Estamos tão habituados a conviver com o boato e a mentira que
acabamos por os aceitar com naturalidade. Noutros casos negamos factos
reais por os considerarmos demasiado extraordinários.
As lendas de Alcácer-Quibir, do Infante D. Henrique, de
Viriato, da vida amorosa de Luís de Camões – quantas vezes acreditamos mais
facilmente na mentira que na verdade! E, passados alguns séculos, quanto vale
uma investigação histórica ou científica?
A análise científica da tilma de Juan Diego de Cuauhtlatoatzin onde está gravada a imagem de Nossa Senhora de
Guadalupe tem revelado imagens extraordinárias.
Mas poderão as conclusões
científicas motivar a fé de alguém? Que poderemos pensar acerca da veracidade
do Sudário de Turim, onde terá ficado gravada a imagem do rosto de Jesus quando
uma tal Verónica Lhe limpou o rosto enquando tinha o rosto coberto de sangue e
suor, no percurso sagrado a caminho do Calvário?
Há tantas pessoas que ainda não acreditam que
aconteceu a alunagem de humanos!
O pontapé de bicicleta de Cristiano Ronaldo
foi aplaudido pelo rei Pelé, pelo guarda-redes Buffon, e pelos adeptos da
Juventus presentes no estádio. Todavia, passados dois ou três dias, já havia
jogadores de futebol a clamarem que tinham marcado golos de igual brilhantismo.
Coitados! Tinham apenas dor de cotovelo. Mas é assim que se deturpa a verdade. Quem
acreditará passados 50 ou 100 anos, para não dizer séculos, que existiu uma
pessoa capaz de tal feito? Não terá sido um registo de efeitos especiais?
Vem esta conversa a propósito de tantos
negarem ainda peremptoriamente o Evangelho. Reclamam provas. Há padres que põem
em causa milagres de Jesus relatados na Bíblia, mas que acreditam no golo de
bicicleta de Cristiano Ronaldo. Porque viram o golo na televisão, acreditam. Porque
não entendem a possibilidade de caminhar sobre a água nem como se pode
simplesmente curar uma doença incurável, duvidam. Para estes é mais válido o
testemunho da televisão que a fé.
Só existe uma opção válida para as pessoas
com dificuldade em acreditar totalmente no Evangelho, ou na missão co-redentora de
Maria: muita oração. Depois, mais oração. E mais oração, ainda, invocando a
ajuda do Espírito Santo.
Orlando de Carvalho
Gostei e concordo!
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