terça-feira, 20 de junho de 2017

Digital na família

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Há vários anos atrás, o padre Rego contava a história de uma aldeia onde a bicicleta chegara pela primeira vez. Num Domingo de manhã. A miudagem correu atrás da novidade, também os homens e finalmente as mulheres. Conclusão: o padre ficou sozinho na igreja para a celebração da missa. Rapidamente o sacerdote fez saber que a bicicleta era obra do diabo e que quem a usasse ou fosse atrás dela seria excomungado.

Fazia sentido, há alguns anos, falar da evolução da família: as pessoas tinham deixado de se sentar em círculo para conviver à refeição para se sentarem em U, com a televisão no centro das atenções.

Hoje correm suficientes anedotas sobre computadores e telemóveis a ocupar a centralidade quando a família se reúne à refeição, em casa ou no restaurante, sabendo todos nós que muitas vezes é a única ocasião em que se reúne.

As anedotas e os muitos artigos educativos não têm conduzido a resultados benéficos, nem para as famílias, nem para as crianças e jovens.

Fala-se agora do jogo da Baleia Azul, ninguém sabe do que se trata, mas se os pais perguntarem aos filhos, muitos saberão. Muitos pais nem necessitam perguntar, tal é a certeza que eles têm que o seu filho não é desses.

Há crianças e jovens, pelo mundo fora, normalmente pelo mundo civilizado, rico e com bom nível de vida, a passar por sofrimento, morte, abusos sexuais e de outros tipos. Os pais infelizmente só se apercebem, quase sempre, quando são contactados pelas autoridades ou pelos serviços de emergência médica. A Baleia Azul não é a pior coisa – pelo menos por agora – porque infelizmente há demasiado tempo as crianças

e jovens vêm sendo corrompidos perante a passividade dos pais.

Como não se pode salvar o mundo todo de uma só vez – aliás, só Jesus salva! – deixamos uma sugestão para pais e educadores:

- Televisão no quarto, com livre acesso e porta fechada: nem pensar!

- Computador no quarto com acesso à Internet, ou em qualquer local da casa: só controlado. Se os pais não sabem como controlar, peçam ajuda especializada em informática.

- Telefones no quarto à noite? Para quê?

Estas coisas não são negociáveis, nem resolvem os problemas, mas podem ser um notável ponto de partida, em especial se ocorrerem com outra medida, essa salvadora:

- Oração em família, todos os dias, à noite, ou consoante as especificidades de cada família.

Orlando de Carvalho

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