quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Chegar ao outro

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Chegar ao outro

 

Há sociedade humana a partir de quando as pessoas conseguiram comunicar umas com as outras. Se aprofundássemos o tema, desde o nascimento da primeira criança ou da sua concepção por um casal de humanos, há comunicação. Mas não é esse o meu ponto.

A qualidade de vida na sociedade humana varia com a facilidade e a qualidade de comunicação. O outro só me pode entender e conhecer e avaliar-me se eu me conseguir comunicar a ele. Este facto é verdadeiro na relação conjugal, na vizinhança, entre comunidades distintas, aldeias ou nações, e, entre outras, nas relações laborais.

Vou partir de um tema em que estou bem à vontade para dissertar, mas vereis que se aplica aos mais diversos campos.

Jesus, há dois mil anos, usou sempre métodos para que o compreendessem e à sua mensagem. Usou parábolas, encenações, discurso público ou conversa particular. No tempo que vivemos, provavelmente Jesus usaria os meios de comunicação digitais e tantos outros de que dispomos agora.

Mas o meio de comunicação não é o essencial. É imperativo que o comunicador atraia ou seduza aquele ou aqueles a quem se quer dirigir e que o receptor esteja disposto a dar-lhe atenção.

Assim, o Evangelho diz de Jesus: as multidões ficaram maravilhadas com o seu ensino, porque ele as ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da lei.

Fui convidado a trabalhar textos das missas de Domingo de modo a serem mais que uma formalidade e serem entendidos e apreciados por quem escuta. Estou a realizar este trabalho para missas com crianças porque elas são as mais prejudicadas com os textos canónicos e sê-lo-ão cada vez mais.

Palavras e expressões como sicómoro, redil, circuncisão, pão ázimo, fornicação, são algumas que podem ser difíceis de compreender. Mas também existem os nomes próprios e sobre estes quero sublinhar que quando o leitor não estuda o texto, lê, tantas vezes, mal estas palavras ou gagueja ou volta atrás e repete, que naturalmente distrai o ouvinte e prejudica a mensagem na sua globalidade. Em termos teológicos, o cristão é prejudicado, é-lhe sonegada a Palavra de Deus. Numa família, a criança não percebe que não deve ou não pode fazer algo. Quando isto acontece na empresa pode ser causa de despedimentos, de maus negócios, de insatisfação do cliente.

É necessário adequar a linguagem do comunicador à condição específica do receptor a quem se quer transmitir uma mensagem, dar um conselho, vender um produto.

Quando o receptor não entende ou percebe algo diferente do que estavam a tentar transmitir-lhe, a culpa nunca é dele. A não ser que estivesse desatento porque o tema não lhe interessa ou não tenha sido seduzido eficazmente.

Vou deixar uma ligação para os textos de Domingo 2 de Fevereiro, como exemplo. Nesse blogue encontrarão outros exemplos.

Notarão que uso apenas duas leituras, em vez das três leituras que é normal fazer aos Domingos. As crianças não podem suportar três leituras, mais o salmo e a homilia ou no final da missa, sairão sem terem retido nada. As crianças estão num processo de adaptação. Os vendedores sabem que para vender uma colecção de numerosos artigos, deverão, em regra, começar por “seduzir” o cliente com um item ou uma ideia.

Estas adaptações aos textos canónicos da Liturgia têm por fundamento instruções do Papa Paulo VI, no seguimento do Concílio Ecuménico Vaticano II.

https://diesdomini8.blogspot.com/2025/01/celebrar-com-as-criancas-domingo-12.html

 

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