quarta-feira, 17 de abril de 2019

Manhã de Páscoa

 


No princípio Deus criou o Cosmos, com as matemáticas, as leis científicas, criou os sentimentos.
Quando tudo estava pronto, Deus criou a pessoa humana e colocou-a no lugar do Cosmos que lhe havia destinado, por ter as melhores condições de habitabilidade.
E Deus amou intensamente a criatura humana.
Deus desejou que os homens e as mulheres fossem semelhantes a Si, capazes de amar e espalhar amor.
Ao acentuar-se a grande distância entre Deus e os humanos, Deus enviou para o meio das pessoas o seu próprio Filho, Jesus Cristo, substancialmente igual ao Pai.
No final de uma curta vida na Terra, em pé de igualdade com as outras pessoas, Jesus morreu, foi sepultado e ressuscitou. Para todos aqueles que forem capazes de abrir o coração tanto e com tanto amor, esta é a prova de uma nova Criação. 
Na Páscoa, nós cristãos celebramos e vivemos a Ressurreição de Jesus, e entendemos que ela é um sinal da nossa própria ressurreição. Fomos criados para ser concidadãos da Cidade Eterna, na companhia de Deus. Jesus ensinou-nos que não somos súbditos de Deus à semelhança dos vassalos, escravos e cidadãos de um reino ou república como conhecemos na Terra, porque nos tocou a bem-aventurança de sermos filhos de Deus e de Lhe podermos chamar Pai.
Este é o tempo propício para desfrutar desta felicidade.
 


   

Até 1975, em Portugal, a Sexta-feira Santa não era feriado. Muitas pessoas participavam nas celebrações litúrgicas de toda a Semana Santa. Então, passou a ser norma, para muitos, utilizar os dias do Tríduo Pascal e o Domingo de Páscoa como tempo de férias, na neve, se há neve, no Algarve, se há calor, ou em qualquer outro lugar, alguns até vão a Roma ver o Papa ou a Paris à Disney.
A escolha pode parecer difícil. De um lado, aproveitar 4 dias para viver uma aproximação a Deus, que nos ama, e que deseja ardentemente ter-nos junto de Si na eternidade sem fim que se seguirá à nossa morte. Por outro lado, a opção pela certeza de aproveitar bem estes 4 dias de férias, gozar e divertir, porque é coisa certa, ou que parece certa, em vez de esperar com fé algo que pode vir, é quase certo que virá, mas que não temos capacidade para validar com os nossos sentidos e inteligência. Não vimos o Céu, todos sabemos que existe, e… vamos dizendo que não acreditamos e vamos gozando esta vida.




De costas viradas para Deus, até participamos em banquetes em Sexta-feira Santa ou Sábado Santo.

Alguns pensam que no próximo ano haverá nova Páscoa e que há sempre nova oportunidade para aceitar Deus e sentar no seu colo materno. Mas ninguém sabe se viverá ainda mais um ano.

Reunidos na família, a Igreja Doméstica, e, ou, na comunidade paroquial, celebremos o tempo da Vida, da vida na floresta e no rio, da vida de que aves, flores e toda a Natureza dão sinal: a Vida renasce, cheia de força, deixemo-la renascer também nos nossos corações e anunciemos aos nossos amigos mais próximos, e a todos, esta novidade: Cristo vive! Aleluia!

Orlando de Carvalho



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