domingo, 10 de abril de 2016

Os milagres da pesca milagrosa


A Pesca Milagrosa, Giovanni Francesco Gessi, 1645

Neste terceiro Domingo do tempo pascal (10 de Abril de 2016), a liturgia convida-nos à meditação do milagre da pesca milagrosa. No evangelho abaixo reproduzido, encontramos, não um, mas vários milagres.

  1. Jesus, já morto e ressuscitado, voltou a manifestar-Se.
  2. Os discípulos aceitaram a palavra de um 'estranho', pois não tinham reconhecido Jesus. 
  3. A súbita abundância de peixes, quando minutos não nem um havia. Este é o milagre que habitualmente é considerado.
  4. O amor de Pedro a Jesus expresso na rapidez com que abandona o barco, o peixe, os colegas, tudo, para ir ao encontro do Senhor, percorrendo os 90 metros que o separam da margem a nado e em corrida.
  5. No regresso a terra, Jesus já está sentado à mesa, a cozinhar peixe. De onde teria surgido este peixe? Não tinha já antes Jesus suscitado peixe e pães para alimentar uma multidão? Será mais difícil suscitar peixe no mar para ser pescado, vivo, ou sobre as brasas, para ser comido?
  6. A humildade de Deus que, tendo já peixe sobre as brasas, e sendo o verdadeiro autor da pesca feita pelos discípulos, pede para juntarem às brasas algum peixe obra do seu trabalho como pescadores.
  7. São 153 peixes. Aqui é o autor evangélico que estava presente e quis que soubéssemos que esta narração era real e não uma história ou parábola. Aqueles peixes eram coisa concreta e real.
  8. O texto explica bem que Jesus, tomou o pão e também o peixe e lhes deu, manifestando-Se. Ter-se-á manifestado como em Emaús, repetindo o gesto do Cenáculo, então com o pão e o vinho. E deixa-nos pensativos em relação ao pedido feito pelos católicos inuit (esquimós), e rejeitado pela Santa Sé, para que entre eles pudessem consagrar peixe em vez de pão, que era coisa desconhecida e misteriosa na sua cultura e vida sobre o gelo estéril.
  9. Jesus, partindo do pecado de Pedro quando O atraiçoou, negando-O por três vezes, leva-o a fazer uma tripla profissão de fé, consubstanciando deste modo o perdão, a reconciliação e a reabilitação de um pecador elevado ao mais alto cargo da Igreja terrena.

EVANGELHO – Jo 21, 1-19 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, Jesus manifestou-Se outra vez aos seus discípulos, junto do mar de Tiberíades. Manifestou-Se deste modo: Estavam juntos Simão Pedro e Tomé, chamado Dídimo, Natanael, que era de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e mais dois discípulos de Jesus. Disse-lhes Simão Pedro: «Vou pescar». Eles responderam-lhe: «Nós vamos contigo». Saíram de casa e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada. Ao romper da manhã, Jesus apresentou-Se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele. Disse-lhes Jesus: «Rapazes, tendes alguma coisa de comer?». Eles responderam: «Não». Disse-lhes Jesus: «Lançai a rede para a direita do barco e encontrareis». Eles lançaram a rede e já mal a podiam arrastar por causa da abundância de peixes. O discípulo predilecto de Jesus disse a Pedro: «É o Senhor». Simão Pedro, quando ouviu dizer que era o Senhor, vestiu a túnica que tinha tirado e lançou-se ao mar. Os outros discípulos, que estavam apenas a uns duzentos côvados da margem, vieram no barco, puxando a rede com os peixes. Quando saltaram em terra, viram brasas acesas com peixe em cima, e pão. Disse-lhes Jesus: «Trazei alguns dos peixes que apanhastes agora». Simão Pedro subiu ao barco e puxou a rede para terra, cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes; e, apesar de serem tantos, não se rompeu a rede. Disse-lhes Jesus: «Vinde comer». Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar-Lhe: «Quem és Tu?», porque bem sabiam que era o Senhor. Jesus aproximou-Se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com os peixes. Esta foi a terceira vez que Jesus Se manifestou aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dos mortos. Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: «Simão, filho de João, tu amas-Me mais do que estes?». Ele respondeu-Lhe: «Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo». Disse-lhe Jesus: «Apascenta os meus cordeiros». Voltou a perguntar-lhe segunda vez: «Simão, filho de João, tu amas-Me?». Ele respondeu-Lhe: «Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo». Disse-lhe Jesus: «Apascenta as minhas ovelhas». Perguntou-lhe pela terceira vez: «Simão, filho de João, tu amas-Me?». Pedro entristeceu-se por Jesus lhe ter perguntado pela terceira vez se O amava e respondeu-Lhe: «Senhor, Tu sabes tudo, bem sabes que Te amo». Disse-lhe Jesus: «Apascenta as minhas ovelhas. Em verdade, em verdade te digo: Quando eras mais novo, tu mesmo te cingias e andavas por onde querias; mas quando fores mais velho, estenderás a mão e outro te cingirá e te levará para onde não queres». Jesus disse isto para indicar o género de morte com que Pedro havia de dar glória a Deus. Dito isto, acrescentou: «Segue-Me».

Sem comentários:

Enviar um comentário