Hoje é Sábado Santo.
Aquilo que nós Igreja hoje comemoramos é Jesus morto.
Sábado de silêncio.
Tempo de contenção. Na refeição, na brincadeira, na música
ouvida.
Jesus ressuscitou há dois mil anos e está vivo, mas hoje
recordamos e comemoramos aquele sábado em que Jesus tinha descido à mansão dos
mortos.
Ao longo dos séculos, a Igreja perdeu esta noção.
Celebrava-se a morte de Jesus às três da tarde de
Sexta-feira Santa e a sua Ressurreição às dez horas da manhã de sábado. E chamou-lhe
Sábado de Aleluia. Os sinos tocavam. Era muito bonito. Mas era falso.
Infelizmente continuamos a ouvir alguns muitos fiéis e
também sacerdotes, nestes dias de Tríduo Pascal, a falar de Sábado de Aleluia. Porque
não perceberam, nem o erro que existiu durante séculos, nem a regeneração
operada durante o pontificado de Pio XII.
Restaurado este aspecto da Liturgia e pondo-a de acordo com
a verdade histórica e teológica, na década de 1950, voltou a celebrar-se a
Ressurreição na Vigília Pascal, que acontece ao final do dia de Sábado Santo,
depois do pôr-do-sol. E não pode iniciar-se antes do pôr-do-sol.
Hoje é Sábado Santo. Sábado de silêncio.
Amanhã será Domingo de Páscoa. E cantaremos Aleluias.
Orlando de Carvalho
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