segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Anselmo Borges como a serpente no Paraíso?











A revista Visão, mais uma vez usa a Igreja para vender e ganhar dinheiro. Como um homem que gere um negócio de prostituição. A Visão não quer saber da Fé, de Deus, da Igreja, dos fiéis, apenas lhe interessa vender papel e publicidade. E que melhor maneira senão à custa do escândalo?

Como entidade exterior à Igreja e sem Fé, a Visão procura casos para os divulgar, como se eles existissem.

A Visão torna-se assim, com frequência, instrumento de divulgação diabólica e não de informação.

O Professor Anselmo Borges, que por acaso e infelicidade é padre, torna-se, como para muitos outros órgãos da comunicação social, um isco perfeito para as actividades comerciais que fazem do ataque à Igreja o seu ganha-pão.

Estamos fartos de saber dos ataques deste homem contra a Mãe de Deus, contra Fátima, desta vez a Visão vem dar conta, precisamente em mais um aniversário das Aparições de Nossa Senhora de Lourdes, que ele não é capaz de acreditar em nada. 


Gruta de Massabielle, Lourdes


Não chora, nem lamenta a sua falta de Fé, mas põe em causa a visita de Nossa Senhora em Lourdes. Ele põe em causa os milagres, em Lourdes, na Bíblia, partindo da definição gramatical da palavra. Tretas. Os fiéis sabem bem do que falam quando ouvem falar dos milagres de Jesus e de outros que ocorrem nos nossos dias, por vontade de Deus e muitas vezes por intercessão de alguém que vive já na Glória do Céus.

Quem lê o artigo da Visão, ou outros deste senhor, não se deixa normalmente levar pelos argumentos estereotipados e deturpados que são apresentados. Mas é sempre oportuno recordar que o facto de se usar o nome de “padre” num artigo e de se lhe dar um ar inofensivo, não retira o objectivo subjacentes de ataque a Deus e à Fé.
Ficará sempre a questão: Por que razão, quem põe em causa a Mãe de Deus, como é aceite pelos cristãos há mais de 1 500 anos, quem põe em causa os milagres de Deus, fazendo confusão entre palavras (acontecimento extraordinário e milagres, por exemplo), pode continuar a ser padre?



Orlando de Carvalho






domingo, 11 de fevereiro de 2018

Guerra entre o farisaísmo cristão e o cristianismo evangélico



A guerra entre o farisaísmo cristão e o cristianismo evangélico parece crescer e estar em vias de explosão causando grande dano ao Povo de Deus. Mas os fariseus de hoje, como os de antanho, mostram-se incapazes de fazer mea culpa, da humildade, de prescindir de luxos, regalias e privilégios.
Ouvem o Papa Francisco, mas não o escutam.
Não se importam que a Igreja fique deserta, desde que conservem a sua arrogante dignidade nobiliárquica.

Reproduzimos o artigo da revista Visão
(e rectificámos os termos em AO90)



Está instalada a guerra nos bastidores do Vaticano
Quem sou eu para julgar?” As palavras do Papa Francisco, aparentemente tão simples e imbuídas de compaixão, foram o mote para cimentar a união do grupo de cardeais mais conservadores do Vaticano contra o papado do jesuíta argentino, ainda mal o fumo branco se dissipara na chaminé da Capela Sistina, em Março de 2013.
“Quem sou eu para julgar?”, disse-o, repetidas vezes, nos meses e anos seguintes, reforçando o incómodo na Cúria romana. Primeiro referindo-se aos homossexuais. Depois, a propósito de quase todos os temas polémicos para a Igreja: divórcio, aborto, contracepção, eutanásia.
A pergunta abala as milenares estruturas do trono de Pedro, como sucessor escolhido por Jesus Cristo. Do Papa espera-se uma sabedoria quase divina, uma certeza inabalável sobre o que é certo e errado. Esse poder está, aliás, representado na insígnia papal, com as suas chaves cruzadas (uma de ouro e outra de prata), que Jesus terá dado a Pedro, simbolizando os poderes de unir e separar, de decidir o que é permitido e o que é pecado. Na heráldica eclesiástica, as chaves simbolizam a autoridade espiritual do Papa como vigário de Cristo na Terra.
A pergunta, só por si, é considerada ofensiva por muitos dos influentes membros com poderes no Conclave. Francisco prefere citar o Evangelho (Mateus, VII: 1-2): “Não julgueis para não serdes julgados”. Para o Papa, um cristão não deve apontar o dedo aos outros, mas estender-lhes a mão para levantá-los. Logo após a sua eleição, e dirigindo-se aos padres que ouvem os católicos em confissão, pediu “mais paciência” e tempo para “ouvirem os seus dramas e as suas dificuldades, com ternura”. E, caso o confessor não os possa absolver, apelava, “que dê uma bênção, mesmo sem absolvição sacramental”. O Papa alertava para a falta de confiança no perdão de Deus, que só leva a uma “amargura existencial” que “impede as pessoas de se levantarem de novo, quando caem”. A Igreja, defende, “deve ajudar as pessoas a perceber que é sempre possível recomeçar, desde que Jesus perdoe”.

A 'bomba atómica'

O primeiro Papa jesuíta da História, e o primeiro não europeu em mais de 1200 anos, foi uma escolha invulgar para suceder ao conservador Bento XVI e era expectável que a sua visão de um papado mais próximo dos pobres e dos excluídos gerasse mal-estar junto dos sectores mais tradicionalistas do Vaticano. A sua própria postura (renunciando a vários luxos e à pompa excessiva em torno do cargo), bem como a interpretação do que deve ser um Papa (“sou apenas mais um bispo”) geraram, desde logo, inúmeros anticorpos. Como assim, um Papa que conduz o seu pequeno carro, que carrega as malas, que paga a conta do hotel? Que agarra num telefone e fala directamente com as pessoas? Mas nada faria antever o nível de brutalidade a que chegou a guerra nos bastidores da Cúria romana. Como definiu um teólogo esta semana ao jornal britânico The Guardian, acusar o Papa de heresia é o equivalente a, num conflito armado, recorrer à bomba atómica.
A heresia, um termo utilizado tanto pela Igreja Católica como pelas igrejas protestantes, é “uma posição contrária à verdade revelada por Jesus Cristo”, ou “a mera dúvida de um dogma da fé divina”, por uma pessoa baptizada. A punição para um herege é a excomunhão – ou seja, o Papa seria afastado não apenas do cargo mas também da própria Igreja.
As primeiras acusações públicas contra Francisco foram crescendo de tom ao longo do último ano, mas ganharam nova força quando surgiram numa carta aberta, divulgada em Setembro passado. Mais de cinco dezenas de católicos descontentes – entre eles um cardeal, um bispo e o antigo director do banco do Vaticano – acusam o Papa Francisco de sete posições heréticas. Ao Guardian, um “proeminente clérigo”, que também assinou essa carta, confessou mesmo: “Mal podemos esperar que ele morra. É impublicável o que dizemos dele em privado.”

A alegria do amor

A “gota de água” terá sido uma simples nota de rodapé num texto intitulado Amoris Laetitia (a Alegria do Amor). A exortação de Francisco, publicada em Abril do ano passado, é um texto longo e muito cauteloso, composto por nove capítulos que se baseiam nos resultados de dois Sínodos dos Bispos sobre a Família, realizados em 2014 e 2015. É no capítulo 8 que surge a polémica referência de Francisco, explicitando que pessoas que vivem segundos casamentos ou em união de facto “podem viver na graça de Deus, podem amar e crescer na vida da graça e da caridade, e para tal podem receber a ajuda da Igreja”. Acrescenta ainda, para maior descontentamento da ala conservadora do Vaticano, que “em certos casos, isto poderá incluir a ajuda dos sacramentos”.
A questão do divórcio tem sido central nesta polémica – na verdade, nunca deixou de ser motivo de discórdia no seio da Igreja, com maior ênfase desde os anos 60 e o Concílio Vaticano II. Francisco tem condenado de forma subtil a hipocrisia dos ricos e poderosos, que conseguem pagar advogados e provar que um casamento não foi consumado à luz dos preceitos que a Igreja exige (podendo ser anulado), enquanto outros se separam e refazem as suas vidas, sem que exista algo de imperdoável nisso (mas ficam impedidos de voltar a ter relações sexuais e são afastados da comunhão).
A realidade – sabem-no o Papa, os cardeais, os bispos, os padres e todos os católicos – é que há milhões de crentes classificados como “pecadores” e que sofrem por verem as portas da Igreja fechadas. Há quem as abra, aceitando baptizar crianças de mães solteiras, ou permitindo que uma mulher divorciada comungue na missa de domingo, ou fechando os olhos à orientação sexual daqueles que juntam a sua voz aos cânticos litúrgicos. Mas tudo é feito em segredo, quase em vergonha, uma ínfima excepção no mundo católico. O que o Papa Francisco pretende é escancarar as portas, com compaixão – mas ainda há demasiadas trancas e cadeados de complexos segredos a impedirem uma abertura assim no Vaticano.

O arqui-inimigo americano

Na lindíssima sala Clementina do Palácio Apostólico do Vaticano, os votos de Natal do Papa para os seus cardeais tiveram, por tudo isto, este ano um travo mais amargo. Com o seu típico bom humor, começou por citar um conselheiro do Papa Pio IX, para dizer que sabia bem a difícil tarefa que iniciara: “Fazer reformas em Roma é como querer limpar a esfinge do Egipto com uma escova de dentes.”
Ainda não se tinham desfeito os sorrisos amarelos e já ele prosseguia, falando do “verdadeiro perigo” que ameaça o Vaticano: “os pequenos grupos”, os “conluios” de “traidores da confiança”, os que “se aproveitam da maternidade da Igreja” e se deixam “corromper pela ambição ou pela glória vã” e que, “quando delicadamente são afastados, autodeclaram-se falsamente mártires do sistema e do 'Papa desinformado', em vez de recitar o mea culpa”.
A crítica atingiu, como uma lança certeira, o cardeal norte-americano Raymund Burke, que lidera a ala conservadora do Vaticano e a onda de contestação pública ao papado de Francisco. Burke é a personificação de tudo o que o Papa jesuíta repudia em Roma: o fausto, a pompa, o luxo desmesurado de quem se julga superior aos outros mortais.
O grande embate entre os dois terá ocorrido poucas semanas após a eleição de Francisco, quando o Papa expurgou a ordem dos Frades Franciscanos da Imaculada, que aliavam a devoção à missa tridentina (em latim, de costas para a congregação) às ideologias de direita, conquistando adeptos nos EUA. Essa Igreja distante, impenetrável, acessível apenas a alguns “eleitos”, não poderia estar mais longe da visão de Francisco para a Igreja, bem expressa no mote que escolheu para o seu brasão papal: “miserando atque eligendo” (“com misericórdia o elegeu”). A frase é uma referência a uma passagem no Evangelho de São Mateus, em que Jesus escolhe um publicano (cobrador de impostos) para o seguir. Com os publicanos não se podia falar, comer ou rezar. Eram vistos como traidores que tiravam à sua gente para dar aos poderosos. Mas, como lembrou Francisco, ao explicar a sua admiração por esta passagem, “Jesus parou, olhou-o sem pressa, com olhos de misericórdia; olhou-o como ninguém o fizera antes. E aquele olhar abriu o seu coração, fê-lo livre, curou-o, deu-lhe uma esperança, uma nova vida, como a Zaqueu, a Bartimeu, a Maria Madalena, a Pedro e também a cada um de nós. Mesmo quando não ousamos levantar os olhos para o Senhor, o primeiro a olhar-nos é sempre Ele. Tal como muitos outros, cada um de nós pode dizer: eu também sou um pecador, sobre quem Jesus pousou o seu olhar (...) Jesus sabe ver para além das aparências, para além do pecado, do fracasso ou da nossa indignidade. Ele vê a dignidade de filho que todos temos, talvez manchada pelo pecado, mas sempre presente no fundo da nossa alma”. Francisco quis inscrever no seu brasão esta ideia de aceitação: “Deixemo-nos olhar por Jesus, deixemos que o seu olhar nos devolva a esperança e a alegria da vida.”

O canto de cisne?

Poucos meses depois do início do pontificado de Francisco, o cardeal norte-americano que se notabilizava por entrar nos recintos com um manto tão comprido que necessitava de ser seguido por pajens, foi afastado do cargo que exercia no tribunal superior de Roma e acabou também desautorizado na demissão do responsável pela Ordem de Malta (terá dito que foi o Papa a decidir o afastamento, Francisco negou tal facto e voltou a readmitir o clérigo, afastando Burke de mais decisões).
Se Burke o pretende atacar, invocando a imutabilidade da doutrina, Francisco responde com citações do Evangelho e com a lei da Cúria, recorrendo por exemplo ao Donum Veritatis (o Dom da Verdade), documento em que se reafirma que todos os católicos devem praticar a submissão da vontade e do intelecto aos ensinamentos do Papa e que aqueles que estiverem em desacordo nunca o devem fazer em público. Sobre a relação entre verdade e doutrina, prefere sublinhar que “a misericórdia é verdadeira”, e é o “primeiro atributo” de Deus. “Deus é um pai zeloso, atento, pronto para acolher qualquer pessoa que dê um passo ou que tenha o desejo de dar um passo na direcção de casa. Ele está ali a observar o horizonte, espera-nos, está já à nossa espera. Nenhum pecado humano por muito grave que seja pode prevalecer sobre a misericórdia ou limitá-la.”
Por isso, o Papa defende o encontro com todas as pessoas e não apenas as “justas”, para chegar aos que estão longe, aos “marginalizados” e oferecer-lhes a salvação. Esta é a atitude que melhor segue os ensinamentos de Jesus, considera, admitindo que alguns reagem mal a “esta Igreja, que quer ir ao encontro de quem sofre”, para superar preconceitos, “sem sentir-se perfeita”.
Tudo esta guerrilha de palavras acontece, lembra o professor Paulo Mendes Pinto, devido à mediatização da figura de Francisco. “Durante séculos, ninguém sabia o que o Papa fazia ou pensava”, mas hoje ele entra-nos pela casa dentro todos os dias e faz doutrina, se assim pudermos dizer, “não pelos documentos eclesiásticos que promulga mas com o que diz a meio de uma viagem de avião, entre o lugar x e y...”, nota o professor de Ciência das Religiões.
“A Igreja Católica tem congregações e grupos com visões sociais e políticas muito diferentes, e isso pode ser uma riqueza, mas o Vaticano terá de aprender a trabalhar num regime mais próximo do que é uma democracia, e com mais transparência”, defende.
“Foi João XXIII, nos tempos modernos, o primeiro a defender que seria um bem geral sacudir a poeira imperial que foi caindo, desde Constantino, sobre o trono de Pedro. O Papa Francisco continua às voltas com essa herança pesada e paralisante”, lembrava Frei Bento Domingues, num texto de opinião no Público, no mês passado.
Os ataques contra Francisco, considera, são comparáveis às dificuldades vividas por Jesus Cristo “ao propor uma mudança de mentalidade aos seus contemporâneos e aos membros do povo a que pertencia” e que “encontrou uma grande adesão no mundo dos excluídos e uma resistência implacável entre os privilegiados”. Mas, “assim como aconteceu com Cristo”, diz Frei Bento, “nenhuma ameaça o tem paralisado”.
Para Paulo Mendes Pinto, estas acusações de “heresia” soam a “desespero da oposição dentro do Vaticano” e poderão mesmo ser “o seu canto de cisne”. Se assim não for, considera, “estamos a dois passos de ter um cisma”. Porque, faz notar, “o que está em causa não é um Papa que, durante uma homilia, diz alguma coisa 'fora da caixa'. Toda a sua postura, todo o seu pensamento está a ser contestado”.
O Papa não se pronunciou sobre estas acusações de forma explícita, “nem é esperado que o faça”, considera Mendes Pinto. “Creio que estas cartas abertas e este tipo de posições públicas, a continuarem, irão levar à convocação de um novo Concílio”, para discutir questões doutrinais no âmbito da sexualidade e da vida familiar.
E talvez seja mesmo essa a vontade última de Francisco: o Papa que se atreveu a reconhecer não ter todas as respostas para os problemas do mundo e, em busca de uma Igreja mais justa e misericordiosa, ousa questionar o seu próprio papel.
 

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Domingo do Senhor - 11 Fevereiro







Jesus e o leproso, por Ann Lukesh

A Lei Antiga correspondia, em muitos aspectos, mais a uma condescendência de Deus para com a natural inclinação do homem para o pecado, que a uma vontade de Deus. Di-lo Jesus, a propósito do divórcio. Era também assim a lei que regia a separação dos leprosos.

Ao cantarmos o Salmo, louvamos o Senhor pela Sua disponibilidade em perdoar. Ele espera-nos de braços abertos. Terminamos o Salmo em euforia: Alegrai-vos ....

A Nova Lei é mais exigente. Completa a Lei Antiga responsabilizando o homem pelas suas atitudes. O leproso toca Jesus, o que era proibido pela Lei Antiga e Jesus toca o leproso, o que também era proibido pela Lei Antiga.

Esta Nova Lei, a Lei de Jesus, é muito mais exigente para connosco, pelo seguinte: antes, se eu não matasse, não pecava; agora, se eu deixar morrer, sem tentar salvar, mesmo com risco da minha própria vida, estou a pecar. A Lei Antiga exigia que os homens não destruíssem a Obra de Deus; a Lei Nova exige que os homens colaborem com Deus na edificação contínua e na manutenção da Obra da criação. Ser imagem e semelhança de Deus era, para os judeus, um privilégio; para os cristãos, ser imagem e semelhança de Deus é a responsabilidade de mostrar Deus ao mundo nas nossas atitudes e no nosso rosto.

Talvez exagerando um pouco, poderíamos dizer que aqueles de nós que estivermos reunidos em assembleia eucarística com cara tristonha, impacientes porque a missa demora muito, a pensar algo de mal do irmão que está sentado ao nosso lado, mais: aqueles que saírem no final sem um grande sorriso no rosto e mostrarem esse sorriso pelo mundo fora, estarão a pecar.

Ser Cristão é ser imagem do Deus que nos sorri, que abre os braços para nos receber, quer sejamos nós como o leproso que tocou Jesus, quer sejamos nós como Pedro que negou Jesus – desde que nos arrependamos sinceramente. Vede, se Pedro em vez de se ter arrependido, se tivesse ido enforcar, e se Judas, em vez de se ir enforcar, tivesse pedido perdão a Jesus, com o coração verdadeiramente arrependido, como poderia ter sido diferente esta história! Pois quando Jesus rogou: Pai perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem, referia-se certamente aos soldados e ao povo, mas também a Pedro e a Judas. Pedro voltou aos braços abertos do Pai, Judas parece não ter tido a fé e a confiança necessárias para acreditar no grande poder de Deus para perdoar.

Todos vós, irmãos, sorride, exultai e alegrai-vos. Tendes razões de sobra para o fazerdes:
Estais vivos: nenhum de vós morreu esta noite.
O dia está lindo, quer chova quer faça sol: podemos olhar o céu deste Domingo VI do Tempo Comum e descobrir a beleza da Natureza que Deus criou para nós.
Podemos ser semelhantes a Deus, se sorrirmos ao nosso irmão e se nos sentirmos felizes por o fazermos feliz.
Como o leproso tocado e curado por Jesus, também todos nós já nos sentimos certamente, muitas vezes tocados e curados por Nosso Senhor, Jesus Cristo: por isso, como o leproso, podemos proclamar ao mundo: Jesus Cristo é o nosso Salvador, o único Salvador do mundo. Ontem, hoje e sempre. O Seu reinado é para sempre, o Seu Jubileu não terminará jamais.
Como diz um poema da ópera Rock Godspell (Evangelho): Sabemos que podemos estar doentes, ser olhados de lado pelos outros, podemos ser despedidos do emprego e ficar arruinados, atravessar discussões familiares, humilhações e desprezo, não resistirmos à tentação e cair, e recair, no pecado, mas mesmo quando parece que tudo corre mal, que já não há solução, há sempre uma certeza:
No fim: tudo acabará em bem. Podemos sempre, como o filho pródigo, correr para os braços do Pai bondoso e carinhoso que nos espera, com muita ternura.
Exulai e alegrai-vos, porque este é o verdadeiro, o único e derradeiro Jubileu – Aquele que estamos a viver desde o Sim de Maria, desde a promessa de Jesus de que nos reserva um lugar junto dEle e do Pai.
Os cristãos não se conhecem por trazer uma cruz ao peito. Também não se conhecem por ir à missa. Conhecem-se pela sua atitude no mundo. Dão exemplo e testemunho de Jesus pelas suas obras, começando por sorrir.
Vós todos, exultai, alegrai-vos e sorri. Sorride sempre, como Deus o faz para todos nós, para todos os homens.

Orlando de Carvalho
13 Fevereiro 2000

As leituras deste Domingo, a que se refere o comentário



LEITURA I Lev 13, 1-2.44-46

Leitura do Livro do Levítico
O Senhor falou a Moisés e a Aarão, dizendo: «Quando um homem tiver na sua pele algum tumor, impigem ou mancha esbranquiçada, que possa transformar-se em chaga de lepra, devem levá-lo ao sacerdote Aarão ou a algum dos sacerdotes, seus filhos. O leproso com a doença declarada usará vestuário andrajoso e o cabelo em desalinho, cobrirá o rosto até ao bigode e gritará: ‘Impuro, impuro!’. Todo o tempo que lhe durar a lepra, deve considerar-se impuro e, sendo impuro, deverá morar à parte, fora do acampamento».
Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 31 (32), 1-2.5.7.11 (R. 7)
Refrão: Sois o meu refúgio, Senhor;
dai-me a alegria da vossa salvação. Repete-se

Feliz daquele a quem foi perdoada a culpa
e absolvido o pecado.
Feliz o homem a quem o Senhor
não acusa de iniquidade
e em cujo espírito não há engano. Refrão

Confessei-vos o meu pecado
e não escondi a minha culpa.
Disse: Vou confessar ao Senhor a minha falta
e logo me perdoastes a culpa do pecado. Refrão

Vós sois o meu refúgio, defendei-me dos perigos,
fazei que à minha volta só haja hinos de vitória.
Alegrai-vos, justos, e regozijai-vos no Senhor,
exultai, vós todos os que sois rectos de coração. Refrão

LEITURA II 1 Cor 10, 31 – 11, 1

Leitura da Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
Irmãos: Quer comais, quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para glória de Deus. Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à Igreja de Deus. Fazei como eu, que em tudo procuro agradar a toda a gente, não buscando o próprio interesse, mas o de todos, para que possam salvar-se. Sede meus imitadores, como eu o sou de Cristo.
Palavra do Senhor.

EVANGELHO Mc 1, 40-45

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo, veio ter com Jesus um leproso. Prostrou-se de joelhos e suplicou-Lhe: «Se quiseres, podes curar-me». Jesus, compadecido, estendeu a mão, tocou-lhe e disse: «Quero: fica limpo». No mesmo instante o deixou a lepra e ele ficou limpo. Advertindo-o severamente, despediu-o com esta ordem: «Não digas nada a ninguém, mas vai mostrar-te ao sacerdote e oferece pela tua cura o que Moisés ordenou, para lhes servir de testemunho». Ele, porém, logo que partiu, começou a apregoar e a divulgar o que acontecera, e assim, Jesus já não podia entrar abertamente em nenhuma cidade. Ficava fora, em lugares desertos, e vinham ter com Ele de toda a parte.
Palavra da salvação.