quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Ano de São José – Com Coração de Pai

Os primeiros escritos cristãos são os que compõem o Novo Testamento. Eles contêm tudo o que sabemos, no modo discursivo, sobre São José.

Ora, os primeiros tempos da Igreja estão centrados nas pessoas da Santíssima Trindade e, logo de seguida, na Mãe de Jesus, a que foi prometida pelo Senhor a todos e a cada um de nós também como Mãe.

Na arte desses primeiros tempos, mesmo aquelas primeiras representações visuais, ainda que não lhes chamemos arte, são centradas, para além de Jesus, na sua Mãe. Há razões de ordem teológica, em primeiro lugar porque Maria é a prova de que Jesus encarnou, pessoa como nós. Depois talvez uma certa ternura que todos temos para com a nossa mãe.

É através das representações da natividade e do aprofundamento do modo como Deus se fez Dom à Humanidade, que a personagem do carpinteiro José vai tomando forma.

Chama-se a este modo pedagógico de Deus Se revelar e revelar os seus mistérios, para que consigamos entender, a Economia da Salvação. A veneração do esposo de Maria e pai de Jesus, deste modo, tem crescido ao longo destes dois milénios, de modo a dar-nos a possibilidade de a saborearmos melhor.

Depois de Maria ser reconhecida como Mãe de Deus, José (nas palavras do Papa Francisco), o homem que passa despercebido, o homem da presença quotidiana discreta e escondida tornou-se para nós um intercessor, um amparo e uma guia nos momentos de dificuldade. São José lembra-nos que todos aqueles que estão, aparentemente, escondidos ou em segundo plano, têm um protagonismo sem paralelo na história da salvação.

O nome José, já então comum entre os judeus, tornou-se um dos nomes mais populares na Cristandade e no mundo. Igrejas, mosteiros, conventos, ordens religiosas foram dedicadas a S. José. E também obras públicas e particulares, como hospitais, receberam do pai putativo de Jesus o seu nome.

Dentro de grande parte das casas religiosas, com maior enfoque nos conventos e mosteiros femininos, S. José é considerado o grande intercessor nas horas de maior aflição, porque há relatos de que a sua invocação resolveu grandes problemas dentro dos conventos, nomeadamente de ordem financeira.

Ora, como explicava uma criança na catequese, embora Jesus tivesse um Pai no Céu, precisava de um pai na Terra, para trabalhar, ganhar dinheiro e sustentar Maria e o seu Menino.

Nas representações artísticas, Maria surge normalmente como uma bela senhora e José como um idoso amparado num bordão. Então, vários papas, ao longo dos séculos, sentiram necessidade de reavivar a devoção a S. José. O Papa Francisco recorda que o Papa Beato Pio IX declarou São José padroeiro da Igreja, que o Papa Venerável Pio XII o nomeou padroeiro dos operários, que o Papa São João Paulo II ensinou que S. José foi o Guardião do Redentor.

Ao longo deste ano, vamos tentar seguir aquele método de Deus, da Economia da Salvação, e ir descobrindo S. José, enquanto o veneramos e divulgamos a sua devoção, dentro da Igreja e ao mundo.

 

Orlando de Carvalho


 

Sem comentários:

Enviar um comentário