sábado, 20 de abril de 2013


Eleva-se na Igreja um clamor, muito leve ainda, acerca da exposição despropositada a que a própria Igreja se está actualmente a submeter. Ao mesmo tempo, pessoas que nada têm a ver com a Igreja, antes pelo contrário, políticos e formadores de opinião pública, aplaudem sem restrições Sua Santidade o Papa Francisco.

A pessoas que seguem na linha de Mário Soares e que não se consideram membros da Igreja, o assunto não diz respeito, mas espera-as uma grande decepção quando o nosso Papa começar a ensinar sobre a Moral.
Sobre a exposição da Igreja e do Papa, respondeu hoje o próprio Papa e responde-nos a Sagrada Escritura.


Papa Francisco: "Cristãos mornos" são aqueles que vivem segundo os seus critérios de prudência mundana



“Cristãos mornos são aqueles que querem construir uma igreja na própria medida, mas esta não é a Igreja de Jesus”. Foi o que afirmou o Papa Francisco durante a Missa celebrada na Capela da Casa Santa Marta na manhã deste sábado. Estavam presentes os voluntários do Dispensário Pediátrico ‘Santa Marta’, no Vaticano, confiado às Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, que há 90 anos trabalham com crianças e famílias necessitadas de Roma, sem distinção de religião ou nacionalidade. Ao lado do Papa, como acólitos estiveram duas crianças.
Refletindo sobre a leitura dos Atos dos Apóstolos, Papa Francisco disse que “a primeira comunidade cristã, depois da perseguição, vive um momento de paz, se consolida, caminha e cresce ‘no temor do Senhor e com a força do Espírito Santo". "E é nesta atmosfera que respira e vive a Igreja, chamada a caminhar na presença de Deus e de modo irrepreensível." E acrescentou:
“É um estilo da Igreja. Caminhar no temor do Senhor é um pouco o sentido da adoração, da presença de Deus, não? A Igreja caminha assim e quando estamos na presença de Deus não fazemos coisas erradas e nem tomamos decisões erradas. Estamos diante de Deus. Também com a alegria e a felicidade: esta é a força do Espírito Santo, isto é o dom que o Senhor nos deu – esta força – que nos faz andar em frente”.
No Evangelho proposto pela liturgia de hoje, muitos discípulos acham muito dura a linguagem de Jesus, murmuram, escandalizam-se e, por fim, abandonam o mestre.
“Estes afastaram-se, foram embora, porque diziam ‘este homem é um pouco estranho, diz coisas que são muito duras e não podemos com isto….É um risco muito grande seguir este caminho. Temos bom senso, não é mesmo? Andemos um pouco atrás e não tão próximos a ele’. Estes, talvez, tivessem alguma admiração por Jesus, mas um pouco de longe: não queriam se misturar muito com este homem, porque ele diz coisas um pouco estranhas...”.
“Estes cristãos – recordou Papa Francisco - não se consolidam na Igreja, não caminham na presença de Deus, não tem a força do Espírito Santo, não fazem crescer a Igreja:"
“São cristãos de bom senso somente isto. Tomam distância. Cristãos, por assim dizer, ‘satélites’, que tem uma pequena Igreja, na sua própria medida. Para usar as mesmas palavras que Jesus usou no Apocalipse, ‘cristãos mornos’. Esta coisa morna que acontece na Igreja….Caminham somente na presença do próprio bom-senso, do senso comum...aquela prudência mundana: esta é uma tentação justo da prudência mundana”.
Na homilia, Papa Francisco recorda os tantos cristãos “que neste momento dão testemunho, em nome de Jesus, até ao martírio”. "Estes – afirma – não são cristãos satélites, porque vão com Jesus, no caminho de Jesus":
“Estes sabem perfeitamente aquilo que Pedro disse ao Senhor, quando o Senhor lhe faz a pergunta: ‘Também vocês querem ir embora, serem ‘cristãos satélites’? Responde-lhe Simão Pedro: ‘Senhor, a quem iremos, só tu tens palavras de vida eterna’. Assim, um grupo grande se torna um grupo um pouco menor, mas daqueles que sabem perfeitamente que não podem ir a outro lugar, porque somente Ele, o Senhor, tem palavras de vida eterna”.
O Papa concluiu a sua reflexão com esta oração:
“Oremos pela Igreja, para que continue a crescer, a consolidar-se, a caminhar no temor de Deus e com a força do Espírito Santo. Que o Senhor nos liberte da tentação daquele ‘bom senso’, da tentação de murmurar contra Jesus, porque Ele é muito exigente e, da tentação do escândalo. E assim por diante...”.



Lucas 12, 2-3

Não há nada de escondido que não venha a ser revelado, e não há nada oculto que não venha a ser conhecido. Pelo contrário, tudo o que tiverdes feito na escuridão será ouvido à luz do dia; e o que tiverdes pronunciado em segredo, nos quartos, será proclamado sobre os telhados».
    
Lucas 11, 33

«Ninguém acende uma lâmpada para a colocar em lugar escondido ou debaixo de uma vasilha, mas para a colocar no candeeiro, a fim de que todos os que entram vejam a luz.

Lucas 8, 17

De facto, tudo o que está escondido deverá tornar-se manifesto; e tudo o que está em segredo deverá tornar-se conhecido e claramente manifesto.  

Marcos 4, 21-23

Jesus continuou: «Quem é que traz uma lâmpada para a colocar debaixo de uma vasilha ou debaixo da cama? Não a coloca no velador? Com efeito, tudo o que está escondido deverá tornar-se manifesto, e tudo o que está em segredo deverá ser descoberto. Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça».

Mateus 10, 26-28

«Não tenhais medo deles, pois não há nada de escondido que não venha a ser revelado, e não existe nada de oculto que não venha a ser conhecido. O que vos digo na escuridão, repeti-o à luz do dia, e o que escutais em segredo, proclamai-o sobre os telhados. Não tenhais medo daqueles que matam o corpo mas não podem matar a alma. Pelo contrário, tende medo
d'Aquele que pode arruinar a alma e o corpo no inferno!

João 18, 20-24

E Jesus respondeu: «Eu falei abertamente ao mundo. Eu sempre ensinei nas sinagogas e no
Templo, onde todos os judeus se reúnem. Não disse nada em segredo. Porque Me interrogas? Pergunta aos que ouviram o que Eu lhes disse. Eles sabem o que Eu disse». Quando Jesus disse isto, um dos guardas que ali estava deu uma bofetada em Jesus e disse: «É assim que espondes ao sumo sacerdote?»
Jesus respondeu: «Se falei mal, mostra o que há de mal. Mas se falei bem, porque Me bates?» Então Anás mandou Jesus, amarrado, ao sumo sacerdote Caifás.
     

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