O nosso prior chegou aos 50 anos. A comunidade reuniu-se,
chamou a família do aniversariante, e fez uma festa, esforçando-se para que
fosse uma festa à maneira de Jesus.
Começámos com a Santa Missa e passámos ao alimento do corpo,
com comida, bebida, animação, convívio e muita amizade.
O prior é do Sporting. Todos sabemos quanto ele gosta do
Sporting. Nunca falta ou se atrasa a uma missa por causa de um jogo de futebol,
porque mais, muito mais, que gostar do Sporting, ele ama Deus e o seu povo.
O bolo foi decorado com uma caneca do Sporting e um terço do
Rosário. A maior parte dos convivas corresponderam ao pedido para levarem uma
peça de roupa verde. A festa estava cheia de símbolos leoninos.
Os paroquianos foram capazes de se despir dos amores
clubísticos em nome de um amor maior, a unidade e comunhão dos filhos de Deus,
a tentarem viver à maneira dos anjos no Céu: com amor e acima de tudo com mais
amor ainda.
Neste mundo tudo seria bem melhor se fôssemos capazes de nos
despirmos do mundanismo e de pôr o amor ao próximo acima de tudo.
Fizeram-me lembrar o meu pai, benfiquista, que diz torcer às
vezes pelo para ver o filho contente.
No fim, mesmo no final, não vai ganhar aquele que tiver a
bomba mais poderosa, nem o mais esperto, nem mesmo o mais inteligente, mas
simplesmente o que for capaz de amar com mais força, pois na grande guerra que
se desenrola desde o início dos tempos, entre o amor próprio e o amor ao outro,
é o amor ao próximo que vai vencer, ainda que esmagado por alguma bomba atómica
maluca.
O amor não morre. O amor vence sempre.
Seremos nós capazes de colocar o amor ao outro acima da
paixoneta clubística?
Orlando de Carvalho
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