Há práticas na vida da Igreja que têm fundamento teológico e
pastoral e não podem ser modificadas nem desleixadas. Há outras que são apenas
uma prática que vem do passado, com alguma justificação pastoral, mas que não
interferem com a Fé. Finalmente existe um conjunto de práticas sem qualquer
justificação de interesse e que podemos abandonar em qualquer momento. Muitas das
que se incluem neste último grupo começaram a ser abandonadas após o Concílio
Vaticano II. Saber a qual destes grupos pertence cada uma das práticas é coisa
que muitas vezes só acontece depois de experimentar.
Deste modo, percebeu-se que muitas dessas práticas
abandonadas ou modificadas na sequência do CVII não faziam falta ou eram mesmo
prejudiciais à Fé, enquanto outras tiveram que ser retomadas. Os lenços que
cobriam as cabeças das mulheres sempre que entravam num templo são exemplo das
práticas que nada tinham a ver com a Fé e, caídos no esquecimento, não passam
de adornos, véus que são muitas vezes meras peças de artesanato.
No sacrário estão guardadas as hóstias e as partículas que,
depois de consagradas na Eucaristia, se assumem como Corpo e Sangue de Nosso
Senhor Jesus Cristo. Os católicos prestam às hóstias consagradas a mesma
veneração que é devida a Deus, porque elas são realmente o Corpo e o Sangue de
Jesus, Deus de Deus.
Quando estamos dentro da igreja e se abre a porta do
sacrário, os fiéis devem permanecer de pé ou de joelhos e se estiverem sentados
devem levantar-se ou ajoelhar. Participar da vida em Igreja significa acreditar
na presença real de Jesus, Deus de Deus, no pão consagrado, também naquele que
está na reserva do sacrário. Deve portanto reverenciar-se o pão consagrado da
mesma forma que o faríamos se estivéssemos cara-a-cara com Deus, pois é isso
mesmo que acontece.
É muito feia a situação que sucede quando, por exemplo,
antes da missa algum ministro vai conferir as hóstias no sacrário e o abre e o
povo que está sentado permanece sentado como se nada de relevante estivesse a
acontecer. Essas pessoas, muitas vezes sem se aperceberem, por ignorância ou
por desleixo, dão uma imagem muito triste de fiéis que não reverenciam a Deus.
De igual modo, no final da comunhão os fiéis não devem
sentar-se antes de a porta do sacrário estar fechada. Claro que se trata apenas
de um sinal, mas de um sinal através do qual cada um pode exprimir a Deus a sua
reverência e a sua gratidão e dar aos irmãos um testemunho que os pode edificar
na Fé.
Não deixemos de tomar atenção nestas duas ocasiões e, muito
importante, de ensinarmos às nossas crianças, através do nosso testemunho, como
devemos postarmo-nos perante Deus Altíssimo.