Paixão segundo S. Marcos
Celebração da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Marcos. Semelhante a uma Via-sacra nalguns aspectos, mas bem diferente na vivência proposta.
A celebração está dividida em 19 estações. Uma por pessoa ou adaptando ao número de participantes, pela acumulação de estações ou distribuição de uma ou mais estações pelo número de pessoas conveniente.
Providencia-se uma almofada para cada participante, ou cada um leva a sua almofada. Pessoas que tenham dificuldade em sentar-se no chão, não precisam dessa almofada.
Cada participante leva um crucifixo. Crucifixo de preferência a cruz apenas. E uma pequena almofada que vai servir de trono ao crucifixo.
Se o participante se senta no chão com a sua almofada, a almofada do crucifixo deve ficar também no chão, diante da pessoa ou ao seu lado. O participante pode segurar o crucifixo nas mãos, colocá-lo sobre a almofada, da maneira que melhor sentir.
Na sua vez, cada pessoa lê o texto da sua estação tendo o seu crucifixo deitado sobre o trono. E em seguida segura no crucifixo e faz uma pequeníssima oração, como espontânea, mas que deve ir preparada. Exemplos da oração:
- Como te amo Jesus!
- Graças Jesus pelo que sofreste para nos salvar. (“nos” e não “me” salvar, tal como dizemos no Pai Nosso)
Estes dois exemplos, são isso mesmo: exemplos. Cada pessoa ora o que e como desejar e sentir. Também pode cantar um refrão apropriado.
Terão em atenção o tempo que estão dispostos a despender, pois quanto mais longa for a oração, mais extensa será a Celebração da Paixão.
Depois dessa pequena oração, o participante levanta-se e ergue o crucifixo expondo-o para todos o verem.
Todos recitam o Pai Nosso.
E passa ao participante seguinte e sucessivamente deste modo.
Esta celebração inclui adoração da Cruz. O participante usa o crucifixo para o contemplar em adoração do Senhor crucificado.
Uma apresentação das imagens em formato PowerPoint ou compatível está disponível e pode ser pedida para este endereço electrónico gratuitamente lando.b.r@gmail.com para ser projectada ao mesmo tempo que a celebração. Ou utilize o formulário ao fundo da página do lado esquerdo.
CAPÍTULO 14 (os versículos indicam-se entre parêntesis)
1ª Estação: Conspiração contra Jesus (1-2)
1 Faltavam dois dias para a festa da Páscoa e para a festa dos Ázimos. Os sumos sacerdotes e os doutores da Lei procuravam um modo de prender Jesus e depois matá-l'O. 2 Eles diziam: «A fim de que, durante a festa, não haja confusão no meio do povo».
2 ª Estação: A unção de Betânia (3-9)
3 Jesus estava em Betânia, na casa de Simão, o leproso.
Enquanto faziam a refeição, chegou uma mulher com um vaso de alabastro, cheio de um perfume de nardo puro, muito caro. Ela quebrou o vaso e derramou o perfume sobre a cabeça de Jesus. 4 Alguns que ali estavam ficaram com raiva e comentavam: «Porquê desperdiçar este perfume? 5 O perfume poderia ser vendido por mais de trezentas moedas de prata, que poderiam ser
dadas aos pobres». E criticavam a mulher. 6 Mas Jesus disse-lhes: «Deixai-a; porque estais a atormentá-la? Ela fez-Me uma coisa muito boa. 7 Sempre tereis pobres entre vós e podereis fazer-lhes bem quando quiserdes. Mas Eu não vou estar sempre convosco. 8 Ela fez o que podia: derramou perfume no meu corpo, preparando-o para a sepultura. 9 Eu vos garanto: por toda a parte, onde a Boa Notícia for pregada, também contarão o que ela fez, e ela será lembrada».
3 ª Estação: A traição de Judas (10-11)
10 Judas Iscariotes, um dos doze discípulos, foi ter com os sumos sacerdotes, para entregar Jesus. 11 Eles ficaram muito contentes quando ouviram isto e prometeram dar dinheiro a Judas. Então Judas começou a procurar uma boa oportunidade para entregar Jesus.
5 ª Estação: Preparativos para a Ceia Pascal (12-16)
12 No primeiro dia dos Ázimos, quando matavam os cordeiros para a Páscoa, os discípulos perguntaram a Jesus: «Onde queres que façamos os preparativos para que comas a Páscoa?» 13 Jesus mandou então dois dos seus discípulos, dizendo: «Ide à cidade. Um homem transportando um jarro de água virá ao vosso encontro. Segui-o 14 e dizei ao dono da casa onde ele entrar: "O Mestre manda dizer: Onde é a sala em que Eu e os meus discípulos vamos comer a Páscoa?" 15 Então ele mostrar-vos-á, no andar de cima, uma sala grande, arrumada com almofadas. Preparai aí tudo para nós». 16 Os discípulos partiram e foram à cidade. Encontraram tudo como Jesus havia dito e prepararam a Páscoa.
5 ª Estação: Anúncio da traição de Judas (17-21)
17 Ao cair da tarde, Jesus chegou com os Doze. 18 Enquanto estavam à mesa e comiam, Jesus disse: «Eu vos garanto: um de vós vai trair-Me. É alguém que come comigo». 19 Os discípulos começaram a ficar tristes e, um após outro, perguntaram a Jesus: «Serei eu?» 20 Jesus disse-lhes: «É um dos Doze. É aquele que mete comigo a mão no prato. 21 O Filho do Homem vai morrer, conforme diz a Escritura acerca d'Ele. Contudo, ai daquele que trair o Filho do Homem! Seria melhor que nunca tivesse nascido!»
6 ª Estação: Instituição da Eucaristia (22-25)
22 Enquanto comiam, Jesus tomou um pão e, tendo pronunciado a bênção, partiu-o, distribuiu-o aos discípulos e disse: «Tomai, isto é o meu corpo». 23 Em seguida, tomou um cálice, deu graças e entregou-lho. E todos eles beberam.
24 E Jesus disse-lhes: «Isto é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos. 25 Eu vos garanto: nunca mais beberei do fruto da videira, até ao dia em que beberei o vinho novo no Reino de Deus».
7 ª Estação: Predição da negação de Pedro (26-31)
26 Depois de terem cantado os salmos, foram para o monte das Oliveiras. 27 Então Jesus disse aos discípulos: «Todos ireis ficar desorientados, porque a Escritura diz: "Ferirei o pastor, e as ovelhas dispersar-se-ão". 28 Mas, depois de ressuscitar, Eu irei à vossa frente para a Galileia».
29 Pedro declarou a Jesus: «Mesmo que todos fiquem desorientados, eu não ficarei». 30 Jesus disse a Pedro: «Eu te garanto: ainda hoje, esta noite, antes que o galo cante duas vezes, negar-Me-ás três vezes». 31 Mas Pedro repetiu com mais força: «Ainda que tenha de morrer contigo, mesmo assim não Te negarei». E todos disseram a mesma coisa.
8 ª Estação: No Getsémani (32-42)
32 Chegaram a um lugar chamado Getsémani. Então Jesus disse aos discípulos: «Sentai-vos aqui, enquanto Eu vou rezar». 33 Jesus levou consigo Pedro, Tiago e João, e começou a ficar com medo e angústia. 34 Então disse-lhes: «A minha alma está numa tristeza de morte. Ficai aqui e vigiai».
35 Jesus foi um pouco mais adiante, prostrou-Se por terra e pedia que, se fosse possível, aquela hora se afastasse d'Ele.
36 Ele rezava: «Abbá! Pai! Tudo é possível para Ti! Afasta de Mim este cálice! Contudo, não se faça o que Eu quero, mas o que Tu queres».
37 Depois Jesus voltou, encontrou os três discípulos a dormir, e disse a Pedro: «Simão, estás a dormir? Não pudeste vigiar nem sequer uma hora? 38 Vigiai e rezai, para não cairdes em tentação! Porque o espírito está pronto para resistir, mas a carne é fraca».
39 Jesus afastou-Se de novo e rezou, repetindo as mesmas palavras. 40 Voltou novamente e encontrou os discípulos a dormir, porque os seus olhos estavam pesados de sono. E eles não sabiam o que dizer a Jesus. 41 Então Jesus voltou pela terceira vez e disse: «Agora podeis dormir e descansar. Basta! Chegou a hora! Eis que o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos pecadores. 42 Levantai-vos! Vamos! Já se aproxima aquele que Me vai trair».
9 ª Estação: A prisão de Jesus (43-52)
43 Enquanto Jesus ainda falava, chegou Judas, um dos Doze, com uma multidão armada de espadas e paus. Vinham da parte dos sumos sacerdotes, dos doutores da Lei e dos anciãos do povo. 44 O traidor tinha combinado com eles um sinal, dizendo: «Jesus é Aquele que eu beijar. Prendei-O e levai-O bem guardado». 45 Judas aproximou-se imediatamente de Jesus, dizendo: «Mestre!» E beijou-O. 46 Então eles lançaram as mãos sobre Jesus e prenderam-n'O. 47 Mas um dos presentes puxou da espada e feriu o empregado do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha. 48 Jesus disse-lhes: «Saístes com espadas e paus para Me prender, como se Eu fosse um ladrão. 49 Todos os dias Eu estava convosco no Templo, a ensinar, e não me prendestes. Mas isto é para se cumprirem as Escrituras».
50 Então todos fugiram, abandonando Jesus. 51 Um jovem, vestido só com um lençol, seguia Jesus, e eles prenderam-no. 52 Mas o jovem largou o lençol e fugiu nu.
10 ª Estação: Jesus perante o Sinédrio (53-65)
53 Então eles levaram Jesus a casa do sumo sacerdote. Todos os sumos sacerdotes, os anciãos e os doutores da Lei se reuniram. 54 Pedro seguiu Jesus de longe e entrou no pátio da casa do sumo sacerdote. Sentou-se com os guardas, a aquecer-se ao lume. 55 Ora, os sumos sacerdotes e todo o Sinédrio
procuravam contra Jesus algum testemunho, a fim de O condenar à morte. E nada encontraram, 56 porque muitos testemunhavam falsamente contra Jesus mas os seus testemunhos não eram concordes. 57 Alguns levantaram-se e testemunharam falsamente contra Jesus, 58 dizendo: «Nós ouvimo-l'O dizer: "Vou destruir este Templo feito por homens, e em três dias construirei um outro, que não será feito pelos homens!"» 59 Mas nem mesmo assim o seu testemunho concordava.
60 Então o sumo sacerdote levantou-se e, no meio de todos, interrogou Jesus: «Não respondes nada ao que estes testemunham contra Ti?» 61 Mas Jesus continuou calado e nada respondeu. O sumo sacerdote interrogou-O de novo: «És Tu o Messias, o Filho do Deus Bendito?» 62 Jesus respondeu: «Sou. E vereis o Filho do Homem sentado à direita do Todo-poderoso, e vir sobre as nuvens do céu». 63 Então o sumo sacerdote rasgou as próprias vestes e disse: «Que necessidade temos ainda de testemunhas? 64 Ouvistes a blasfémia! Que vos parece?» Então todos eles decretaram que Jesus era réu de morte.
65 Então alguns começaram a cuspir em Jesus. Cobriram o rosto de Jesus e esbofeteavam-n'O, dizendo: «Faz uma profecia!» E os guardas davam-Lhe bofetadas.
11 ª Estação: Negações de Pedro (66-72)
66 Pedro estava em baixo, no pátio. Chegou então uma criada do sumo sacerdote, 67 e quando viu Pedro a aquecer-se, olhou bem para ele e disse: «Tu também estavas com Jesus Nazareno!» 68 Mas Pedro negou: «Não sei nem compreendo o que dizes!» E o galo cantou. 69 A criada viu Pedro e começou a dizer novamente aos que estavam perto: «Esse aí é um deles!» 70 Mas Pedro negou outra vez. Pouco depois, os que ali estavam diziam novamente a Pedro: «É claro que és um deles, pois és da Galileia». 71 Então Pedro começou a maldizer e a jurar, dizendo: «Nem conheço esse homem de quem falais!» 72 Nesse instante, o galo cantou pela segunda vez. Pedro lembrou-se de que Jesus lhe havia dito: «Antes de o galo cantar duas vezes, negar-Me-ás três vezes». Então Pedro começou a chorar.
CAPÍTULO 15
12 ª Estação: Jesus perante Pilatos (1-15)
1 De manhã, os sumos sacerdotes, com os anciãos, os doutores da Lei e todo o Sinédrio, reuniram-se em conselho. Amarraram Jesus, levaram-n'O e entregaram-n'O a Pilatos. 2 Pilatos interrogou Jesus: «Tu és o rei dos judeus?» Jesus respondeu: «Tu o disseste». 3 E os sumos sacerdotes faziam muitas acusações contra Jesus. 4 Pilatos interrogou-O novamente: «Nada tens a responder? Vê de quantas coisas Te acusam!» 5 Mas Jesus não respondeu mais nada, e Pilatos ficou impressionado.
6 Na festa da Páscoa, Pilatos costumava soltar-lhes um prisioneiro que eles pedissem. 7 Nesse tempo, um homem chamado Barrabás estava preso com os rebeldes que tinham cometido um assassinato na revolta. 8 A multidão subiu e começou a pedir a Pilatos que fizesse como costumava. 9 Pilatos perguntou: «Quereis que solte o rei dos judeus?» 10 Pilatos bem sabia que os sumos sacerdotes haviam entregado Jesus por inveja. 11 Porém os sumos sacerdotes atiçaram a multidão para que Pilatos soltasse Barrabás. 12 Pilatos perguntou de novo: «Que farei então com Jesus, a quem chamais rei dos judeus?» 13 Mas
eles gritaram de novo: «Crucifica-O!» 14 Pilatos perguntou: «Mas que mal fez Ele?» Eles, porém, gritaram com mais força: «Crucifica-O!» 15 Pilatos queria agradar à multidão. Soltou Barrabás, mandou flagelar Jesus e entregou-O para ser crucificado.
13 ª Estação: A coroação de espinhos (16-20a)
16 Então os soldados levaram Jesus para o pátio, dentro do palácio do governador, e convocaram toda a tropa.
17 Vestiram Jesus com um manto vermelho, teceram uma coroa de espinhos e puseram-Lha na cabeça. 18 Depois começaram a cumprimentá-l'O: «Salve, rei dos judeus!» 19 E batiam-Lhe na cabeça com uma vara. Cuspiam n'Ele e, dobrando os joelhos, prestavam-Lhe homenagem. 20 Depois de zombarem de Jesus, tiraram-Lhe o manto vermelho, vestiram-n'O de novo com as próprias roupas.
14 ª Estação: A caminho da cruz (20b-22)
e levaram-n'O para fora, a fim de O crucificarem.
21 Passava por ali um homem chamado Simão Cireneu, pai de Alexandre e Rufo. Voltava do campo para a cidade. Então os soldados obrigaram-no a levar a cruz de Jesus.
22 Levaram Jesus para o lugar chamado Gólgota, que quer dizer «Lugar da Caveira».
15 ª Estação: A crucifixação (23-28)
23 Deram-Lhe vinho misturado com mirra, mas Jesus não quis beber. 24 Crucificaram-n'O e repartiram as suas vestes, fazendo um sorteio, para ver a parte de cada um. 25 Eram nove horas da manhã quando crucificaram Jesus. 26 E havia uma inscrição, com o motivo da condenação: «O Rei dos Judeus». 27 Com Ele crucificaram dois ladrões, um à direita e outro à esquerda. 28 Deste modo cumpriu-se a Escritura que diz: «Ele foi incluído entre os malfeitores».
16 ª Estação: Jesus é escarnecido e injuriado na cruz (29-32)
29 As pessoas que passavam por ali insultavam-n'O, meneando a cabeça e dizendo: «Olá! Tu que ias destruir o Templo e construí-lo de novo em três dias, 30 salva-Te a Ti mesmo! Desce da cruz!» 31 Do mesmo modo, os sumos sacerdotes, com os doutores da Lei, zombavam d'Ele, dizendo: «Salvou os outros... e não pode salvar-Se a Si mesmo! 32 O Messias, o rei de Israel... Desça agora da cruz, para que vejamos e acreditemos!» Os que foram crucificados com Jesus também O insultavam.
17 ª Estação: A morte de Jesus (33-39)
33 Ao chegar o meio-dia e até às três horas da tarde, houve escuridão sobre toda a Terra. 34 Pelas três horas da tarde, Jesus deu um forte grito: «Eloi, Eloi, lamá sabactâni?», que quer dizer: «Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?»
35 Alguns dos que ali estavam, ao ouvir isto, disseram: «Vede, Ele está a chamar por Elias!» 36 Alguém correu, encheu de vinagre uma esponja, colocou-a na ponta de uma vara, e deu-Lhe, dizendo: «Deixai, vamos ver se Elias vem tirá-l'O da cruz!» 37 Então Jesus lançou um forte grito e expirou.
38 Nesse momento, a cortina do santuário rasgou-se de alto a baixo, em duas partes. 39 O oficial do exército, que estava em frente da cruz, viu como Jesus havia expirado e disse: «De facto, este homem era mesmo o Filho de Deus!»
18 ª Estação: As santas mulheres no Calvário (40-41)
40 Estavam ali também algumas mulheres, a observar de longe. Entre elas estava Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, o menor, e de José, e Salomé. 41 Elas haviam acompanhado e servido Jesus, desde quando Ele estava na Galileia. Muitas outras mulheres estavam ali, pois tinham ido com Jesus a Jerusalém.
19 ª Estação: O sepultamento (42-47)
42 Ao entardecer, como era o dia da Preparação, isto é, a véspera do sábado, 43 chegou José de Arimateia. Ele era membro importante do Sinédrio e também esperava o Reino de Deus. José encheu-se de coragem, foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. 44 Pilatos ficou admirado que Jesus já tivesse morrido. Chamou o oficial do exército e perguntou se Jesus já estava morto. 45 Depois de informado pelo oficial, Pilatos mandou entregar o cadáver a José. 46 José comprou um lençol de linho, desceu o corpo da cruz e envolveu-o no lençol. Em seguida, colocou Jesus num túmulo, que tinha sido cavado na rocha, e rolou uma pedra para fechar a entrada do túmulo.
47 Maria Madalena e Maria, mãe de José, observaram onde Jesus tinha sido colocado.