sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Quarenta dias para derreter as nossas gorduras espirituais

Já todos notámos que um mês antes do Verão, todas as revistas de saúde, mas não só, publicam grande quantidade de informação sobre a melhor forma de perder em poucas semanas quilos supérfluos acumulados ao longo do ano. Pelo seu lado, as farmácias oferecem comprimidos, cremes, poções miraculosas que prometem a homens e mulheres corpos esbeltos, livrando-os de estrias, pregas, pneus que se tinham vindo a acumular sob as suas roupas. Para lá do aspecto narcísista deste fenómeno, ele revela um certo bom senso.

É pela prática de uma dieta alimentar bem constituída e pela prática do exercício físico que nos podemos desembaraçar das gorduras acumuladas ao longo do ano. O grande mérito destas campanhas de publicidade é lembrar-nos que temos um corpo de que devemos cuidar.
Passa-se o mesmo com a nossa vida espiritual.

Ao fim de semanas e meses de rotina damo-nos conta de que: "Jesus parece distante", Deus fica distante e silencioso", "o nosso amor e paciência para com os que nos estão próximos parecem desfalecer e menos visíveis".

É o tempo de reagir e derreter as nossas gorduras espirituais.

Tal como é importante reagir cada ano contra a lassidão física, é fundamental que o mesmo aconteça no domíniuo espiritual, de modo especial durante a Quaresma. Infelizmente, este período fantástico, para ser vivido com entusiasmo, tornou-se, com o passar dos séculos, num tempo de tristeza e sem dinamismo. "Estar com cara de Quaresma" ou de "Semana Santa", "fazer penitência" são expressões que mostram a frustração que nos afasta do objectivo estabelecido para os quarenta dias que precedem a Páscoa.

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Estes quarenta dias podem então constituir uma fantástica oportunidade para derreter estas gorduras que carregamos e nos impedem de ver a luz.

(Cf. Quarante jours, Patrice Gourrier)

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