D. Manuel António dos Santos. Em fundo a escola abandonada pelo Estado português.
O bispo criou há anos atrás um Instituto Diocesano de Formação, através do qual chegava ao povo santomense cultura e a língua portuguesa.
Na impossibilidade de a diocese manter a escola, o leite para as crianças tem prioridade nos possíveis destinos do dinheiro de que a diocese dispõe, entregou-a ao Estado Português. Que, ao contrário do que fazem os outros estados europeus de cultura ocidental, abandona agora a escola.
O lamento do prelado:
É triste que se procure ajudar a divulgar a cultura de um povo; se crie uma escola de currículo português que deu as bases educativas para centenas de quadros que, hoje, colocam os seus conhecimentos ao serviço do próprio país e mesmo noutras nações, com um apoio mínimo do governo português. Depois de mais de vinte anos como um centro cultural de alma portuguesa, o IDF não pôde continuar. Não querendo privar São Tomé de uma Escola de referência e de um pólo que dignificava a cultura do país que me viu nascer, entreguei ao Estado Português a Escola. Estou arrependido, bem arrependido, valia mais tê-la alugado aos libaneses! Portugal não merece que se trabalhe pela sua cultura, ou pelo menos tem gente que não quer saber disso para nada...
Desculpem o desabafo!
Não peça desculpa, D. Manuel António dos Santos. Este Estado, estes governos que vamos tendo são quem deve pedir desculpa, a si e a todos nós.
Orlando de Carvalho
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