quarta-feira, 6 de julho de 2016

São Bento Menni

Pessoa amiga despertou-nos a atenção para a notícia referente à classificação patrimonial de um edifício no Sabugal.

A Câmara Municipal do Sabugal deliberou, por unanimidade, na reunião de 11 de Dezembro de 2015, aprovar a decisão final de classificação do edifício do antigo Colégio da Freguesia de Aldeia da Ponte, Sabugal, fundado em 1892 pelo padre Bento Benni, como Monumento de Interesse Municipal.

Complementamos a informação com um texto do nosso livro Os Santos de João Paulo II.


Bento Menni realizou uma grande obra apostólica, como irmão da Ordem Hospitaleira de São João de Deus, fundada por este português natural de Montemor-o-Novo, que descobriu a sua vocação já depois dos quarenta anos e que se dedicou incansavelmente aos doentes e desprotegidos, mas especialmente aos doentes do foro psiquiátrico, em Granada, na Espanha.

São Bento Menni


Angelo Ercole Menni Figini veio a este mundo a 11 de Março de 1841, em Milão, na Itália, filho de Luisa Figini e de Luís Menni. Foi o quinto dos quinze filhos do casal.
Da educação familiar, aproveitou a formação de um coração com forte sentido de caridade cristã. Em 1859, abandona um emprego num banco para colaborar no socorro aos feridos na sangrenta batalha de Magenta, franceses e italianos contra austríacos e que gerou uma grande quantidade de feridos que haveriam de morrer posteriormente no próprio campo de batalha, por falta de socorro organizado.
Estudou filosofia e teologia nas universidades de Lodi e Pontifícia Gregoriana de Roma. Em 1860 junta-se aos Irmãos Hospitaleiros de São João de Deus. Em 1866 foi ordenado padre.
Em Espanha, a sede da Ordem Hospitaleira, o início do anticlericalismo e das perseguições religiosas estava a levar à desorganização desta e a desencadear a sua desagregação e extinção. O Papa Pio IX encarrega pessoalmente Bento Menni da reorganização da Ordem Hospitaleira em Espanha, para onde ele parte em 1867. Nesse mesmo ano procede à abertura do primeiro hospital pediátrico em Espanha, localizado em Barcelona. A partir de então ele faz soprar um novo vento de reestruturação e reorganização da Ordem, em Espanha, depois, em Portugal, e em seguida em todo o mundo. Em 1878 conhece, em Granada, na Espanha, duas jovens, Maria Josefa Recio e Maria Augusta Gimenez. Com elas fundará, em 1881, o ramo feminino da Ordem: a Congregação das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, obra tão importante que actualmente se estende por quase todo o mundo e que se ocupa dos doentes do foro psiquiátrico. Lutas e brigas internas levarão ao seu afastamento do cargo de Prior Geral da Ordem, em 1912, um ano depois de ter assumido essa função.
Frei Bento retira-se tranquilamente para Dinan, na França, de onde partirá de volta à Casa do Pai, a 24 de Abril de 1914. Os seus restos mortais são venerados na Capela do Fundador, da Casa Mãe dos Irmãos Hospitaleiros, em Ciempozuelos, perto de Madrid.
Bento Menni colocou ao serviço dos pobres e da Igreja, dois dons que recebeu do Espírito Santo: a capacidade de gestão e organização, mas também a disponibilidade e a caridade que, como qualquer Irmão, usava na relação com os doentes.
Ter coragem e amor suficientes para olhar para um doente mental, vendo nele, não um anormal sem valor, mas, pelo contrário, um filho de Deus, tão querido e tão importante como o mais inteligente dos homens, é a lição ensinada e realizada por São João de Deus e que Bento Menni tão bem foi capaz de assimilar, manter e mesmo levar ainda mais longe.
Sua Santidade João Paulo II proclamou Bento Menni beato da Igreja a 23 de Junho de 1985 e proclamou-o santo a 21 de Novembro de 1999.
 

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