Cada encontro de catequese é uma
porção da Igreja que se reúne. Assembleia convocada em nome de Cristo, por
mandato de Cristo, em união com Cristo e com a presença real de Cristo, Cabeça
da Igreja, que está, de facto, presente onde catequista e catequizandos se
reúnem, em Seu nome, para realizar o mandato que, antes de ascender para o Pai,
Jesus legou aos discípulos.
A escola, tal como a catequese, é
um auxiliar da família na preparação das crianças e adolescentes para que
cresçam em estatura e graça. A escola está mais vocacionada para a estatura e a
catequese para a graça, embora não sejam compartimentos estanques.
A família é o lugar onde as
crianças verdadeiramente crescem. Ou devia ser. A família tem uma missão quase
divina: cuidar dos mais pequenos e frágeis filhos de Deus. A honestidade, a
disponibilidade, o espírito de ajuda ao próximo, a educação, a gentileza, o
trato com ternura, o calor humano, o desejo de aprender cada vez mais e ser
cada vez melhor pessoa, aprende-se na família.
As férias escolares não podem ser
um tempo de afastamento tão grande que tudo esteja esquecido no recomeço das
aulas. Os pais devem providenciar, durante as férias, actividades educativas e
formativas. Não aquelas que são delegadas em campos de férias e similares, mas
sugeridas, orientadas e guiadas pelas famílias.
As férias da catequese
revestem-se das mesmas características das escolares, mas vão muito mais além. Fazer
férias de Deus, da missa, da oração, é renegar a Fé. Como ensino na catequese,
e aos catequistas em formação, a missa é mais importante que a catequese. Ora,
ir para férias e deixar a divina piedade dos sacramentos, da oração, da
espiritualidade e do exercício da caridade é quase renegar Deus.
Providenciem as famílias, durante
as férias, tempos de repouso e de silêncio, tempos de interiorização. As
orações da manhã, da noite, às refeições, as missas, que durante o ano não
podem, tantas vezes, ser feitas em família, que o sejam no tempo de férias.
Que se peregrine. A Fátima ou a
qualquer outro santuário ou lugar de peregrinação, mas não se fiquem as
famílias por passar, ir até à Capelinha das Aparições, comprar uma recordação
para dar às crianças ou para levar aos amigos, almoçar e “toca a andar que já
vamos atrasados”. Permanecei um dia inteiro em Fátima, ou dois. O alojamento
hoteleiro em Fátima não é certamente mais caro que no Algarve ou em Maiorca,
pelo contrário.
Aproveitar as férias para ler
diariamente a Bíblia, que coisa tão fecunda e agradável!
Quem não tiver então tempo para
descobrir e se embrenhar na intimidade de Deus, quando o irá fazer?
Deus não critica nem impede a
praia, a serra, as viagens… Mas fica agradado se, naquela cidade onde se passa,
que se vai visitar, onde se vai almoçar, nós, seus filhos, visitarmos a igreja
local, desfrutando da beleza que sempre se encontra nesses locais e gastarmos
dois minutos – apenas dois minutos – rezando em família, louvando a Deus,
entrando na igreja como católicos, como filhos amados de Deus e não como
turistas anónimos sem religião, como se entrássemos num zoo, num museu ou
qualquer jardim.
Orlando de Carvalho
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