quarta-feira, 20 de abril de 2016

Compasso

Sentimos numa igreja de Paris, cheia com uns quatro mil portugueses, dentro e no adro, o desejo ardente de chegar à Cruz, no final da missa de Domingo de Páscoa.
O mesmo sentimento percorre as nossas paróquias em Portugal, não como noutros tempos, mas com a mesma intensidade.
Muitos fiéis não serão capazes de explicar a razão porque querem chegar à Cruz, não sabem por que o fazem, mas encaminham-se para ela e só voltam depois de a beijar ou de lhe tocar, pelo menos.

O senhor prior ia fazer a visita pascal, ou compasso, conforme as terras o nome varia, no Domingo de Páscoa, ou distribuída por este Domingo e seguintes ou na primeira semana de Páscoa, conforme as terras e os seus costumes.
Hoje, cada pároco tem muitas paróquias. Uns optaram por não fazer a visita pascal, outros encarregam leigos, porque eles são Igreja.

As portas estão já abertas quando chegam a Cruz, quem a transporta e quem acompanha. Estão abertas com alegria, sente-se a alegria imensa de quem está do lado de dentro da porta, com uma mesa apetecível para receber os enviados da Igreja e receber a bênção da água benta da Vigília Pascal, beijar a Cruz e, muitas vezes, entregar ainda um envelope para a paróquia.
Neste tempo, muitos grupos de fiéis percorrem as ruas, normalmente mais de um grupo em cada paróquia, para poderem chegar a todas as casas em que são desejados.

As fotos são de Melres e do Cadafaz, mas são do que se faz por todo o lado. A alegria da Ressurreição do Senhor e da nossa própria enche os corações atribulados que então encontram a paz do Ressuscitado e a satisfação de convívio pascal.

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