Uma sondagem da WIN/Gallup revelou que Portugal é o país onde existe uma opinião pública mais favorável ao Papa Francisco, logo seguido das Filipinas, da Argentina e de Itália.
A nível global, a sondagem revela que o Papa Francisco é campeão na opinião favorável em comparação com outros dirigentes mundiais.
Classificação por saldos de opiniões favoráveis
- Papa Francisco + 41%
- Presidente Obama + 30%
- Chanceler Merkel + 13%
- Primeiro-ministro Cameron + 10%
- Presidente Hollande + 6%
- Presidente Putin - 10%
Embora as opiniões favoráveis ao Papa Francisco sejam superiores entre os católicos, 85%, mesmo entre os muçulmanos, a religião que se mostrou menos favorável ao Papa, a sua aceitação favorável é de 28%.
A sondagem foi conduzida em 64 países de todos os continentes, sendo entrevistadas cerca de 1000 pessoas em cada país.
O oitavo dia realiza a circularidade da vida. O primeiro dia da semana é o Alfa e o oitavo, sendo o mesmo é o Ómega. O Dia do Senhor é aquele que começa no primeiro dia da semana e termina no primeiro dia da semana seguinte, o oitavo da anterior. O Dia do Senhor é o colo do Pai que acolhe continuamente. Felizes aqueles que vivem no Dia do Senhor.
quinta-feira, 31 de março de 2016
terça-feira, 15 de março de 2016
Com o Papa em Quinta-feira Santa
Durante a Última Ceia, Jesus lavou os pés aos discípulos.
A tradição colocou Jesus a lavar os pés aos 12, embora S. João indique que Jesus lavou os pés aos discípulos.
Segundo a tradição, comeriam a Ceia com Jesus os 12 Apóstolos, mas sabemos que isso não é verdade.
Os dois discípulos de Emaús, que sabemos não fazerem parte dos 12, reconheceram o gesto da partilha do pão, que Jesus tinha feito apenas uma vez, durante a Última Ceia. Quer dizer que estes dois discípulos estiveram presentes durante a Última Ceia. Certamente as mulheres que antes seguiam Jesus, que O seguiram na Cruz e foram ao sepulcro, não devem ter sido deixadas à porta durante a Ultima Ceia.
Quando o Papa Francisco quer aproximar o rito da Semana Santa da realidade e, mais importante, da Verdade, levantam-se em sentido contrário as vozes dos que veneram os gestos e parecem virar as costas ao pequenino em que o Senhor habita.
Caminhemos na senda do Papa Francisco.
Orlando de Carvalho
Contra o Papa na Quinta-feira Santa
Cardeal Sarah: Os
padres não têm que lavar os pés
das mulheres na Quinta-feira
Santa
O esclarecimento vem
depois de preocupações manifestadas por sacerdotes de sobre a recente inovação litúrgica
CIDADE DO VATICANO - Os sacerdotes não são obrigados a lavar
os pés de mulheres durante a Missa da Ceia do Senhor na Quinta-feira Santa, confirmou
o cardeal Robert Sarah.
O prefeito da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, disse a repórteres em Roma, em 26 de Fevereiro, que cada bispo ou padre "tem de decidir de acordo com sua própria consciência, e de acordo com a finalidade para a qual o Senhor instituiu esta festa."
O esclarecimento de Sarah vem em resposta a uma aparente disparidade entre o decreto 6 de Janeiro, In Missa in Cena Domini, e a nota explicativa que acompanha escrito pelo Secretário da Congregação para o Culto Divino, Arcebispo Arthur Roche.
O decreto estabelece que "os pastores podem [possint] seleccionar um pequeno grupo de fiéis para representar a variedade e a unidade de cada parte do povo de Deus" e que "esses pequenos grupos podem [potest] ser composto de homens e mulheres."
E ainda na nota explicativa, o arcebispo Roche parece sugerir a obrigação de escolher um representante do grupo de todo o povo de Deus, sem especificidades quanto ao sexo. Ele escreve: "Os pastores devem escolher um pequeno grupo de pessoas que sejam representativas de todo o povo de Deus - leigos, ministros ordenados, casados, solteiros, religiosos, saudáveis, doentes, crianças, jovens e idosos - não e apenas uma categoria ou condição. "
O esclarecimento do Cardeal Sarah vem depois de bispos e padres terem manifestado preocupações sobre a nova rubrica, que permite a lavagem dos pés das mulheres durante a Missa da Ceia do Senhor. Antes do mandatum do lava-pés ter sido alterado por Pio XII e inserido na missa de Quinta-feira Santa, os pés das mulheres podiam ser lavados, mas apenas por outras mulheres, e a cerimónia tinha lugar fora da Missa.
Em 2 de Fevereiro de 2016, numa entrevista, Dom Athanasius Schneider, bispo auxiliar de Astana, no Cazaquistão, disse que de acordo com a sua consciência, ele não podia incluir as mulheres na cerimónia do lava-pés na Quinta-feira Santa. Dom Schneider reconheceu que o mandatum revisto não é vinculativo, dizendo: "Graças a Deus nenhum sacerdote ou bispo é obrigado a lavar publicamente os pés das mulheres na Quinta-feira Santa, pois não há norma obrigatória para ele, e o próprio lava-pés é apenas facultativo".
O padre jesuíta e fundador da Ignatius Press, Fr. Joseph Fessio, SJ, também interveio, sugerindo com cepticismo que as permissões são muitas vezes mal interpretadas como requisitos: "É claro que deve ficar claro que se trata de uma permissão, não uma exigência", disse ele. "Não obstante, a transparência não deve afectar o que realmente acontece.
"Eis uma situação semelhante em que já podemos ver os resultados: Quando foram autorizadas acólitas, tratou-se de uma permissão dada aos bispos, e não directamente aos sacerdotes (ou seja, se um bispo decidisse, ele poderia permitir a prática na diocese). Ficou claro no decreto que nenhum sacerdote foi obrigado a ter aacólitos do sexo feminino, mesmo que o bispo tivesse dado a permissão. Como isso foi tratado? Muitos bispos insistiram que o uso regular de acólitas devia ser normativo para todas as Missas.
"Portanto, esta nova permissão será (e já foi) tratada como uma exigência."
Quanto ao mérito, Fessio acrescentou: "O rito da lavagem dos pés não é necessário, nunca. Como direito canónico actual, duodecim viri (não duodecim homines) especifica."
"Claro que, como legislador supremo, o papa pode (em teoria) mudar a lei como desejar," reconheceu Fr. Fessio. "Mas o protótipo é, naturalmente, a Última Ceia, onde Jesus lava os pés dos seus discípulos não, não de pessoas escolhidas aleatoriamente a partir das multidões, mas dos apóstolos, e diz que eles devem lavar 'os pés uns aos outros'. Ou seja, os ministros ordenados devem seguir este exemplo entre si. Que é provavelmente a razão pela qual, não obstante o rito na Igreja primitiva, no século XI o Papa lavou os pés dos subdiáconos. Certamente desde o tempo de Trento (século 16), até 1955, o rito não fazia parte da Missa.
"Uma coisa é certa," disse Fr. Fessio. "Há uma 'dissonância simbólica" ou desconectação. A humildade e serviço de que Jesus dá um exemplo é algo que cada cristão deve a todos. No entanto, a origem histórica do exemplo é Jesus lavar os pés dos seus 12 apóstolos. Tentando fazer o gesto mais inclusivo do que o próprio Jesus se limitou a fazer, atrapalha a imagem histórica".
Tradução do artigo publicado por Diane Montagna, correspondente em Roma para a edição de Inglês da Aleteia, em http://aleteia.org/2016/03/15/cardinal-sarah-catholic-priests-dont-have-to-wash-womens-feet-on-holy-thursday/. Tradução de Orlando de Carvalho
quinta-feira, 10 de março de 2016
Via-sacra da Misericórdia
Jubileu da
Misericórdia
(3) Via-sacra da
Misericórdia
A via-sacra é um exercício espiritual e uma oração oportuna
em qualquer tempo e em qualquer lugar, na medida em que consubstanciam o
Mistério de Deus e o atributo divino por excelência, o Amor, que também
conhecemos pelos nomes Caridade e Misericórdia. Ainda assim, a Quaresma tem
sido o tempo de excelência para viver o itinerário sagrado de Jesus, pois é
neste enquadramento que a Igreja vive mais intensamente a dádiva de Deus.
A celebração da Via-sacra na Quaresma, no Jubileu da
Misericórdia, surge então como a conjunção de três essências distintas, a
via-sacra que podemos sempre rezar, a Quaresma que vivemos anualmente e um Ano
Santo que é um dom de certo modo ocasional, que se conjugam no mesmo sentido de
acção de graças e louvor a Deus em reconhecimento de tudo o que Ele nos
oferece, a começar pela própria vida.
A celebração proposta tem as catorze estações tradicionais,
incluindo um prólogo e um epílogo, estabelecidas de modo a seguirmos o Evangelho
segundo S. João, capítulos 17 a 21, na íntegra.
Prólogo
Jo 17,1-26
No final da Última Ceia, toda ela revestida de Misericórdia,
desde o anúncio da aceitação do sofrimento que Lhe estava reservado, à
simbologia da lavagem dos pés aos discípulos e aos ensinamentos, Jesus faz a
apologia da relação das pessoas da Santíssima Trindade e explica que todo o
amor entre o Pai o Filho e o Espírito Santo se reúnem em misericórdia para com
as criaturas humanas.
Prestes a partir, o homem Jesus não pede ao Pai por Si, mas
pelos discípulos, para que sejam protegidos do Maligno e recebam força para
perseverar na fé. Mas a misericórdia de Jesus não se restringe aos seus
discípulos de então, o Senhor roga também por todos nós, “por aqueles que vão
acreditar em Mim por causa da palavra desses discípulos”, afirma Jesus no
versículo 20. Finalmente deseja que o amor com que Pai e Filho se amam esteja
presente em nós.
Deus Pai de Misericórdia, fazei-nos merecedores da súplica
de vosso filho Jesus, para não vacilarmos na fé, quaisquer que sejam as
consequências, por estarmos firmes na promessa de que Deus está por nós. Que
demos testemunho diário de que somos portadores do amor com que Jesus e o Pai
se amam, através dos nossos gestos misericordiosos.
1ª Estação – No Jardim das Oliveiras
Jo 18,1-14
No final da ceia, Jesus abandona o Cenáculo com os
discípulos, e rezam salmos, como era costume, enquanto atravessam o Vale de
Cédron e chegam ao Jardim das Oliveiras.
Perante a aproximação do momento em que vai sofrer uma morte
injusta, Jesus não se remete a ter pena de si mesmo, a ficar-se pelo simples
miserabilismo, a procurar a quem deitar culpas, pelo contrário, enfrenta a
situação, preparando-Se para ela e ensina-nos o que devemos fazer quando a vida
não nos corre da melhor maneira. Confiar no amor de Deus, na sua imensa
misericórdia. Deixar-se ficar nas mãos de Deus, confiante, como sugere Santa
Teresa de Ávila, é sempre a melhor opção, de modo especial nos momentos
decisivos e mais graves das nossas vidas. Pedro quer defender Jesus pela força
das armas, mas o Senhor não consente.
Meu Deus, dai-me força e coragem para não fugir às minhas
responsabilidades, para enfrentar as consequências dos meus actos, sejam eles
de mérito ou de vergonha, que mesmo perante a perseguição injusta eu não me
cale, nem pare de cantar a verdade.
Jesus, falar verdade custou-Te a morte na cruz! Falar
verdade, valeu a ressurreição. Ajudai-me, Senhor, a transpor, com a dignidade
da filiação divina, a morte, em direcção à ressurreição para a eternidade.
2ª Estação – 1ª Negação de Pedro
Jo 18,15-18
Pedro surge-nos como sendo provavelmente o mais corajoso
entre todos os discípulos. Ainda assim, quando a situação ficou muito mal,
quando Jesus estava já a ser interrogado e o seu suplício tinha começado,
perante a hipótese de ir fazer companhia ao Mestre, sofrendo a tortura e a
morte, Pedro vira as costas a Jesus, como se não o conhecesse, como se não
fosse seu amigo. Em Pedro, naquele momento, a carne venceu o espírito. Aquele
que supostamente socorreria Jesus em primeiro lugar, que ainda umas horas antes
tinha desembainhado a espada para o defender, mostra medo da dor e abandona o
amigo aos verdugos.
Quantas vezes eu Te neguei, Senhor, quantas! Quantas vezes,
sem me dar conta do que fazia, como aconteceu com Pedro! Ah! Senão fosse a tua
misericórdia, Pedro não se salvaria, nem eu. Louvado sejas, Senhor da
Misericórdia.
3ª Estação – Jesus perante Anás
Jo 18,19-24
Quando Jesus responde ao sumo-sacerdote Anás com palavras de
verdade, um soldado esbofeteia-O, porque a verdade incomoda.
A todos nós surgem pessoas que incomodam, umas porque mentem
e injustamente nos acusam, outras porque falam verdade e trazem ao de cimo as
nossas fraquezas. Podemos tentar eliminá-las do nosso caminho, como o soldado
fez a Jesus, mas também podemos fazer como Jesus, a quem bastou a certeza de
ter do seu lado a verdade. Maltratado, humilhou-Se voluntariamente e não abriu
a boca (Is 53,7).
Senhor, misericórdia, pelas vezes em que esbofeteei alguém,
com ou sem razão.
4ª Estação – Pedro confirma a sua negação
Jo 18,25-27
Pedro estava perplexo e aterrorizado com a rápida sucessão
dos acontecimentos; estava sem tempo para pensar e tinha que decidir:
entregar-se, como Jesus à fúria daquela gente os fingir que não era nada com
ele, mais, fingir que ele não era ele?
Deus sabe bem que somos colocados muitas vezes perante
situações difíceis como esta. E, de algum modo, Deus manifesta-Se nestes
momentos, chegando em nosso apoio. E são tantas as vezes que Deus nos acena e
nós não O vimos! O galo cantou e Pedro, no meio de toda a atrapalhação porque
estava a passar, ouviu-o. Por estar atento, entendeu o pecado que tinha
cometido e pode assim arrepender-se. Ao contrário de Judas que reconhecendo-se
traidor se suicidou por não suportar a sua conduta, Pedro arrependeu-se. A
misericórdia tem dois sentidos. O sentido de quem a concede e o de quem a pede
e recebe.
Deus de Misericórdia, vinde em meu auxílio. Senhor, fazei-me
manso e humilde de coração, a fim de que eu me humilhe a pedir o vosso perdão misericordioso
pelos meus pecados e corajoso suficientemente para o receber com todas as
implicações que isso comportar. Ainda que, como Pedro, precise de coragem para
também enfrentar a cruz.
5ª Estação – Jesus perante Pilatos
Jo 18,28-40
Tendo-lhe sido apresentado um preso, Pilatos verifica que
ele está inocente, mas não se sente suficientemente capaz de resolver logo o
assunto, porque, para ele, a política está acima da justiça. Pilatos não quer
desagradar aos chefes dos judeus. Tem dificuldade em conciliar o seu charme, o
seu visual político e a justiça. Recorre então da misericórdia, tentando
deturpá-la. Quer usar a amnistia pascal para libertar Jesus, mas comete um
erro, que é o facto de não poder amnistiar quem não prevaricou. Tenta que
aqueles que conspiram contra Jesus O salvem. Também Pilatos está sobre pressão
como Pedro tinha estado. Uma luta entre a carne e o espírito: seguir pela
verdade e enfrentar as consequências, pois até ameaçaram denunciá-lo a César
como traidor, ou salvar a pele a qualquer preço?
Senhor, mais uma vez Te peço que me fortaleças na fé, no
coração e na mente, para que, perante a adversidade, perante situações de
difícil escolha, eu tenha coragem para optar sempre de modo semelhante ao teu,
que é o caminho da misericórdia. Para Pilatos, o caminho da misericórdia era
apenas o da verdade, pois para mim também o é muitas vezes, mas eu complico.
Vinde, Pai de Jesus, em meu auxílio.
6ª Estação – Flagelação e coroação de espinhos
Jo 19,1-3
Muitas vezes lemos e ouvimos este trecho da Sagrada
Escritura, mas nem sempre o escutamos.
A tortura que Jesus sofreu não se resume a lindo quadro
pintado por um pintor famoso ou anónimo que está numa igreja ou num museu.
A tortura que Jesus sofreu é a tortura que tantas pessoas
sofrem nos nossos dias.
A tortura que Jesus sofreu é a mesma tortura que hoje
sofremos e infligimos aos outros.
Pais que maltratam os filhos, marido e mulher que se
maltratam, avós que são maltratados, patrões e empregados que se maltratam,
vizinhos que se maltratam. É urgente que cada um de nós examine a sua consciência,
se arrependa e se converta.
Também somos carrascos quando sabemos que alguém é torturado
ou maltratado e nos calamos em vez de denunciarmos ou irmos em auxílio. Cristo
morreu por nós, dizemos que somos cristãos, mas falta-nos a coragem para o ser.
Senhor, misericórdia. Senhor, dai-me coragem para dar
testemunho de Ti, neste tempo em que as perseguições aos teus discípulos são
maiores que em qualquer outro tempo da História. Lembra-Te de mim, Senhor, tem
misericórdia de mim e não me deixes enveredar pelo caminho fácil da mentira e
do fingimento.
7ª Estação – Eis o Homem
Jo 19,4-8
Pilatos tem já a certeza que Jesus está inocente. Na sua
humanidade igual à nossa, Jesus sente dores na carne quando é magoado. Pilatos,
com a arrogância e insensibilidade de quem é dono do poder, pega em Jesus, com
o corpo em chagas e trá-lo para fora, expondo-o aos olhares da multidão. Talvez
pensasse comover a turba enfurecida, talvez tivesse a seu favor a dignidade
humana não ser ainda valorizada no seu tempo, pois isso só acontece com a
expansão do cristianismo, todavia, quem sente dores, sabe bem quanto sofre
outra pessoa que as sinta. Cristo é barbaramente torturado e parece que ninguém
se condói. Pilatos pensa afinal: ou Ele morre e eu prossigo ou eu O salvo e é o
meu fim.
Senhor, misericórdia para as pessoas que neste tempo e neste
mundo sofrem perseguição, prisão e tortura, seja por causa da sua
nacionalidade, da cor da sua pele, da sua religião.
Senhor, misericórdia para as famílias desfeitas pelas
guerras e pela ganância das pessoas.
Senhor, misericórdia para os que são perseguidos por causa
do teu nome.
Senhor, misericórdia para os que perseguem, torturam, fazem
sofrer e matam, para que se convertem a Ti, único Deus, Altíssimo e
Misericordioso Senhor.
8ª Estação – Condenação à morte
Jo 19,9-16
Como alguns políticos neste tempo que vivemos, Pilatos sabem
bem onde está a verdade e a honestidade, enfim a justiça, mas os votos são para
ele mais importante que qualquer valor moral ou vida humana. Quando Pilatos se
sente ameaçado por contarem a César que ele coloca Jesus num nível mais elevado
que o imperador, Pilatos desiste e entrega-lhes o Inocente, como cordeiro
levado ao matadouro (Is 53,7).
Senhor, tem compaixão dos teus filhos, pessoas que criaste
para a felicidade e estão a viver fazendo-se mutuamente infelizes. Senhor, como
há muitos séculos, jovens inocentes continuam a ser arrancados à vida e
enviados para guerras onde, sob diversas máscaras, servem os interesses dos
poderosos que enriquecem à custa da guerra e do sofrimento e morte que ela
causa.
Crianças estão a ser ensinadas a matar! Compaixão, Senhor!
Compaixão! Misericórdia!
9ª Estação – Crucificação
Jo 19,17-24
Não mates. (Ex 20,13 e Dt 5,17)
A Lei revelada na Sagrada Escritura é clara: Não mates!
Infelizmente, as pessoas conseguem facilmente inventar
argumentos para não cumprir a lei divina. Pensam, pensamos nós, que somos mais
espertos que Deus, que o conseguimos enganar. Pensamos mal, pois Deus não é
esperto, nem muito nem pouco, Deus é sábio, conhece tudo dos confins do cosmos
até ao interior do coração de cada um.
Mataram Jesus.
Gente matou e mata pessoas só por serem de outra religião.
Matam-se pessoas para as roubar.
Matam-se pessoas na forca, a tiro, por choque eléctrico, por
injecção letal, por decapitação, como se não fossem bárbaras quaisquer que
sejam as formas de executar penas de morte!
Senhor, misericórdia! Senhor, misericórdia!
Pai, envia o Espírito Santo sobre este teu povo, para melhor
entendermos as tuas leis e o que queres de nós, para que olhemos mais para a
eternidade que nos aguarda e menos para o que podemos possuir e gozar nesta
vida.
9ª Estação – Jesus, Maria e o discípulo amado
Jo 19,25-27
Na sua magnífica sapiência, quis o Deus Pai que o seu Filho
tivesse uma mãe quando ganhasse um corpo para entre as pessoas revelar a
natureza da Santíssima Trindade.
Maria, sem compreender bem a natureza da sua maternidade
divina, agia sempre como mãe de homem e acompanhou o itinerário do seu filho,
desde a Anunciação do anjo até… encontramo-la agora aos pés da cruz. Cheia de
ternura para dar, cheia de dor no seu coração, cansada até à exaustão, com a
vida agitada do seu filho e com o drama das últimas horas.
Jesus tinha pedido ao Pai por todos os discípulos que
viessem no futuro a segui-lO. Suspenso na Cruz, Ele dá-nos uma Mãe, ao
discípulo que está com ela (seria João?) e também aos discípulos dos primeiros
tempos da Igreja que a conheceram pessoalmente e a todos nós que a aceitamos
como Mãe e a veneramos.
Mãe de Deus, Rainha dos Céus, descansa o olhar sobre os teus
filhos a quem vieste falar de oração e de paz, em Fátima, há 100 anos atrás, sê
para nós um meio de alcançarmos a misericórdia de Deus quando a nossa
persistência no erro nos afastar do desígnio de felicidade que o Criador nos
preparou.
10ª Estação – Morte de Jesus
Jo 19,28-30
O que mais assusta as pessoas desde sempre cumpriu-se no
próprio Deus encarnado. Jesus viveu a agonia da morte. Uma morte horrorosa, que
infelizmente não lhe foi destinada apenas a ele. Muitas pessoas morreram e
continuam a morrer crucificados como o Senhor.
Deus experimentou a morte, na sua natureza humana. Como a
relação entre o Pai e o Filho é de amor, caridade, misericórdia, e nessa
misericórdia o Pai permitiu a morte do Filho, então a morte não pode ser uma
coisa tão má. Deus convida-nos a encarar com esperança a passagem à felicidade
eterna através da morte corporal.
Senhor, misericórdia para os bebés abortados.
Senhor, misericórdia para as crianças vítimas de
infanticídio.
Senhor, misericórdia para as mães que são levadas ao aborto
dos seus filhos.
Senhor, misericórdia para as pessoas que não têm coragem
para enfrentar a morte, ou a vida, e buscam solução no suicídio, mesmo quando
lhe chamam eutanásia.
Senhor, misericórdia para quem mata doentes e idosos,
invocando a misericórdia.
Senhor, misericórdia para quem advoga e mata deficientes
porque são uma carga de trabalho e despesa.
Senhor, misericórdia.
11ª Estação – Sangue e água de Vida
Jo 19,31-37
Quando a lança golpeia o peito de Jesus, jorra sangue, mas
também água. Água? Água. Como o Senhor anunciara à samaritana:
A samaritana perguntou: «Como é que Tu, sendo judeu, me
pedes de beber a mim que sou samaritana?» (De facto, os judeus não se dão bem
com os samaritanos). Jesus respondeu: «Se conhecesses o dom de Deus e quem te
pede de beber, tu é que Lhe pedirias. E Ele dar-te-ia água viva». (Jo 4,9-10)
A água que jorrou do peito de Jesus era a água viva de que
Ele tinha falado àquela mulher. De um morto podia ter jorrado água viva?
«E a água que Eu lhe darei vai tornar-se dentro dele uma
fonte de água que jorra para a vida eterna», continuou Jesus. (Jo 4,14b)
É da morte de Jesus, pela qual Ele pode ressuscitar que vem
a nossa aspiração à ressurreição e vida eterna.
12ª Estação – Sepultamento de Jesus
Jo 19,38-42
José de Arimateia realizou uma obra de misericórdia em
relação ao corpo defunto de Jesus, que recordamos neste ano jubilar da
misericórdia.
É sempre bom recordar as Obras de Misericórdia, ao menos as
corporais: Dar de comer a quem tem fome; Dar de beber a quem tem sede; Vestir
os nus; Dar pousada aos peregrinos; Assistir aos enfermos; Visitar os presos;
Enterrar os mortos.
Senhor, ajudai-me a não me esquecer dos que têm fome ou
sede, dos que não têm abrigo, dos doentes e mesmo dos presos, enfim, a que eu
não me esqueça de acudir a todos os que estão a precisar da minha ajuda, para
que Tu também não te esqueças de mim e daqueles que eu mais amo, na hora da
morte.
Epílogo
Jo 20,1-21,25
Quando todos ou quase todos pensavam já que Jesus tinha sido
uma má aposta, que falava muito bem, mas que não tinha sido mais que um falso
profeta, porque não tinha alcançado a protecção de Deus e morrera às mãos dos
déspotas que zombavam do Senhor e oprimiam os mais fracos, Ele surpreendeu
todos surgindo vivo. Não sabemos bem como, mas sabemos que não era um fantasma,
mas também não era como antes, talvez se assemelhasse ao corpo refulgente com
que o Pai o revelara no Monte da Transfiguração.
Deus, infinitamente misericordioso, olha com bondade para os
teus filhos que insistentemente se afastam de Ti, mas com sede de água viva que
jorre para a vida eterna.
Somos fracos e ansiamos a tua misericórdia, para que
possamos alcançar a felicidade na vida eterna e desfrutar de todas as
promessas, contemplando finalmente o Pai e Jesus e o Espírito Santo.
Orlando de Carvalho
quarta-feira, 9 de março de 2016
Partilha do site de um amigo
Partilha do site de um amigo.
http://www.imissio.net/v2/31-de-ser-pai/ensino-as-filhas-e-netos-a-jogar-para-poderem-ganhar-e-ser-bons-jogadores:4229
http://www.imissio.net/v2/31-de-ser-pai/ensino-as-filhas-e-netos-a-jogar-para-poderem-ganhar-e-ser-bons-jogadores:4229
quinta-feira, 3 de março de 2016
Da debilidade mental de D. Pedro I aos nossos dias
Vi, ainda criança, o filme “Inês de Castro”, de Leitão de
Barros, produzido em 1944 e estreado no ano seguinte.
Fiquei horrorizado com a cena do beija-mão ao cadáver
exumado da amante do Príncipe D. Pedro. Depois da morte de D. Constança, esposa
do príncipe, e do cumprimento das ordens do Rei D. Afonso IV acerca de Inês de
Castro, primeiro exílio e depois assassínio, D. Pedro ascende ao trono por
morte de seu pai.
Quando da sua coroação, faz exumar o cadáver da amante
sepultado há anos e senta-o no trono destinado à rainha, obrigando a corte a beijar-lhe
a mão seca e miserável. Repugnados, mas receosos acerca da atitude do rei,
homem com problemas mentais e cruel, lá vão beijando a mão ao cadáver, até que
um deles desmaia antes do beijo. Foi a parte que mais me agradou na cena, pois
livrou-se de tão horrendo acto, que eu não me via então a ser capaz de realizar,
de certo modo senti-me aliviado, porque se um dia estivesse numa situação
daquelas, poderia sempre desmaiar.
Cantado por Camões, e depois em romances, teatro, filmes e
poemas, os amores de Pedro e Inês não mais são que um drama sórdido e chocante
de desumanidade e insuficiência e debilidade mental. Os belos túmulos de ambos
em Alcobaça, são apenas obras de arte, contendo, ou não, os restos mortais do
casal adúltero, como seriam belos se não contivessem nada, ou cheios de outra
coisa qualquer. São um registo histórico, claro.
Embora devamos reconhecer que para história, ou historieta, este
episódio não esteja mal.
Os movimentos libertários mais ou menos originados no norte
da Europa no início do século XX têm trazido muito de bom à sociedade, mas, na
nossa opinião, tanto de mau como de bom, senão mais de mau que de bom.
Recordemos o atraso intelectual, académico e económico
dessas sociedades de descendentes de vikings em relação aos países mais
evoluídos do velho continente, entre os quais está, de facto, Portugal, não
obstante todo o atraso existente, mas nunca comparável aos dos vikings.
O desrespeito pela vida humano teorizou-se nos países
nórdicos e continua a teorizar-se, desenvolver-se e expandir-se para os países
com valores de vida reais, verdadeiros valores, conseguindo prevalecer perante
estes através de inúmeras falácias e apelo ao facilitismo.
A implementação da infidelidade conjugal plena, a
sexualidade activa sem união conjugal, o descrédito do casamento e da família,
todo o tipo de experiências sexuais, das mais diversas formas de aborto à concepção
através de terceiros, através de diversos métodos; o relacionamento sexual
entre pessoas do mesmo sexo, entre casais casados com outros casais casados; da
eutanásia a pedido, em casos de extremo sofrimento, à eutanásia a pedido das
famílias e sem escutar o sujeito, mesmo quando se trata de crianças; até à
aceitação normal da pedofilia… Nós, os mediterrânicos, olhamos para tudo isto e
repudiamos, precisamente porque somos mediterrânicos, católicos, gente de
ferver em pouca água, mas capazes de perceber o erro e sentir-se arrependidos,
capazes de ter remorsos, capazes de dar a mão à palmatória. Depois de tudo, e
com tudo o que isso carrega de bom e de mau, ainda somos gente com o sentido da
honra. Gente que sente e que ama a vida.
A juventude de um qualquer partido político na Suécia propõe
a legalização do incesto, nomeadamente entre irmãos, desde que sejam maiores de
15 anos de idade.
A questão do incesto fará corar uns e enojará outros. Ora, para
além do incesto legalizado, esses mesmos jovens, propõem a legalização da
necrofilia. Notamos que se trata de jovens que dispõem dos maiores confortos e facilidades
de vida, nessa sociedade sem amor pela vida, desinteressada na alegria de
viver, onde as taxas de suicídios entre pessoas, especialmente entre jovens, é
elevadíssima, precisamente porque lhes faltam razões de viver.
Muito mais à frente de D. Pedro I, o demente mental que
sentou um cadáver no trono e o sujeitou à cena do beija-mão, os transtornados jovens
suecos querem que seja legalizado qualquer tipo de relação sexual com
cadáveres. Procurando nas imagens do Google o termo necrofilia, visualizam-se
coisas inumanas que não recomendamos a ninguém, porque são próprias de
distúrbios mentais.
Alguns partidos políticos e correntes de opinião e
associações no sul da Europa, incluindo em Portugal, seguem nesta linha nórdica
de destruição da felicidade a que todos os cidadãos, diríamos filhos de Deus,
mas ela é extensível também a quem não reconhece ainda Deus, e têm-se
mobilizado na transposição dessas regras de morte, de tristeza e de
infelicidade para a legislação nos outros países europeus, nos mediterrânicos,
em Portugal, em todo o mundo.
Restam-nos a Fé em que não seremos abandonados e a Oração,
esperando com ela obter a protecção divina. Resta-nos ainda cumprir com a nossa
obrigação de nos preservarmos dessas teorias e práticas, preservarmos as nossas
crianças, as nossas família e a nossa sociedade por todos os meios ao nosso
dispor. Não permitirmos que os defensores da morte sejam mais activos que nós
ao defendermos a vida.
Orlando de Carvalho
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