Celebração
da Misericórdia com a Família
Proposta para celebração do Jubileu da Misericórdia com Famílias
Proclamação do
Cântico da Caridade
1Cor 13,1-13
Cada pessoa acompanha a proclamação do Cântico pela Bíblia
ou tem um texto impresso para si. Depois da leitura terminada, cada pessoa relê
quanto precise o texto e partilha em voz alta (sem que a isso seja ninguém
obrigado) diz uma frase que a tenha tocado ou de que tenha gostado mais. As
partilhas não se fazem por nenhuma ordem imposta, mas espontaneamente. A mesma
pessoa pode voltar a falar.
Quem orienta ou preside, no final comenta a relação entre as
três virtudes teologais: a fé, a esperança e a caridade. Explica o final deste
cântico. No Reino dos Céus, para quem lá viver, não fazem sentido a fé nem a
esperança. A fé é acreditar em Deus e na vida eterna, sem provas concretas, sem
prova nenhum. Simplesmente acreditar. A esperança é a virtude que torna
possível esperar que se concretize aquilo em que se acredita, em que se tem fé,
alcançar o Reino dos Céus e contemplar o Criador.
Ora, quem já está no Reino dos Céus, sente-o, não tem que
acreditar apenas pela fé no que não conhece já, uma vez que o vive, nem tem que
esperar lá chegar, porque já lá está.
Mas S. Paulo afirma que a caridade subsiste e subsistirá.
A caridade é a relação familiar que existe entre o Pai e o
Filho e o Espírito Santo. A única das virtudes teologais que vai permanecer
quando todos os benditos de Deus tiverem entrado no Reino dos Céus. Então, a
caridade entre as pessoas da Santíssima Trindade, que nós já experimentámos e
vivemos nesta vida e neste mundo, alargar-se-á de modo pleno e todos viveremos
com Deus a mesma relação que existe em Deus, o amor infinito, a caridade, com
as características que S. Paulo enumera e outras que agora estamos limitados
para entender.
Ainda que eu falasse línguas,
as dos homens e dos anjos,
se não tivesse amor,
seria como sino ruidoso
ou como címbalo estridente.
Ainda que tivesse o dom
da profecia,
o conhecimento de todos
os mistérios e de toda a ciência;
ainda que tivesse toda a fé,
a ponto de transportar montanhas, se não tivesse amor,
nada seria.
Ainda que eu distribuísse
todos os meus bens aos famintos,
ainda que entregasse
o meu corpo às chamas,
se não tivesse amor,
nada disso me adiantaria.
O amor é paciente,
o amor é prestativo;
não é invejoso, não se ostenta,
não se incha de orgulho.
Nada faz de inconveniente,
não procura o seu próprio interesse, não se irrita,
não guarda rancor.
Não se alegra com a injustiça,
mas regozija-se com a verdade.
Tudo desculpa, tudo crê,
tudo espera, tudo suporta.
O amor jamais passará.
As profecias desaparecerão,
as línguas cessarão,
a ciência também desaparecerá.
Pois o nosso conhecimento
é limitado;
limitada é também a nossa profecia.
Mas, quando vier a perfeição,
desaparecerá o que é limitado.
Quando eu era criança,
falava como criança,
pensava como criança,
raciocinava como criança.
Depois que me tornei adulto,
deixei o que era próprio de criança.
Agora vemos como em espelho
e de maneira confusa;
mas depois veremos face a face.
Agora o meu conhecimento
é limitado,
mas depois conhecerei
como sou conhecido.
Agora, portanto,
permanecem estas três coisas:
a fé, a esperança e o amor.
A maior delas, porém, é o amor.
Carta da boa vivência
Familiar
Col 3,12-21
Irmãos: Como eleitos de Deus, santos e predilectos,
revesti-vos de sentimentos de misericórdia, de bondade, humildade, mansidão e
paciência. Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente, se algum tiver
razão de queixa contra outro. Tal como o Senhor vos perdoou, assim deveis fazer
vós também. Acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da
perfeição. Reine em vossos corações a paz de Cristo, à qual fostes chamados
para formar um só corpo. E vivei em acção de graças. Habite em vós com abundância
a palavra de Cristo, para vos instruirdes e aconselhardes uns aos outros com
toda a sabedoria; e com salmos, hinos e cânticos inspirados, cantai de todo o
coração a Deus a vossa gratidão. E tudo o que fizerdes, por palavras ou por
obras, seja tudo em nome do Senhor Jesus, dando graças, por Ele, a Deus Pai.
Esposas, sede submissas aos vossos maridos, como convém no Senhor. Maridos,
amai as vossas esposas e não as trateis com aspereza. Filhos, obedecei em tudo
a vossos pais, porque isto agrada ao Senhor. Pais, não exaspereis os vossos
filhos, para que não caiam em desânimo.
Jogral
(Todos) - Como eleito de Deus, santo e predilecto, e neste
Ano Jubilar da Misericórdia comprometo-me a revestir-me de sentimentos de
misericórdia, de bondade, humildade, mansidão e paciência, assim Deus me ajude.
(Maridos) – Senhor, ajuda-me a suportar as fraquezas da
minha esposa e dos meus filhos e a perdoar, sem ressentimento, as razões de
queixa que eu tenha.
(Esposas) – Senhor, ajuda-me a suportar as fraquezas do meu
marido e dos meus filhos e a perdoar, sem ressentimento, as razões de queixa
que eu tenha.
(Filhos) – Senhor, ajuda-me a suportar as fraquezas do meu
pai, da minha mãe e dos meus irmãos e a perdoar, sem ressentimento, as razões
de queixa que eu tenha.
(Presidente) – Pedistes ajuda a Deus para suportar as
fraquezas dos vossos familiares, mas também os ouvistes perdoar as vossas
fraquezas, o que poderá ter sido mais penoso. É isto a vivência da
misericórdia: perdoar e pedir e aceitar o perdão, pois todos nós somos fracos e
infiéis aos nossos deveres. Todos nós precisamos da misericórdia de Deus, mas
também da misericórdia dos outros que uma e outra vez ofendemos. Deus vos ajude
a serdes amáveis e fiéis uns com os outros. Tal como o Senhor vos perdoou,
assim deveis fazer vós também.
(Todos) – Revesti-me, Senhor, da Caridade para que eu cresça
mais e mais na perfeição à vossa semelhança. Glória ao Pai e ao Filho e ao
Espírito Santo…
(Presidente) – Reine em vossos corações a paz de Cristo, à
qual fostes chamados para formar um só corpo. E vivei em acção de graças.
(Todos) – Habite em mim com abundância a palavra de Cristo,
para me instruir e aconselhar e para que eu possa instruir e aconselhar com
sabedoria aqueles que amo e que comigo coabitam.
(Presidente) – Dai graças a Deus para que o Senhor vos
auxilie a cumprir com essas boas intenções.
Ouvi agora o que Deus projectou para as nossas vidas,
conforme referem logo as primeiras páginas da Bíblia.
“Deus disse: Façamos o homem à nossa imagem e semelhança.
Deus criou o homem à sua imagem; à imagem de Deus Ele o
criou; e criou-os homem e mulher.
Deus abençoou-os e disse-lhes: Sede fecundos e
multiplicai-vos.
E Deus entregou toda a Natureza à guarda deles.
Deus viu tudo o que havia feito, e tudo era muito bom.”
Sabendo que Deus criou a espécie humana, que a criou homem e
mulher, e ambos os cônjuges semelhantes a Si mesmo, entendemos melhor o texto
de S. Paulo, que não desejou escravizar a esposa ao marido, mas colocar ambos
ao mesmo nível de respeito mútuo e perante Deus. As palavras das pessoas, neste
caso de S. Paulo, devem ser entendidas nos seus contextos culturais e
temporais. Bem sabeis quanto a sociedade tem evoluído nos últimos tempos em
relação à dignidade e igualdade entre esposos. O que não significa que cada um
tenha a liberdade de abandonar o outro quando lhe apetece ou de lhe ser infiel.
Os ensinamentos bíblicos são os mesmos, em relação à fidelidade e estabilidade
do casamento, entendidos como sempre deveria ter acontecido para ambos os
cônjuges. Não há amor sem submissão, nem submissão saudável sem amor.
(Esposas) – Ajudai-me, Senhor, a ser submissa e a amar o meu
marido, com a mesma submissão com que Jesus, de joelhos no chão, lavou os pés
aos discípulos, durante a Ceia.
(Maridos) – Ajudai-me, Senhor, a amar e a ser submisso à
minha esposa, com o mesmo amor com que Jesus, de joelhos no chão, lavou os pés
aos discípulos durante a Ceia.
(Presidente) – Honrai os vossos pais e as vossas mães, para
que os vossos dias se prolonguem na terra que o Senhor, nosso Deus, nos deu,
como prescreve o Livro do Êxodo.
(Mães) – Ouvi, meus filhos as instruções do vosso pai, e não
desprezeis os ensinamentos da vossa mãe.
(Pais) – O filho sábio é a alegria de seu pai, o insensato,
porém, é a tristeza de sua mãe.
(Presidente) – O filho sábio ama a correcção, mas o
incorrigível não aceita a repreensão.
(Filhos) – Mãe e pai, quero em tudo obedecer-vos, assim Deus
me ajude. Assim agradarei também ao Senhor.
(Pais e Mães) – Não desanimeis, filhos nossos, se, por amor,
vos exasperamos algumas vezes. Senhor, ajuda-nos a educar, aconselhar e
corrigir os nossos filhos com doçura e ternura e a fazê-los entender que o
fazemos com amor.
(Presidente) – Compreendeis agora melhor o que é a
misericórdia que celebramos neste Jubileu. É o amor que Deus nos tem e que nós
recebemos e aceitamos e distribuímos pelos outros ou que rejeitamos. Aceitai a
misericórdia de Deus e vivei-a nas vossas casas sede misericordiosos uns com os
outros e o Senhor será misericordioso convosco.
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