quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Porque se esvaziam as igrejas?

Quando um padre ou bispo nao sabe nada ou quase nada sobre de onde veio, para onde vai, o que é essencial a fazer e o que não é, limita-se a fazer procissões, ameaças de castigos, e repetir cantos e orações prefabricadas por pessoas pouco adestradas racionalmente, devido à falta de dedicação aos estudos das ciências modernas.
Basta ver as igrejas se esvasiarem ... ninguem aguenta mais ouvir a homilia dos padres repetirem a mesma coisa como se o mundo
tivesse parado em Adão e Eva, Santo Agostinho ou Sao Tomás de Aquino ou um Sao Paulo que se intromete mais ns vida psrticular das pessoas que o próprio Cristo....


Cónego Abílio de Vasconcelos

10 comentários:

  1. Onde é que se ouvem homilias sobre Adão e Eva, Santo Agostinho, São Tomás de Aquino ou São Paulo? O que se ouve é apenas a falar em amor, felicidade e num mundo melhor.
    As igrejas esvaziam-se por precisamente darem às pessoas o mesmo que o mundo lhes dá.

    Estão as crianças, jovens, jovens casais sem receber a transmissão da Fé, sem lhes falarem de Adão e Eva, Santo Agostinho, São Tomás de Aquino, das instruções de São Paulo e quer-nos fazer crer que é por causa de se falar muito daquilo que não se fala é que as igrejas se esvaziam?

    A observação sobre São Paulo é lamentável, para além de sugerir que São Paulo e a Sagrada Escritura podem então estar errados parece sugerir que devemos ter um Cristo que não entra na vida particular das pessoas. Devemos ter apenas um Cristo conselheiro e não Cristo Rei?

    Sem sabermos sobre Adão e Eva como nos podemos maravilhar com Nossa Senhora cheia de Graça?

    É lamentável o Cónego Abílio de Vasconcelos querer desbaratar o tesouro que nós mais jovens não recebemos.

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    1. Viva Francisco e obrigado pelo seu comentário.
      Imagina a falta de sentido para uma pessoa com 60 anos ir à missa ouvir a Sagrada Leitura e a seguir um comentário que - ao contrário das instruções da Santa Mãe Igreja . em vez de actualizar a leitura escutada, isto é, explicar de que modo aquelas coisas continuam a acontecer hoje nas nossas vidas e dar aos fiéis ferramentas para agirem de acordo com os sagrados ensinamentos, repetir uma mesma interpretação gramatical, histórica e socialógica, também nalguns casos, que em nada acrescenta ao que o fiel escuta desde há décadas?
      O Cónego Abílio chama a atenção para os padres que não sabem fazer homilias ou não as querem preparar que é pode ser pecado usar o templo sagrado para conversa de entreter. É isso mesmo que acontece numerosas vezes. Na homilia os fiéis querem receber indicações para as suas vidas e não lhes interessa saber se Adão e Eva foi um casal, se é uma metáfora e se refere a vários casais, ou... Querem saber, por exemplo, que Deus fez o homem, homem e mulher. Quando acontece as pessoas pecarem contra essa disposição de Deus. Quanto a São Paulo, temos de aprender com os seus erros. Lembra-se da triste figura que ele fez em Atenas? São Tomás de Aquino apresenta-nos uma visão aristotélica da Bíblia, mas não é isso que precisamos saber, pelo menos não é isso que temos de ouvir todos os anos, ou de 3 em 3 anos, na homilia daquele determinado Domingo.
      A Bíblia é de uma actualidade extraordinária e é pecado passar uma mensagem de que a Bíblia é uma coisa ligada apenas ao passado, que os santos, os mártires e os grandes teólogos são todos do passado. A Bíblia é de hoje, tem palavras de hoje para os homens e mulheres de hoje. Se o padre não for capaz de o transmitir na homilia, que se cale. (Vou publicar este último parágrafo como peça individual).

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    2. Obrigado pela sua explicação, nesse aspecto já é diferente, o seu último parágrafo transmite bem a ideia e é uma boa ideia. É um excelente auxilio se o padre tiver essa capacidade. De qualquer forma junto com a explicação prática para a nossa vida necessitamos de escutar a doutrina de sempre, que é sempre a mesma. Uma pessoa de 60 anos penso que também deve ficar feliz se escutar a mesma doutrina que lhe transmitiram quando era jovem, é sinal de estar a receber a mesma doutrina dos Apóstolos, o objectivo é termos a mesma Fé que eles. A capacidade que nos indica é boa mas não pode faltar também o que é sempre igual, e nós mais jovens não temos ouvido falar da doutrina de sempre nas homilias.

      Contudo penso haver aqui um ponto de partida que não está bem ao se ligar este aspecto da homilia com o facto das igrejas se esvaziarem. Penso que a ida à igreja não pode estar dependente de o que vou lá fazer e escutar ser para mim "interessante", de estar dependente do que o padre faz ou diz. Como nos diz pode ser um bom auxilio, mas não pode ser isso o factor que nos pode aproximar ou afastar.
      Penso que este é o problema de colocarmos a nossa felicidade como o valor mais alto. A ida à igreja faz-se porque queremos prestar culto a Deus e viver na Graça de Deus nos Sacramentos. Se as igrejas se esvaziam é porque se perdeu a ligação a Deus e nós nos tornamos no centro e destino. Acontece quando em vez da Graça se procura a felicidade e acontece quando a nossa vida se torna mais importante do que a Verdade e a Vida que existem para além da nossa existência aqui no mundo. Ao concentrar-nos em nós e na nossa felicidade estamos a construir a casa pelo telhado.

      A missa é culto a Deus, vem da virtude da religião, vem do desejo de darmos a Deus toda a honra e glória, do desejo da Graça de oferecermos com Cristo no Altar e nos alimentarmos do alimento da vida eterna, o centro de atenções da missa é Deus e não nós.

      Como nos dizem pode-se melhorar alguns aspectos e o que nos sugere para as homilias é um bom caminho, mas não vamos estancar ou alterar o esvaziamento das igrejas enquanto as pessoas não compreenderem a edificarem a casa pelo que é eterno, pela Verdade, pela Vida, pelo Bem que é o próprio Deus. Tudo isto é bom e justo independentemente de nós, da nossa existência, da nossa vida e felicidade, estas penso que vamos encontrar no telhado desta edificação. Ainda na edificação, nos alicerces encontra-se a Fé firme e esclarecida, mesmo que seja simples, mas que sabe e dá o assentimento ao que a Igreja sempre ensinou desde o tempo dos Apóstolos.

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    3. A Doutrina e a Fé não estão em causa quando se discutem métodos. São coisas totalmente diferentes.
      Como me ensinou um senhor, lá da aldeia, com a instrução primária, há muitos anos: Eu vou à missa por Deus, não pelo padre. Mas a fé como a desse homem simples, que já está junto de Deus, não abunda. É preciso conquistar o público. Jesus começou por curar os 10 leprosos e, ainda assim, só convenceu um. A função do padre não pode ser repetir o que as pessoas já ouviram e voltaram a ouvir. Essa é uma das novidades do Evangelho. A Palavra de Deus está sempre actual, mesmo a que foi proferida há milhares de anos, contudo não é uma cassette como as que os políticos, especialmente certos políticos, usam. Adapta-se ao público, vai ao encontro do público, de tal modo que chega a descer do Céu e entrar no nosso mundo pelo seio de uma mulher. O padre, ou qualquer evangelizador, não tem o direito de se julgar acima de Deus. Tem de se contorcer até onde for necessário para atingir sucesso para a sua pregação.

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    4. Sem conversão e chegarmos à Fé como a desse homem simples nenhum método resulta.
      O problema está aqui, estamos a cativar mas não a converter. Procuramos a felicidade e não a Graça de Deus.

      Os métodos têm de conseguir fazer aquilo que o Papa São João XXIII indicou no discurso de abertura do VII:
      Fim principal do Concílio: defesa e difusão da doutrina

      1. O que mais importa ao Concílio Ecumênico é o seguinte: que o depósito sagrado da doutrina cristã seja guardado e ensinado de forma mais eficaz.

      2. Essa doutrina abarca o homem inteiro, composto de alma e corpo, e a nós, peregrinos nesta terra, manda-nos tender para a pátria celeste.

      3. Isto mostra como é preciso ordenar a nossa vida mortal, de maneira que cumpramos os nossos deveres de cidadãos da terra e do céu, e consigamos deste modo o fim estabelecido por Deus. Quer dizer que todos os homens, tanto considerados individualmente como reunidos em sociedade, têm o dever de tender sem descanso, durante toda a vida, para a consecução dos bens celestiais, e de usarem só para este fim os bens terrenos sem que seu uso prejudique a eterna felicidade.

      4. O Senhor disse: « Procurai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça » (Mt 6, 33). Esta palavra « primeiro » exprime, antes de mais, em que direção devem mover-se os nossos pensamentos e as nossas forças; não devemos esquecer, porém, as outras palavras desta exortação do Senhor, isto é: « e todas estas coisas vos serão dadas por acréscimo » (Mt 6, 33). Na realidade, sempre existiram e existem ainda, na Igreja, os que, embora procurem com todas as forças praticar a perfeição evangélica, não se esquecem de ser úteis à sociedade. De fato, do seu exemplo de vida, constantemente praticado, e das suas iniciativas de caridade toma vigor e incremento o que há de mais alto e mais nobre na sociedade humana.

      5. Mas, para que esta doutrina atinja os múltiplos níveis da atividade humana, que se referem aos indivíduos, às famílias e à vida social, é necessário primeiramente que a Igreja não se aparte do patrimônio sagrado da verdade, recebido dos seus maiores; e, ao mesmo tempo, deve também olhar para o presente, para as novas condições e formas de vida introduzidas no mundo hodierno, que abriram novos caminhos ao apostolado católico.

      6. Por esta razão, a Igreja não assistiu indiferente ao admirável progresso das descobertas do gênero humano, e não lhes negou o justo apreço, mas, seguindo estes progressos, não deixa de avisar os homens para que, bem acima das coisas sensíveis, elevem os olhares para Deus, fonte de toda a sabedoria e beleza; e eles, aos quais foi dito: « Submetei a terra e dominai-a » (Gn 1, 28), não esqueçam o mandamento gravíssimo: « Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás » (Mt 4, 10; Lc 4, 8), para que não suceda que a fascinação efêmera das coisas visíveis impeça o verdadeiro progresso.


      Sem esta conversão que vive para Deus e para a felicidade no Céu nada resulta.

      Veja os manuais e os guias da catequese, procure estes 6 pontos e a conversão que vive para Deus e para a felicidade no Céu, não as encontra. O que se encontra é promessas de felicidade na terra.

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    5. Noto que o Francisco fala dos catecismos sem os conhecer. Aponte os erros dos catecismos para podermos falar

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    6. Dou dois exemplos rápidos, guia do 3º ano altura em que fazem a primeira comunhão e guia do 6º ano altura em que fazem a profissão de Fé. Só com uma boa capacidade e trabalho é que os catequistas conseguem transmitir a Fé e a doutrina.

      No guia do 3º ano é transmitida uma explicação da missa próxima do protestantismo, em que a missa é uma refeição que repete a Última Ceia. Também o dar-nos o Seu Corpo e Sangue não é explicado de que forma (simbólica, real?). Não são referidos os 4 fins da missa e em todo o conjunto não vemos o fazermos as coisas por Deus:

      pág. 248 os objectivos tornam a missa como refeição de acção de graças e memorial celebrativo da Última Ceia

      pág. 255 na Missa celebramos uma refeição...a refeição da Missa é como a refeição que Jesus fez com os seus discípulos nessa Última Ceia, antes de ser morto e ressuscitar.

      pág. 259 quando se podia explicar melhor, nada é dito sobre o sacrifício, torna tudo como uma vaga "entrega do Seu Corpo a Deus". Para logo a seguir se usar a palavra mesa em vez de Altar.

      pág. 260 Novamente é apenas acção de graças e "transformação" do pão e vinho no Corpo e Sangue. É indicado "a maior parte da Missa é para dar graças, louvar, bendizer a Deus" obscurecendo os outros 3 fins da missa.

      pág. 363 catequese 22 explicação do sacrifício na missa, as orientações estão bem mas são logo abandonadas às frente na prática

      pág. 372 quando finalmente se ia explicar o sacrifício na missa eis que no diálogo com as crianças se volta a reduzir tudo à Última Ceia

      pág. 373 novamente torna a missa em repetição da Última Ceia

      pág. 374 explicação de que "foi na Cruz que Jesus nos deu mesmo o Seu Corpo e o Seu Sangue" sem nunca referir a missa. É indicado que na Eucaristia é esse amor que nos dá, trocando o Senhor por um sentimento.

      pág. 403 "aprofundamento" da eucaristia mas volta a ficar por acção de graças

      pág. 463 lembrança dos 7 sacramentos, a eucaristia é alimento

      pág. 477 novamente torna a Última Ceia e a Eucaristia como sendo a mesma coisa

      pág. 480 torna a aclamação "vinde Senhor Jesus" como um pedido genérico para que "Ele venha a nós e ao mundo inteiro", isto altera completamente o sentido: esquece o pedido da vinda do Senhor no fim dos tempos e esquece que estando o Senhor já presente realmente no Altar porque estamos a pedir para vir?


      No guia do 6º ano:

      pág. 50 explicação da Incarnação ocultando com reticências a acção redentora, reduzindo Jesus a um mestre que apresentou uma forma de vida. A Vida e a Salvação reduzem-se a uma vida feliz no mundo.

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    7. pág. 480
      Estamos a pedir que venha a nós. De facto, nada nem ninguém me garantiu que o Senhor Jesus tenha vindo de facto a determinada pessoa presente naquela Eucaristia (ou há apenas uma?). Se uma pessoa está lá, mas não está, Jesus vai a ela? Ou não será que o "Vinde Senhor Jesus" seja uma declaração de disposição e dsponibilidade para receber Jesus?
      Na realidade, Jesus está presente, mas vai ser recebido dentro de instantes pelo fiel quando comungar. Neste momento da missa, anunciamos a morte, proclamamos a ressurreição e pedimos a Jesus para O recebermos na Comunhão. è isto que vem no catecismo. Não vou responder a tudo e abrir uma série infindável de itens, porque como alguém aludiu, não tenho assim tanta disponibilidade.

      pág. 50 - 6º ano
      Há várias reticências, não vejo a que se refere.
      Já em tempos referi que não ia continuar a dialogar com o Francisco sem saber quem é, ou ter alguma indicação. Percebo que é alguém que tem uma posição definida, muito definida, contra a Igreja. Tem um relatório de gralhas, ou interpretações que não consegue entender, prontas a usar para atacar a Igreja, e suponha que não tenha exposto as suas dúvidas à hierarquia, isto é, a quem lhe pudesse e soubesse responder. Ou milita em algum dos partidos que existem dentro da Igreja e a respeito dos quais o santo Padre tem, pedido oração a São Miguel e a Maria para defesa da Igreja, que somos todos.
      Não sei como se poderá manter este diálogo.

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    8. Pediu-me para apontar os erros e eu indiquei dois exemplos: explicação da missa próxima do protestantismo e Jesus apenas como mestre que dá uma forma de vida, onde a Vida e a Salvação são uma vida melhor no mundo.

      Não compreendo do que indiquei o que é que possa ser contra ou ataque à Igreja. Missa próxima do protestantismo e Vida e Salvação apenas como uma vida melhor no mundo é que me parece ser de outra Igreja.

      Contudo, se não tem disponibilidade e não acha útil manter o diálogo é livre de o fazer.

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  2. O Francisco é uma pessoa com muita disponibilidade...

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