a ler, ou que o filho precisa de aprender a ler melhor. E mesmo que a pessoa aceite, na prática vai continuar divorciada.
Este é um desafio importante que se coloca a todos os evangelizadores. Um desafio a que os jesuítas deram uma boa resposta nas Reduções da América do Sul, mas a que hoje temos dificuldade em sequer reconhecer o problema. Isto enquadra-se na problemática da Nova Evangelização.
domingo, 9 de fevereiro de 2014
Domingo V do Tempo comum - ano A
Evangelii Gaudium 138: a homilia é breve
Ser sal para a terra e ser luz para o mundo é o mandamento
de Jesus que o Evangelho deste Domingo propõe.
Que será em concreto ser sal para a terra? E luz para o
mundo? Jesus fala de um modo realista da utilidade do sal e da luz para as
pessoas.
Nos dias de hoje, se Jesus se dirigisse a crianças, poderia
falar de açúcar para exprimir a mesma ideia. Se a audiência tivesse repulsa dietética
em relação ao sal, se fossem hipertensos, por exemplo, Jesus poderia falar de
outros condimentos, consoante o gosto de cada um, pimenta, hortelã, canela,
piripiri, gengibre, louro…
Para que servem então
o sal, o açúcar e os condimentos em geral? Todos eles servem para dar gosto à
comida. Comer, nós temos mesmo que comer. Mas a refeição é tanto mais agradável
quanto mais saborosa for a comida. Comer uma refeição sem sabor ou mal saborosa
não produz a mesma alegria numa pessoa que comer uma refeição ou um petisco
saboroso, agradável. Estes condimentos existem – louvado seja o Senhor pela
grandiosidade e diversidade da Natureza que para nós criou – para tornar a
nossa vida melhor, mais agradável, nalguns casos, mais suportável.
Em relação à luz, Jesus nos nossos dias poderia dizer alguma
coisa nestes termos: se falta lâmpada no candeeiro e comprais lâmpadas para
guardar dentro de uma gaveta, para que vos dais ao trabalho. Melhor seria
poupar o dinheiro, se de qualquer maneira permaneceis às escuras. As lâmpadas
cumprem a sua função no candeeiro, pois guardadas na gaveta não iluminam as
pessoas da casa. E Jesus mandou aquelas pessoas do seu tempo serem luz diante
dos homens, através das suas próprias obras.
Luz para o mundo, pelas suas obras, isto é, guiar aqueles
que estão às escuras e aceitam ser iluminados, com o conselho em caridade,
sendo guia para a verdade, fazendo brilhar a Palavra de Deus que é Jesus Nosso
Senhor.
Jesus afirma que somos sal para o nosso próximo, Ele quer
que tornemos mais agradável a vida dos outros. Podemos fazê-lo ajudando cada um
e não prejudicando ninguém.
Jesus também nos quer luz diante do próximo pelo testemunho
das nossas vidas. Guiar luminosamente os outros à felicidade verdadeira, Jesus
Cristo, a vivência de um amor real. Pela pregação certamente, mas a
recomendação neste caso é pregar, não por palavras, mas por obras. Viver com
piedade, com evidente confiança no Senhor, de coração e mente puros, é iluminar
a vida dos homens em direcção à Luz eterna.
Ser sal e ser luz: tornar a vida das outras pessoas
mais amena, mais agradável e indicar-lhes o caminho para a Salvação eterna,
Jesus Cristo, Palavra de Deus.
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