Mistérios gloriosos
Recitados e meditados pelo corpo paroquial
de catequistas
1º Mistério
Ressurreição de Jesus
Dar catequese e evangelizar é a função
primeira da Igreja. Sem a passagem da fé aos mais novos que ainda não a
conhecem, sem a passagem da fé aos que nunca ouviram falar de Jesus ou não se
interessaram pelo assunto, deixa de haver Igreja.
Ora, a Igreja não acaba, como Jesus
prometeu a Pedro.
Jesus conta connosco e tem confiança em
nós.
A primeira coisa que o catequista e o
evangelizador têm para passar é o facto de que Jesus ressuscitou como
prefiguração do que nos está reservado.
Todavia, este é o facto mais difícil da
nossa fé, aquele em que é mais difícil acreditar, porque não existe prova
alguma visível ou racional. Apenas a fé.
Há pessoas que frequentam a missa e a
Igreja, toda a vida, sem nunca terem pensado a fundo na ressurreição. Não
apenas na ressurreição de Jesus, é fácil aceitar a ressurreição de Deus, mas
cada pessoa acreditar que foi criada para um dia ressuscitar e se juntar a Deus
e a todos aqueles que habitam as moradas na Casa do Pai.
Um catequista não pode ensinar uma coisa em
que não acredita. Cada catequista tem de aceitar do fundo do seu coração que
está destinado a ressuscitar e que tem de levar uma vida justa e honesta, de
caridade, a fim de concretizar a vontade de Deus.
Catequista que não acreditasse na
ressurreição nestes termos, devia parar de dar catequese e pedir ajuda a um
irmão mais velho (não na idade, mas na fé, um sacerdote ou não) para moldar ao
seu coração ao de Jesus.
Antes da recitação deste mistério,
recitemos a parte do Credo referente a Jesus.
Creio em um só Senhor, Jesus Cristo,
Filho Unigénito de Deus,
nascido do Pai antes de todos os séculos:
Deus de Deus, luz da luz,
Deus verdadeiro de Deus verdadeiro;
gerado, não criado, consubstancial ao Pai.
Por Ele todas as coisas foram feitas.
E por nós, homens, e para nossa salvação
desceu dos Céus.
E encarnou pelo Espírito Santo,
no seio da Virgem Maria.
e se fez homem.
Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos;
padeceu e foi sepultado.
Ressuscitou ao terceiro dia,
conforme as Escrituras;
e subiu aos Céus,
onde está sentado à direita do Pai.
De novo há-de vir em sua glória
para julgar os vivos e os mortos;
e o seu Reino não terá fim.
2º Mistério
Ascensão de Jesus
Recordemos as últimas palavras de Jesus
antes de ascender para junto do Pai.
Os onze discípulos partiram para a
Galileia, para o monte que Jesus lhes tinha indicado. Quando viram Jesus,
ajoelharam-se diante d'Ele. Mesmo assim, alguns duvidaram. Então Jesus
aproximou-Se e disse: «Toda a autoridade Me foi dada no Céu e sobre a Terra.
Portanto, ide e fazei com que todos os povos se tornem meus discípulos,
baptizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, e ensinando-os a
observar tudo o que vos ordenei. Eis que Eu estarei convosco todos os dias, até
ao fim do mundo». (Mateus 28,16-20)
Devemos ter sempre presentes estas palavras
de Jesus, enquanto catequistas, porque elas se dirigem especialmente a nós. É
nobre ter por missão na Terra cumprir as últimas ordens do Senhor, antes de
partir para o Pai. Mas acarreta também uma grave responsabilidade: ai de nós,
catequistas, se nos aproveitamos da nossa posição para outros fins, se vamos
pregar os disparates que por vezes nos passam na cabeça em vez do que a Sagrada
Escritura e a Igreja ensinam! Ai do catequista que diz que a Igreja rejeita o
aborto, mas…ele acha que não é bem assim. Por exemplo.
Em nós catequistas, nos missionários e em
outros agentes de evangelização, de entre os quais não podemos prescindir os
pais, Deus coloca com confiança os destinos da sua Igreja, do seu povo, dos
seus filhos. Não desiludamos, desde logo com o nosso exemplo de vida, nem na
comunidade nem junto dos catequizandos e famílias.
Como preparadores dos catecúmenos e
daqueles que se preparam para os outros sacramentos, recitemos juntos a parte
do Credo em que afirmamos acreditar nessas verdades.
Professo um só baptismo para a remissão dos
pecados.
E espero a ressurreição dos mortos
e vida do mundo que há-de vir.
3º Mistério
Descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes
O Espírito Santo abasteceu com tanta
coragem e sabedoria os discípulos reunidos com Maria, no Cenáculo, naquele dia
de Pentecostes, que eles perderam o medo que os fazia estarem ali fechados e
protegidos das rusgas da guarda e dos chefes dos judeus e saíram para a rua a
gritar bem alto a sua fé destemidamente.
Irmãs e irmãos catequistas, as línguas de
fogo que desceram sobre os discípulos naquele dia também desceram já sobre nós
no dia do nosso Crisma e continuam continuamente a cair, de modo especial
quando recebemos Jesus Cristo na Sagrada Comunhão.
Fomos criados para habitar a glória de
Deus.
Deixemo-nos de maledicências, não falemos
mal de ninguém, não colaboremos com grupinhos paroquiais que só fomentam a
divisão do Corpo de Cristo, mas que sejamos todos apenas Um, como Jesus e o Pai
são Um.
Sejamos exemplo para a comunidade que nos
confia a educação na fé das suas crianças um testemunho vivo da presença do
Espírito Santo.
Recitemos todos em conjunto a nossa Fé no
Espírito Santo, como fazemos no Credo.
Creio no Espírito Santo,
Senhor que dá a vida,
e procede do Pai e do Filho;
e com o Pai e o Filho
é adorado e glorificado:
Ele que falou pelos Profetas.
Creio na Igreja,
Una, Santa, Católica e Apostólica.
4º Mistério
Assunção de Maria
Desde o primeiro momento da história desta jovem mulher
judia que nós conhecemos, através da Bíblia, ela é e mantém-se constante na fé
em Deus, no Deus que ela conhecia apenas como Deus de Abraão e que o Filho do
seu SIM a Deus veio revelar na plenitude da Santíssima Trindade.
Com Maria professemos a nossa fé no Pai.
Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso,
Criador do Céu e da Terra,
De todas as coisas visíveis e invisíveis.
5º Mistério
Glorificação de Maria
Chegada ao Céu, Maria é glorificada por Deus, Pai, Filho e
Espírito Santo.
Todos nós temos no nosso ser uma vida trinitária.
Somos filhos do Pai, irmãos do Filho e templo do Espírito Santo
O projecto de Deus para a humanidade: congregar todas as pessoas em
torno de Jesus Cristo.
O Espírito Santo é o elo ou cimento que liga as pessoas em torno e à
pessoa de Jesus Cristo. Com Jesus, subimos ao Pai.
Maria tem a graça de ser filha do Pai, Mãe do Jesus e esposa do
Espírito Santo. Ela é membro da nossa Igreja de que Jesus é Cabeça, ela é a
primeira entre nós, criaturas de Deus.
Sejamos catequistas dignos, não esquecendo que mais importante é ser um
cristão digno, segundo o desígnio de Deus.
Orlando de Carvalho