Padre Jacques Hamel |
No dia 26 de Julho de 2016, dois homens que não tinham já a
virtude da esperança, irromperam por uma igreja, em Saint-Etienne-du-Rouvray,
uma pequena localidade na diocese de Rouen, na França, onde o padre Jacques
Hamel presidia a Eucaristia em que participavam ainda três freiras e dois outros
fiéis.
Os dois homens desesperados para quem a vida não tinha
sentido, degolaram o padre Hamel, um octogenário que os cobardes saberiam não
ter força para lhes fazer frente caso quisesse e feriram outras pessoas, até a
polícia os abater.
O sentido vital desta história triste é dado
pelo arcebispo de Rouen, D. Dominique Lebrun, que participava na Jornada
Mundial da Juventude, na Polónia, e regressou à sua diocese para acompanhar os
fiéis, e não só, em choque com estes acontecimentos.Arcebispo Dominique Lebrun |
D. Lebrun emitiu a seguinte mensagem:
Acabo de saber da matança desta manhã na igreja de Saint-Etienne
du Rouvray, que fez três vítimas: o sacerdote, o padre Jacques Hamel, de 84
anos, e os autores do assassinato. Três outras pessoas ficaram feridas, uma
muito a sério.
Apelo para Deus, com todos os homens de boa vontade. Ouso
convidar os não-crentes a unirem-se a este apelo! Com os jovens das JMJ, oramos
como orámos junto ao túmulo do Padre Popielusko, em Varsóvia, assassinado
durante o regime comunista.
A Igreja Católica não
pode tomar outras armas para além da oração e de fraternidade entre os homens.
Deixo aqui centenas de jovens que são o futuro da humanidade - a verdadeira.
Peço-lhes para não baixarem os braços face à violência e se tornarem apóstolos
da civilização do amor. Estou um pouco atordoado, mas sou levado por estes jovens
que querem construir uma civilização do amor.
O bispo da Igreja, neste Jubileu da Misericórdia, não adoptou
uma posição julgadora, nem castigadora, ou de ódio e de incitamento ao ódio,
mas de misericórdia relativa aos dois homens desorientados e desesperados. Ele recusou
ainda levantar um muro entre os católicos vítimas e mártires e “os outros”. Ele
fez um apelo para a reunião de todas as pessoas de boa vontade em torno da
justiça, da paz e da misericórdia, dando à Humanidade um verdadeiro testemunho
de amor cristão. A partir de um pecado gravíssimo, apelou à edificação pessoal
de cada pessoa, crente ou não, que se quisesse unir a si em oração sincera.
Considerei que tal acto, foi um horror.
ResponderEliminarSem dúvida
EliminarEste comentário foi removido pelo autor.
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EliminarFico verdadeiramente agradecido pela atenção que o amigo Adelino Matos dispensou ao meu texto. Um abraço.
EliminarComeçando pelo título desta mensagem, ele é bastante elucidativo do que se está passando um pouco por todo o mundo. O martírio dos cristãos (e não só...).
ResponderEliminarAssim, como é próprio da "notícia" (o quê, quando, como, onde, porquê) o narrador/autor narra/conta o que sucedeu: "No dia 26 de Julho de 2016(…) dois homens que não tinham já a virtude da esperança, irromperam por uma igreja(...)Os dois homens desesperados para quem a vida não tinha sentido, degolaram o padre Hamel(...)".
Ora, como podemos constatar, estes dois homens são caraterizados como não tendo já a virtude da esperança, são homens desesperados, cuja vida não tem sentido. (Não são caraterizados como assassinos, etc. ...).
Mas "O sentido vital desta história triste é... emitido pelo arcebispo de Rouen, D. Dominique Lebrun...".
O Arcebispo Lebrun, na sua mensagem, refere nomeadamente que acabava de saber da matança daquela manhã na igreja de Saint-Étienne du Rouvray(...) .
Nessa sequência, sublinha que a "Igreja Católica não pode tomar outras armas para além da oração e da fraternidade entre os homens".
Apela a Deus, com todos os homens de boa vontade, crentes e não crentes, jovens que são o futuro da humanidade a não baixarem os braços e face à violência a se tornarem "apóstolos da civilização de amor".
Ora, o arcebispo Lebrun, veiculando a doutrina do Sumo Pontífice e da Igreja Católica , não tomou uma posição “julgadora, nem castigadora, ou de ódio e de incitamento ao ódio, mas de misericórdia relativa aos dois homens desesperados e desorientados. “
Pelo contrário “Ele recusou ainda levantar um muro entre os católicos vítimas e mártires e os outros. Ele fez um apelo para a reunião de todas as pessoas de boa vontade em torno da justiça da paz e da misericórdia…”.
No que diz respeito à linguagem e estilo, haveria muito mais a referir, mas aqui limitamo-nos a sublinhar o seguinte:
A linguagem é cuidada , particularmente a que se refere à mensagem do arcebispo, destacamos a dupla adjetivação na linha (na linha 12), nomeadamente o adjectivo “ vital”, (“o sentido vital”) e o adjectivo “triste” (“história triste”), adjectivos que funcionam também como personificações.
O comentário à mensagem do arcebispo (último parágrafo do texto) também veicula duas ideias antitéticas que são o ódio e o amor. Mas, se é feita uma leve referência ao “ódio”, é apenas para recusá-lo. Lebrun “fez um apelo para a reunião de todas as pessoas de boa vontade …, dando à Humanidade um verdadeiro testemunho de amor cristão”.
Mas voltando ao texto na sua totalidade, ele encontra-se extremamente bem organizado, bem estruturado (cada parágrafo exprime uma ideia).
Todo o texto apresenta uma boa lisibilidade : o preto sobre um fundo verde. Podíamos apelar também à simbolismo das cores, mas seria demasiado fastidioso....
Temos ainda de nos penitenciarmos por termos veiculado uma análise de tipo linear, em vez de “survols en avant et en arrière”, mas esse tipo de análise garantíamos que não deixaríamos nada de significativo de lado. E ainda por tentar fazer uma “análise” quando o que se pedia era um “comentário”…
Começando pelo título desta mensagem, ele é bastante elucidativo do que se está passando um pouco por todo o mundo. O martírio dos cristãos (e não só...).
ResponderEliminarAssim, como é próprio da "notícia" (o quê, quando, como, onde, porquê) o narrador/autor narra/conta o que sucedeu: "No dia 26 de Julho de 2016(…) dois homens que não tinham já a virtude da esperança, irromperam por uma igreja(...)Os dois homens desesperados para quem a vida não tinha sentido, degolaram o padre Hamel(...)".
Ora, como podemos constatar, estes dois homens são caraterizados como não tendo já a virtude da esperança, são homens desesperados, cuja vida não tem sentido. (Não são caraterizados como assassinos, etc. ...).
Mas "O sentido vital desta história triste é... emitido pelo arcebispo de Rouen, D. Dominique Lebrun...".
O Arcebispo Lebrun, na sua mensagem, refere nomeadamente que acabava de saber da matança daquela manhã na igreja de Saint-Étienne du Rouvray(...) .
Nessa sequência, sublinha que a "Igreja Católica não pode tomar outras armas para além da oração e da fraternidade entre os homens".
Apela a Deus, com todos os homens de boa vontade, crentes e não crentes, jovens que são o futuro da humanidade a não baixarem os braços e face à violência a se tornarem "apóstolos da civilização de amor".
Ora, o arcebispo Lebrun, veiculando a doutrina do Sumo Pontífice e da Igreja Católica , não tomou uma posição “julgadora, nem castigadora, ou de ódio e de incitamento ao ódio, mas de misericórdia relativa aos dois homens desesperados e desorientados. “
Pelo contrário “Ele recusou ainda levantar um muro entre os católicos vítimas e mártires e os outros. Ele fez um apelo para a reunião de todas as pessoas de boa vontade em torno da justiça da paz e da misericórdia…”.
No que diz respeito à linguagem e estilo, haveria muito mais a referir, mas aqui limitamo-nos a sublinhar o seguinte: a linguagem é cuidada , particularmente a que se refere à mensagem do arcebispo, destacamos a dupla adjetivação na linha (na linha 12), nomeadamente o adjectivo “ vital”, (“o sentido vital”) e o adjectivo “triste” (“história triste”), adjectivos que funcionam também como personificações.
O comentário à mensagem do arcebispo (último parágrafo do texto) também veicula duas ideias antitéticas que são o ódio e o amor. Mas, se é feita uma leve referência ao “ódio”, é apenas para recusá-lo. Lebrun “fez um apelo para a reunião de todas as pessoas de boa vontade …, dando à Humanidade um verdadeiro testemunho de amor cristão”.
Mas voltando ao texto na sua totalidade, ele encontra-se extremamente bem organizado, bem estruturado (cada parágrafo exprime uma ideia).
Todo o texto apresenta uma boa lisibilidade : o preto sobre um fundo verde.
Temos ainda de nos penitenciarmos por termos veiculado uma análise de tipo linear, em vez de “survols en avant et en arrière”, mas esse tipo de análise garantíamos que não deixaríamos nada de significativo de lado. E ainda por tentar fazer uma “análise” quando o que se pedia era um “comentário”…