sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Sabedoria


Janela de Isaac Newton, Cambridge

Dons do Espírito Santo



Sabedoria


Os gregos são o primeiro povo que define uma busca sistematizada pela sabedoria. Eles criaram e desenvolveram a filosofia.

(filos = amor + sofia = sabedoria)
De acordo com Sócrates e Platão, a mitologia foi a base de reflexão dos filósofos. Quando estes sábios procuraram estabelecer relações entre o indivíduo e a sociedade e tornam-se legisladores. Posteriormente dedicaram-se ao estudo da natureza e à procura da origem. Um passo seguinte desta evolução foi o número, a matemática e a reflexão racional desligada da materialidade. Finalmente no século V a. C. surgem os sofistas, que se dedicam essencialmente à discussão. Eles são capazes de provar que uma coisa é, mas também que não é, consoante quem lhes paga pede uma ou outra. Falam muito, são óptimos políticos, mas não lhes interessa a verdade. Com Platão e Sócrates, que coexistiram com os sofistas, a filosofia envereda pelo campo da ética e da procura da verdade.
Nos nossos dias, considera-se sábia uma pessoa que tem muitos conhecimentos, sejam eles quais forem, podendo distinguir-se diversos campos de conhecimento ou sabedoria. Noutra perspectiva, o sábio é aquele que consegue viver bem e alcançar um certo estatuto económico e social.
Vemos então que a sabedoria para as pessoas trata da quantidade e qualidade de informação que uma pessoa adquire e do modo como a utiliza.
A sabedoria é um dos dons do Espírito Santo, mas embora usemos a mesma palavra, esta sabedoria, a de Deus, nada tem a ver com aquela a que nos habituámos no quotidiano.
A Sabedoria que vem do Espírito Santo não tem que ver com a quantidade de informação que contém nem com as relações que percepcionamos entre as coisas do mundo. A Sabedoria que o Espírito Santo derrama sobre nós é aquilo que nos permite ter perante as coisas, as pessoas e as relações uma atitude idêntica à de Deus.
 
Sem-abrigo, Cambridge

Na parábola do Samaritano (Lc 10,37), Jesus ensina que, “de tantos que passaram”, apenas um teve a sabedoria para agir à maneira de Deus. Ele olhou para o desgraçado à beira do caminho com um olhar idêntico ao de Deus. O sacerdote e o levita que supostamente seriam homens de Deus, conhecedores, adoradores e ensinadores de Deus, afinal nada sabiam. Foi o estrangeiro que eles desdenhavam que agiu com Sabedoria.

Sabedoria é um dos nomes de Deus e agir com sabedoria é agir naquele momento e naquela circunstância como Deus actuaria.

Para os gregos e para as pessoas deste tempo, normalmente a sabedoria tem a ver com a procura da verdade, está revestida de incerteza e carece de pesquisa.

Na fé a sabedoria é Deus, é a verdade e não a procura desta. É plenitude e não incerteza e pesquisa.



Orlando de Carvalho

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Perdão pelos pecados passados e presentes

Papa João Paulo II pediu perdão pelos pecados passados e presentes cometidos pela Igreja


 
É sempre difícil pedir perdão, manifestar vergonha, humilhar-se. De modo especial quando foram outros que causaram a situação.

Ser cristão é também isto. Especialmente isto.




Dor e vergonha

Papa Francisco manifestou “dor e vergonha” pelos vários casos de abuso sexual de menores na Igreja Católica (chile)


 

É sempre difícil pedir perdão, manifestar vergonha, humilhar-se. De modo especial quando foram outros que causaram a situação.

Ser cristão é também isto. Especialmente isto.
 

Fazer Catequese é

Fazer catequese é a arte de amar como Jesus ama, amar uma pessoa desconhecida,
sem cuidar da raça ou da classe social ou família. Fazer catequese é voluntariado, mas não é amadorismo nem hobby.
Fazer catequese é dar tudo, sempre sempre na expectativa do pagamento que virá do Senhor, e apenas do Senhor, como e quando o Senhor entender.
Fazer catequese é aturar com paciência.
Fazer catequese é viver todos os dias com a noção de estar a dar testemunho de como se vive à maneira de Jesus.


Orlando de Carvalho

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Cristo Rei


No calendário litúrgico, no último domingo de novembro, este ano dia 25, é celebrada a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, comumente conhecida como a Festa de Cristo Rei. O presidente da Comissão para a Liturgia da CNBB, dom Armando Bucciol explica que a origem da Festa coloca-se no tempo de Pio XI, no ano de 1925. À época, dom Armando afirma que a Europa estava passando por um período “difícil”, em meio ao crescimento do Nazismo e do Fascismo em boa parte dos países.
Neste contexto, onde cada vez mais os ditadores queriam mandar no povo, dom Armando salienta que o papa Pio XI institui a Festa de Cristo Rei, por meio da Encíclica Quas Primas. “O papa com o intuito profundo afirmou que não são os grandes da Terra que dominam, não são eles que dirigem os povos, é Jesus Cristo”, afirmou o bispo. Originalmente, a Festa foi estabelecida para o último domingo de outubro, antes da Festa de Todos os Santos. No ano de 1926, quando foi celebrada pela primeira vez, esse domingo caiu para o dia 31 de outubro.


No entanto, foi o papa Paulo VI que deu à festa seu atual título completo, o de Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, transferindo a data para o último domingo do ano litúrgico. Segundo dom Armando, do ponto de vista litúrgico, espiritual e eclesial foi uma boa intuição ter colocado a festa como conclusão do ano litúrgico e síntese de uma caminhada.
As origens do reconhecimento do reinado de Cristo podem ser encontradas no próprio evangelho. Em um importante diálogo com Pilatos, durante seu juízo, dom Armando salienta que Cristo afirma o seu reinado. “Pilatos o pergunta se ele é rei, e então Cristo responde que é, e por isso tinha vindo ao mundo, para dar testemunho da verdade”, diz dom Armando.
Dom Armando salienta também o fato de que nos três anos do ciclo de leituras que a liturgia hoje tem, destaca-se um cristo que é rei, morrendo na cruz. “Portanto, o Cristo Rei é um rei que doou a sua vida por amor, é um Deus que se faz humano e que, sim, nós o honramos como rei, mas não à maneira dos dominadores, dos grandes da Terra”, completou o bispo.
Ainda de acordo com dom Armando, a Festa em si não é para exaltar um Deus poderoso, mas um Cristo cujo poder é o de um Cristo que lava os pés de seus discípulos e que diz: “Como eu fiz, faça vocês!”. “Podemos acrescentar que a maneira de Cristo reinar é uma contestação não só na sociedade, mas na Igreja. O poder é serviço, você é grande quanto mais se abaixa para servir por amor, e com amor”, finaliza dom Armando.

Fonte:  Conferência Nacional dos Bispos Brasileiros

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Ano - Liturgia 01

O Patriarca de Lisboa dá início a uma série documental e formativa sobre a Liturgia, quando a diocese patriarcal dedica todo o ano pastoral a esta temática.

Viver a Liturgia como Lugar de Encontro é o mote deste primeiro vídeo e de toda a série.

Viver a Liturgia como Lugar de Encontro


Orlando de Carvalho

 

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Mistérios Gozosos Missionários


Terço Missionário

Mistérios Gozosos


1º Mistério – Anunciação

Américas

O Novo Mundo anunciado



As Américas simbolizaram durante muito tempo uma nova esperança de vida para as populações que fugiam da Europa onde passavam fome ou sofriam perseguição política.

Ainda hoje, muitos olham para as Américas como uma hipótese de vida melhor.

Neste 1º Mistério evocamos o Arcanjo Gabriel, a sua saudação e o anúncio que fez a Maria das maravilhas que o Senhor ia operar nela.

Rezamos este Mistério pensando nos nossos irmãos das Américas, os que vivem na abundância e os miseráveis, os milionários e os sem abrigo.

Que por Maria, o Senhor faça chegar a uns o necessário para viver dignamente e a outros a humildade para partilharem as dádivas materiais que receberam de Deus.

Pedimos a Deus a bênção para os missionários que servem neste continente, especialmente junto dos índios, dos injustiçados, dos que já perderam a esperança e dos que se entregam totalmente à adoração do materialismo.

2º Mistério – Visitação

África

Continente onde cresce o sofrimento das gentes que necessitam da bênção de Deus



Maria, ao saber da difícil situação da sua prima Isabel, muito idosa e grávida, pôs-se imediatamente a caminho para lhe prestar o auxílio de que ela necessitasse.

A África geme incessantemente: todos os dias, todas as horas, em todas as latitudes e em todas as longitudes.

A guerra e a corrupção grassam, as riquezas naturais são imensas, mas o povo, mesmo ali ao lado, morre de fome. As crianças são forçadas a empunhar armas e a matar e a morrer. Jesus pediu que deixassem as crianças irem até Ele, mas em África as crianças são abusadas e violadas, assassinadas, é-lhes roubada a infância e a inocência.

Os cristãos são perseguidos, torturados e assassinados simplesmente por serem cristãos.

Este podia ser o continente da esperança do futuro da humanidade, mas é o continente do terror.

Rezamos este Mistério pedindo para que os nossos irmãos em África sejam aliviados dos seus sofrimentos e possam encontrar a consolação que Jesus prometeu aos aflitos.

O Senhor abençoe todos os que se dedicam à evangelização e ao serviço destes povos, pois é a Jesus que estão a servir.

3º Mistério – Encarnação

Ásia

O continente em que existe um maior número de pessoas que não conhecem a Palavra de Deus



A Ásia é o maior continente, aquele onde vive mais de metade da população mundial e onde os cristãos são uma imensa minoria. A Palavra de Deus é aqui quase desconhecida, as pessoas vivem na ignorância do Evangelho e das promessas de salvação anunciadas. Vivem sem horizontes.

A fome da Palavra de Deus é tão grande, tão grande!

E a fome dos estômagos também faz companhia aos nossos irmãos asiáticos.

Rogamos a Maria, neste Mistério, para que interceda junto de Deus pelos habitantes da Ásia. É nestas terras que existe mais trabalho para os missionários. Oremos, porque nos principais lugares onde eles são precisos, os missionários estão proibidos de entrar e sujeitos a perseguição e morte.

Maria que gerou a Palavra de Deus para nós, interceda agora para que a mesma Palavra nasça entre os irmãos asiáticos.

4º Mistério – Apresentação

Oceânia

Os mais pequenos em dimensão não são menos amados por Deus



Jesus não precisava de ser circuncidado, mas foi-o porque quis ser igual a nós nos ínfimos pormenores, mesmo os culturais.

A Oceânia é o mais pequeno continente, o menos populoso, aquele onde há menos cristãos. A percentagem de católicos é mínima. O trabalho dos missionários iniciado neste continente séculos atrás necessita de continuação.

Oremos, irmãos, e roguemos a Maria para que nos acompanhe nesta oração pelos irmãos da Oceânia para que descubram as maravilhas do reino dos Céus e se convertam para alcançarem a Salvação.


5º Mistério – Reencontro

Europa

À procura de se reencontrar



Não obstante Jesus ter nascido e vivido no Médio Oriente, a grande expansão do cristianismo foi na Europa e, a partir da Europa, para todo o mundo.

Mas a Europa vem perdendo o sentido de Deus, da humildade e simplicidade, da partilha e da caridade e os europeus estão a substituir o amor pelo luxo.

Santa Maria que tendes visitado tão assiduamente este continente, intercedei para que nos questionemos acerca das coisas de Deus, como Jesus fez, aos doze anos de idade, no Templo. Para que nos reencontremos e nos voltemos a converter e a viver mais para Deus e para o próximo e menos para o nosso bem-estar e luxos.





Orlando de Carvalho


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