Os que desejarem reviver a Hora
de Jesus (o Tríduo Pascal) o têm uma oportunidade excepcional na celebração da
Ascensão do Senhor. Na Quinta-feira de Espiga, se, mesmo sendo dia de trabalho
e de escola, for possível, ou no Domingo imediatamente seguinte, que é o dia em
que, em Portugal, se celebra liturgicamente a Ascensão do Senhor.
Note-se que na anglicaníssima Inglaterra, este dia é feriado nacional.
Em muitas terras de Portugal, a
Quinta-feira de Espiga é considerada tradicionalmente o dia mais santo do ano.
Nalguns poucos concelhos, este dia é feriado municipal.
Listamos alguns dos concelhos em
que a Quinta-feira de Espiga é feriado municipal:
Alcanena, Alenquer, Almeirim, Alter do Chão, Alvito, Anadia, Ansião,
Arraiolos, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Beja, Benavente, Cartaxo, Castro Verde,
Chamusca, Estremoz, Golegã, Loulé, Mafra, Marinha Grande, Mealhada, Melgaço,
Monchique, Mortágua, Oliveira do Bairro, Quarteira, Salvaterra de Magos, Santa
Comba Dão, Sobra De Monte Agraço, Torres Novas, Vidigueira e Vila Franca de
Xira.
Contam as pessoas mais antigas
(porque o bulício de hoje não é muito dado a estas coisas) que neste dia havia
uma hora em que nem os pássaros iam aos ninhos, nem as águas dos ribeiros ou
das fontes corriam, o leite não coalhava e o pão não levedava; e as folhas das
árvores cruzavam-se, formando cruzes, em memória da Paixão do Senhor.
Em Cabanas de Torres, entre Alenquer e Torres Vedras, há a celebração de uma tradicional Missa das Andorinhas, às 13h deste dia, com a libertação de andorinhas, dentro da igreja, durante a adoração do Santíssimo Sacramento.
Era costume, neste dia fazer um pic-nic.
Com oração, com partilha de
comida, de conversas e de amizade. Num lugar onde possam apanhar plantas para
fazer um ramo de espiga. Conforme for costume na vossa terra, ou conforme mais
gostardes. A composição mais comum do ramo de espiga inclui papoilas, espigas
de trigo, malmequeres brancos, margaridas amarelas, mas também varas de
videira, ramos de oliveira, rosmaninho e alecrim. Podem oferecer uns aos
outros, mas como todos vão fazer raminhos, levem-nos, guardem um para vós, como
memória deste dia, e outros para oferecerem a quem mais vos agradar.
Extraído e adaptado de A Hora de Jesus, Orlando de Carvalho, Edições Salesianas
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