segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

Natal é o Natal


 

No Natal de 2000, o Centro Comercial Amoreiras afrontou os portugueses e a cultura portuguesa, transfigurando uma imagem central da Cristandade, substituindo o Menino Jesus, Deus encarnado, por uma alface.

O grande desagrado da população obrigou o espaço comercial a recuar e retirar a tal alface do lugar de Deus.

No Natal de 2025, os portugueses e a cultura portuguesa voltam a ser afrontados, agora pela NOS, que desvirtua completamente o Natal e mente sobre o significado do Natal.

Os cristãos celebram o Natal, como meio de louvarem a Deus que veio habitar no meio das pessoas. O Natal é isso, única e exclusivamente. Com ternura e amor, os cristãos, ao longo dos tempos associaram à celebração do amor que tem origem em Deus outras manifestações de carinho, os laços familiares, a alegria da vida, as coisas boa da vida e que nos trazem felicidade.

Mas o Natal celebra-se, e é, sob todas as perspectivas, um louvor e uma acção de graças a Deus que acampou entre nós.

Quando a publicidade deste ano identifica o Natal com festas de empresa, como doces, com o egoísmo de um pai que na noite de Natal rouba um presente a uma criança, blasfema, comete heresia.

O jingle que criaram para o anúncio televisivo pode ser cativante, mas que nós cristãos não alinhemos na descristianização do Natal e da sociedade.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Passar o ano com Deus e com o mundo


 

 

Não me lembro de ter ouvido anteriormente a palavra “descristianização”, quando a usei pela primeira vez há uns 40 anos, numa palestra.

 

Noite de 31 de Dezembro, fim de ano, passagem de ano, Réveillon, festa com comida, bebida, convívio. Também uma das noites do ano com mais sangue na estrada, com maiores afluências aos serviços médicos de urgência. Festa social, festa familiar, festa desportiva com as famosas corridas de S. Silvestre, noite de extremos e de pecado. Tudo.

 

Ano 2000, celebração do Grande Jubileu. O meu pároco chamou-me para prepararmos uma passagem de ano cristã. Anunciou-se Eucaristia para as 22 horas como acção de graças pelo ano findo e para invocar a bênção de Deus para o ano e o milénio que se iniciavam, milénio que S. João Paulo II já havia consagrado à Virgem Maria.

Inesperadamente a igreja encheu à hora marcada. Houve lanche no final da missa e a seguir os fiéis seguiram para as celebrações familiares ou de amigos.

 

Ano 2004, Encontro Internacional de Taizé, em Lisboa, como sempre na passagem do ano. Os muitos peregrinos foram distribuídos por diversas paróquias e centros.

Um pouco antes da meia-noite fui abordado por um casal quinquagenário que costumava comungar sempre na passagem do ano e pretendia fazê-lo também em Lisboa, ali na minha paróquia. Eles não sabiam que estavam a falar com um ministro extraordinário da comunhão. Acolhi-os e falei com o pároco e com a sua autorização levei comigo o casal à igreja. Acendi alguns focos luminosos e, numa singular celebração improvisada, distribui a Sagrada Comunhão àqueles dois e comunguei também.

Foi um “tocar os Céus”.

Depois juntámo-nos à festa que decorria no Centro Paroquial. Com o peito cheio de Céu.

 

Acredito que muitos párocos não tomam a iniciativa de celebrações no fim de tarde ou noite da véspera de Ano Novo por falta de confiança na participação de fiéis em número visível.

Comecemos por nós mesmos. Neste 31 de Dezembro de 2025, no termo do Jubileu da Esperança. Façamos o que estiver ao nosso alcance este ano e nos seguintes. Deus confia em nós, para darmos testemunho de Si neste mundo e para isso nos prometeu o Paráclito.

 

Cristianizemos este mundo que vemos, pouco a pouco, a descristianizar-se.