JESUS RESSUSCITOU VERDADEIRAMENTE

 Noli me tangere - Fra Angelico

 

Eis o dia que o Senhor fez! Exultemos e alegremo-nos; glória e louvor a Cristo, para sempre. Cristo Ressuscitado é a nossa esperança.

 

Depois de 40 dias de Quaresma, depois da celebração da Paixão, Morte e sepultura de Jesus, celebramos a Sua Ressurreição. É a Páscoa de Jesus, a Sua passagem da morte à Vida, deste mundo material ao mundo espiritual de Deus.

 

Jesus venceu a morte para não mais morrer. A sua Ressurreição não foi a reanimação do cadáver do Seu corpo. Foi um acontecimento totalmente novo: a entrada numa nova maneira de ser e numa nova Vida.

 

A Ressurreição de Jesus foi a “Nova Criação, do mundo, da humanidade e de um novo Povo de Deus”.

 

Este mundo entrou na espiritualidade de Deus; o homem redimido por Cristo, uniu-se com Ele a Deus e foi criado um novo Povo de Deus que é a Igreja de Cristo, Seu Corpo Místico.

 

Cristo, pelo Seu novo modo de ser, está presente na Igreja especialmente pelo espírito Santo e pela acção pascal dos Sacramentos.

 

As Suas aparições aos Apóstolos e discípulos, homens e mulheres, são o sinal do Seu novo modo de estar presente: “Deus ressuscitou-O, ao terceiro dia e concedeu-lhe que se tornasse visível, não a todo o povo, mas às testemunhas de antemão designadas por Deus” (Act 10, 40-41). Nós acreditamos na Ressurreição de Jesus e que Ele está vivo e actua no mundo, na humanidade e especialmente na Igreja “Foi-me dado todo o poder sobre o céu e sobre a terra. Ide portanto e fazei discípulos em todas as nações” (Mt 2, 18-19).

 

Também acreditamos que nós ressuscitámos com Cristo e que devemos testemunhar a nossa fé e comunicar à humanidade a nova vida que recebemos pelo baptismo. Devemos construir uma humanidade nova, liberta do pecado, a primeira das opressões e liberta de outros males, como a ignorância, a fome, a doença, a guerra. Devemos promover uma humanidade nova, em elevação espiritual, mas que aceite a participação na Cruz de Cristo, pelo sacrifício do egoísmo e do ódio ao próximo. E pela renúncia do materialismo redutor e do consumismo insaciável.

 

A Ressurreição de Cristo é a nossa ressurreição, hoje e na vida eterna. Ouçamos então o apelo de S. Paulo “Uma vez que ressuscitastes com Cristo, aspirai às coisas do Alto, afeiçoai-vos às coisas do Alto e não às coisas da Terra” (Col 3, 1-2).

 

Cónego Manuel Marques Gonçalves

24.04.2011