Aparições do Anjo aos pastorinhos em 1916
1ª Aparição do Anjo da Paz
Um belo dia, fomos com as nossas ovelhinhas para uma
propriedade de meus pais que fica ao fundo do dito monte voltado ao nascente.
Aí pelo meio da manhã, começou a cair uma chuva miudinha, pouco mais que
orvalho.
Subimos a encosta do monte, seguidos das nossas
ovelhinhas, em procura de um rochedo que nos servisse de abrigo.
Foi então que pela primeira vez entrámos nessa caverna
abençoada...
Aí passámos o dia, apesar da chuva haver passado e de
o sol se haver descoberto lindo e claro. Comemos a nossa merenda, rezámos o
nosso Terço e não sei se não seria um daqueles que costumáva-mos, com o afã de
brincar, passar as contas dizendo só a palavra Ave-Maria e Padre-Nosso!
Terminada a nossa reza, começámos a jogar as pedrinhas.
Alguns momentos havia que jogávamos, e eis que um
vento forte sacode as árvores e faz-nos levantar a vista para ver o que se passava,
pois o dia estava sereno. Vemos, então, que sobre o olival se encaminha para
nós uma figura como se fosse uma estátua de neve que os raios do Sol tornavam
algo transparente. À maneira que se aproximava, íamos divisando as feições: um
jovem dos seus 14 a 15 anos, mais branco que se fora de neve, que o sol tornava
transparente como se fora de cristal e duma grande beleza. Ao chegar junto de
nós, disse:
– Não temais! Sou o Anjo da Paz. Orai comigo.
E ajoelhando em terra, curvou a fronte até ao chão e
fez-nos repetir três vezes estas palavras:
– Meu Deus! Eu creio, adoro, espero e amo-Vos.
Peço-Vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e Vos não amam.
Depois, erguendo-se, disse:
– Orai assim. Os Corações de Jesus e Maria estão
atentos à voz das vossas súplicas.
As suas palavras gravaram-se de tal forma na nossa
mente, que jamais nos esqueceram. E, desde aí, passávamos largo tempo assim
prostrados repetindo-as, às vezes, até cair cansados.
(Em Memórias da Irmã Lúcia)
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