Como saudar um ano que está quase a entrar nas nossas vidas?
Ou seremos nós a entrar nele?
Com balões, fogo-de-artifício, abraços (mesmo àqueles que
andei a tramar neste ano em que ainda estou enquanto escrevo), repetir os
projectos e as intenções que formulo todos os anos, acrescentado dos que
estiverem na moda este ano?
Vou apoiar-me na experiência recente para compor um cenário
de futuro.
Quem prejudiquei em 2017, quem magoei? Pois todos os dias
magoamos alguém, sem nos darmos conta fazemos alguém chorar, e os primeiros são
tantas vezes os que mais amamos… perdão Ana. Quero ser mais paciente, como São
Paulo pede na Epístola deste dia. Menos eu. Não em 2018, mas sempre.
Quero recordar os momentos menos bons, as doenças, os
acidentes, as desavenças que aconteceram com aqueles que mais amo e também com
os outros. As dores dos que passam fome, dos que são abusados, dos que vivem e
morrem na guerra. Misericórdia, ó Deus, misericórdia. Amigos com cancro, amigos
com doenças que nem enuncio, mas que podem doer ainda mais, porque são pessoas
que residem dentro do meu coração.
Rezo pelos que me desdenham. O Senhor seja misericordioso.
Dou graças pelos favores divinos. Em primeiro lugar a dádiva
da Vida. A vida dos que vão chegando a este mundo, a vida que brota do amor e
do parto, a vida dos que chegam à minha vida e entram na minha vida, pela
amizade e pelo amor, a vida de todos os que continuam vivos e no meu convívio,
a vida dos que partiram para o Céu.
Cito Francisco Inocêncio, saúde e trabalho, patrão e clientes,
mas principalmente paz e caridade de brota tudo o mais.
Olhei para 2017 e já sei o que quero para 2018. Verdade,
honestidade, solidariedade – não as palavras do costume, essas ficam abolidas. Beijos
e abraços, apenas do coração, que exprimam partilha e amor. E gestos. Principalmente
gestos. De conversa inconsequente está o Inferno cheio.
A todos: O Senhor te abençoe e te proteja. O Senhor faça
brilhar sobre ti a sua face e te seja favorável. O Senhor volte para ti os seus
olhos e te conceda a paz. Ámen. (Num 22,24-25)
Orlando de Carvalho
Sem comentários:
Enviar um comentário