Duzentos e sessenta e seis papas é muito tempo, muita
História e muitas histórias, são muitos milhares de padres e milhões de
baptismos, são dois mil anos!
Como poderiam o Papa São Pedro e o Papa Francisco ter ideias
semelhantes? Os tempos são outros, também os costumes, a cultura, o
desenvolvimento, a técnica, enfim, o conhecimento e o progresso. Todavia,
talvez possam haja mais parecenças entre os dois do que se poderia pensar.
Os fiéis olham em direcção ao Vaticano e sentem-se mais
perto deste papa, pescador e pastor, Francisco, do que outros fiéis se sentiram
de papas anteriores, de famílias aristocratas que viverem fidalgamente. Francisco
parece mais um homem rude e simples do povo que um membro da nobreza.
Agradando a uns mais que a outros, idolatrado por muitos –
que nem sempre são católicos! – e maldito para alguns, o Papa Francisco marca
uma fractura na linha do tempo da Igreja.
Uns e outros, notando a diferença entre o Papa Francisco e
as atitudes habituais dos seus antecessores mais próximos, referem-se-lhe
muitas vezes como Este Papa.
Aqueles que reconhecem no Papa Francisco um elo e uma
continuação do mandato instituído por Jesus na pessoa de Pedro, referem a
expressão Este Papa com ternura,
querendo simbolizar que lhe reconhecem a autoridade evangélica que
caracterizava Jesus, como é citado em Mateus 7,29.
Outros falam de Este
Papa, com desprezo, significando que Francisco não é verdadeiramente papa
mas antes obra do diabo, algo que está a complicar a engrenagem da Igreja,
alguém que quer limpar da Igreja o pecado com uma intensidade que, embora venha
na continuação do fizeram os papas mais recentes, incomoda muitos interesses
instalados.
O papa que chegou da Argentina é hoje papa foram outros
santos papas que o antecederam; os fiéis, todos nós baptizados e membros da
Igreja, devemos tratá-lo com a mesma atitude com que tratámos o Beato Paulo VI
ou São João Paulo II, por exemplo. Deixemos de colocar em primeiro lugar a sua
diferença ou semelhança com outros papas e tratemo-lo com a dignidade devida:
apenas por Papa Francisco. Ele ama esta simplicidade e nós fazemos-lhe maior
justiça designando-o pelo que é, e não pelos seus atributos.
Papa Francisco! Nem mais nem menos. Nem este papa nem aquele
papa, apenas o pastor que Deus concedeu à sua Igreja, ao seu povo.
Para o bem maior da Igreja, pela unidade tão querida a Deus,
falemos apenas do Papa Francisco e nunca mais de “este papa”. Uma encíclica é do papa, da Igreja, não deste papa.
Deus abençoe a sua Igreja e o seu povo e seja louvado pelo grande
dom que nos concedeu, o Papa Francisco.
Orlando de Carvalho
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