sábado, 9 de dezembro de 2017

Imprudência da Rádio Renascença




Carta aberta à RR e à CEP
No dia 2 de Dezembro, o noticiário da RR dava conta de um encontro em Viseu inserido do diálogo entre Fé e Razão ou Ciência e Religião.
Os protagonistas tinham sido Carlos Fiolhais, por parte dos ateus, e Bento Domingues, por parte dos dominicanos.
Foram salientadas e difundidos dois excertos dos oradores, que transcrevo de memória.
Carlos Fiolhais:
- Frei Bento Domingues, um membro da “ordem dos pregadores” e eu, um elemento da “ordem dos pecadores”.
Frei Bento Domingues:
- A Bíblia é um dos livros mais violentos que há porque atribui a Deus a autoria do ódio e violência das guerras travadas pelos judeus.

É evidente que a frase atribuída ao dominicano está descontextualizada. O sacerdote católico surge na peça radiofónica como que representando a posição da Igreja ao mesmo tempo que dessacraliza a Bíblia. A frase, no meu entender, e na de alguns padres e teólogos com quem falei, não podia ser publicada fora de contexto, por se tratar, assim, de uma mentira.

Recordemos o caso clássico do Salmo 14, logo no versículo 1:
O insensato diz no seu coração: «Deus não existe!»
Escrever ou dizer que a Bíblia afirma que “Deus não existe” é precisamente fazer o mesmo que a Rádio Renascença fez.
Parece que esta ligeireza de tratamento de assuntos importantes pela Emissora Católica começa a revelar-se “imprudência”. E que deve ser corrigida.

Orlando de Carvalho


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