domingo, 13 de outubro de 2019

Comungar na mão ou na boca

Há dias, um sacerdote idoso que foi grande entusiasta da liberalização da comunhão na mão e outras novidades do Concílio Vaticano II, colocava-se a questão de ter sido esse o caminho mais correcto, atendendo ao modo grosseiro com que muitos comungantes tratam o Senhor na comunhão. Parece que uns estão a pegar num qualquer utensílio, estendem a mão e "sacam aquilo", outros vão com a hóstia sagrada pelo caminho, na mão a comer, enfim, muito falta de atitude didáctica por parte da Igreja e seus ministros ordenados e catequistas, ministros extraordinários da comunhão, etc.

Não foi errada a decisão conciliar, quem errou e continua a errar é quem não dá a formação necessária aos fiéis. O bom conselho continua a ser uma obra de misericórdia.

Surgem continuamente padres e religiosos absurdamente escrupulosos que se negam a dar a comunhão na mão, seja em determinadas ocasiões seja por princípio. Argumentam alguns que que no meio de multidões pode haver quem roube a hóstia. Esquecem que tal pode acontecer em qualquer lado. Esquecem também que durante a grande missa campal da visita papal às Filipinas, as hóstias passavam de mão em mão, porque não havia alternativa para todas as pessoas comungarem. Esquecem também que naquela hóstia está o mesmo Corpo de Jesus que foi vilipendiado e torturado até à morte na cruz e que ainda assim Se ofereceu para estar connosco na comunhão.

Fátima é um lugar de tortura para muitos que desejam comungar na mão pois muitos padres actuam quase sadicamente passeando a hóstia na sua mão até chegarem à boca do fiel que quer comungar o Senhor na mão.

Em 2019, depois do Concílio, com todos os ensinamentos para que o Papa Francisco nos tem alertado, transmitido e recordado, parece impossível que estas situações continuem a verificar-se porque prejudicam gravemente os filhos de Deus.

Um padre que recusa dar a comunhão na mão e vai à procura da boca do fiel.



Um padre com uma sensibilidade diferente, mais próximo das pessoas, a sentir o cheiro das ovelhas, talvez até tenha sido missionário, entrega a sagrada hóstia na mão da senhora.


Não há bispo que tenha mão nisto? É preciso apelar para o Papa Francisco?

Orlando de Carvalho

5 comentários:

  1. Foi errado sim e disso não há dúvidas.
    A missão da educação passa também por prevenir situações de abuso. E nenhuma forma é mais preventiva do que a comunhão na boca.

    Além do mais, as únicas mãos consagradas, e por isso, aptas a pegar na Eucaristia são as dos sacerdotes e dos bispos.

    É por isso que nem sequer os ministros "extraordinários" deveriam existir. Isto porque na maioria das paróquias, são eles que distribuem a comunhão ordinariamente, são eles que vão ao sacrário ver se o número de Hóstias são suficientes, etc etc.

    Uma condição excepcional, passou a ser o normal. Mais um abuso.

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    1. Maior abuso que matar o Filho de Deus?
      E não foi Deus que enviou o seu próprio Filho, sujeitando-o à morte?
      Nada existe que possa causar nódoa ou mácula a Deus.
      As mãos sujas e rudes de um trabalhador do campo honesto ou as mãos limpas, perfumadas e macias de um bandido?

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  2. Curioso que tantas vezes o próprio Cristo foi tocado por mãos impuras. Ficou Ele impuro? Não! Antes santificou.
    Sim, é preciso que haja formação para que aqueles que pretendam receber o Senhor na mão o façam com a devida consciência da Sua presença real consagrada. E que esse acto seja digno. Mas quantas vezes temos também a língua suja e impura...
    Mais do que tocado Ele quer entrar em nós e tocar-nos no coração.

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