sexta-feira, 15 de março de 2019

A chegada da Margarida ao Céu

Um postal que a Margarida, já doente, enviou aos catequistas da paróquia
 

A comunidade eclesial que aprove a Deus reunir em São Domingos de Benfica, presidida pelo Padre Carlos dos Santos, devia ter largas semelhanças com a dos primeiros cristãos, feita de santidade e do pecado próprio da natureza humana.
Mas o cristão é aquele que procura edificar e elevar os irmãos e não perde tempo a procurar defeitos para humilhar e deitar abaixo.
O Padre Carlos a todos ensinava esta maneira de viver, à moda do Evangelho. Mesmo aqueles a quem mais custava viver dessa forma ou antipatizavam com o senhor prior, sabiam bem que ele era uma presença de Deus entre os homens. Quer isto significar que o Padre Carlos incentivava os seus paroquianos à santidade, e isto era também um meio através do qual o próprio Padre Carlos se santificava à vista de todos.
Recordamos agora a Margarida.
Foi catequista, senhora piedosa.
Todos os anos visitava determinado colégio dentro da área da paróquia, apresentando-se como enviada do pároco (Padre Carlos) para pedir autorização para se fazerem aulas de Religião e Moral, dentro da escola. E ano após ano ouvia um categórico “não”.
Enfim, já velhinha, faleceu, deixando uma quase certeza de que terá ido directamente à presença do Senhor misericordioso, tal a vida que levava.
Depois de a Margarida morrer, pouco depois, deixou de se visitar o tal colégio com mais pedidos, porque do colégio contactaram a paróquia a pedir que se enviasse alguém para dar aulas de Religião e Moral.
O que a Margarida não tinha conseguido nesta vida, consegui-o directamente de Deus, logo que foi à sua presença.
Em São Domingos de Benfica, o Padre Carlos levava-nos à confusão de termos dificuldade em separar as coisas do Céu e da Terra, num constante diálogo aberto entre Deus e os fiéis.

Orlando de Carvalho

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