As missas com participação de público foram proibidas pela
autoridade civil e pelos Bispos portugueses.
Alternativas haverá muitas, basta usar a imaginação.
A que pode parecer mais óbvia é a televisão.
Neste aspecto, estou em alguma sintonia com o Patriarca
Policarpo, na atitude que tomou em relação às bênçãos anuais de finalistas
universitários.
Normalmente a cerimónia era em contexto de missa. Percebendo
que a generalidade dos participantes não tinha prática eucarística, e muitos nem
sequer eram baptizados, entendeu que a celebração de missa não fazia sentido. E
a bênção dos finalistas passou a ser enquadrada numa Celebração da Palavra.
Ora, a missa transmitida pela televisão não me satisfaz. A Consagração
é à distância. Vejo os outros comungarem e eu fico a ver navios. Aliás, a ver navios
e a ouvir comentários normalmente de padres, para encher chouriços e que nem
sempre me parecem feitos da maneira mais oportuna.
Claro que a televisão podia transmitir uma Celebração da Palavra
seguida de um tempo de exposição eucarística. Isso já fazia mais sentido, para
mim.
Neste 3º Domingo da Quaresma, resolvemos a questão da missa
dominical de modo particular. Afinal a tecnologia não pode servir só para o
mal, para jogos de entretenimento ou apostas online e apresentações de moral
duvidosa.
Ligámo-nos 5 casas, em videoconferência. Adultos, idosos e
crianças. Seguimos o missal para as leituras, admonições e orações. Os comentários
às leituras foram feitos em comum e concluídos com uma homilia. A oração
universal foi espontânea e participada por todos. Seguiram-se os cânticos
previamente seleccionados. O Pai Nosso foi participado. Houve Abraço da Paz.
No final, depois da bênção e despedida, fizemos como os
servos de Caná.
Pedimos a intersecção da Mãe de Jesus, a senhora que é nossa
Rainha sob o título de Imaculada Conceição ou Nossa Senhora da Conceição e que
nos aconchega docemente no seu regaço sob o título de Nossa Senhora do Rosário
de Fátima, para nos proteger do grave perigo do Coronavírus, da meteorologia e
da sismologia.
Ao longo da celebração fomos resolvendo os problemas
técnicos que surgiam (não foram muitos) com o sistema de videoconferência
improvisado.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
Para sempre seja louvado com sua Mãe Maria Santíssima.
Fica um apelo. Precisamos rezar, rezar mais. Não vemos
exemplos de oração na televisão nem na comunicação social em geral. Vão para as
janelas cantar, mas não rezar. Sem Deus, nada conseguiremos.
Orlando de Carvalho
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