A GLORIFICAÇÃO
PROFÉTICA DA PAIXÃO E MORTE DE JESUS
Depois do Caminho Quaresmal andado, chegamos junto do lugar
sagrado para o qual nos vínhamos dirigindo. É o Santuário da celebração do
Mistério Pascal, nos dias da Semana Santa.
Estamos no momento da entrada, em que se encontram os
sentimentos da esperança e a recordação dos sofrimentos do caminho. A esperança
surge na celebração da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém e o sofrimento é
a penitência feita, acentuada pela memória do Caminho que o próprio Jesus tomou
nos dias da Sua Paixão e Morte.
Como um Rei que vai ser entronizado na Sua Cidade, Jesus foi
aclamado e exaltado, na descida do Monte da Oliveiras. O povo estendeu as suas
capas e ramos no caminho e com outros ramos na mão, clamava: “Hossana! Bendito
o que vem como Rei, em nome do Senhor” (Mc 11,9; Lc 19,38).
O Povo exultava, porque o Messias tinha chegado, depois de longamente anunciado e esperado. E chegava, não como um Rei da Terra, mas como um Rei humilde e pobre, no Seu poder e na Sua glória.
Na entrada triunfal em Jerusalém e na nossa Procissão dos Ramos exprime-se já a verdade do mistério da Paixão e da Morte de Jesus. Ele é o Rei-Messias pobre e humilde e é o Servo de Deus, anunciado por Isaías: “Apresentei as costas àqueles que me batiam e não furtei o rosto aos insultos e aos escarros” (Is 50,6).
Todo o sofrimento de Jesus foi a expressão da comunhão com todo o sofrimento humano exigido na obediência a Deus. A natureza humana de Jesus sofreu, por todas as negações de Deus, vividas e proclamadas pelos homens, desde a sua entrada na história.
O sofrimento, na sua dureza e na sua incompreensão recebeu profeticamente uma luz da esperança. Foi aquela mesma esperança prometida ao Servo de Deus: “ O Senhor Deus, veio em meu auxílio e Sei que não ficarei desiludido” (IS 50, 7).
Foi a esperança realizada em Jesus, na Sua exaltação de Servo, como ouvimos hoje a S. Paulo: “Humilhou-se, obedecendo até à morte da Cruz. Por isso, Deus O exaltou e lhe deu o Nome que está acima de todos os nomes “ (Fil 2, 8-9), Jesus viveu o sofrimento da Paixão e da Morte, como oblação a Deus e sinal do Seu amor, sabendo que receberia a transformação numa vida de glória.
Entremos, pois, com Jesus em Jerusalém, aclamando-O para já sentirmos na certeza da fé, que a nossa união à Sua Paixão e Morte nos conduz à Ressurreição Pascal.
Pe. Manuel Marques
Gonçalves
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