sexta-feira, 25 de novembro de 2016

AO ENTRAR NO ADVENTO, RENOVEMOS A VIGILÂNCIA CRISTÃ



O Evangelista S. Mateus. O símbolo de Mateus Evangelista é um homem com asas ou anjo, aludindo ao facto de este Evangelho se iniciar com a genealogia de José e a Encarnação do Filho de Deus


A última Vinda de Jesus que proclamámos, nos últimos domingos do Ano Litúrgico, torna-se novamente presente, e ainda mais luminosa, ao começarmos o Advento em que celebramos a Sua Primeira Vinda, ao tomar a natureza humana e ao nascer, no Tempo e na História, da Virgem Maria.

O Advento é, antes de tudo, um olhar e uma tomada de consciência de que estamos caminhando para um futuro de plenitude que terá a sua realização com a parusia que manifestará a última Vinda de Jesus, no fim dos tempos. O Senhor virá e está vindo em cada momento da história e da nossa vida, para nos julgar a todos e a cada um, pelo bem e pelo mal, que tivermos escolhido. “A vinda do Filho do Homem será assim: Haverá então dois homens num Campo: um será tomado e outro deixado. Haverá duas mulheres a moer com a mó: uma será tomada e a outra deixada” (Mt 24, 39-40).

Porém, o Advento coloca-nos mais proximamente na recordação do acontecimento da Encarnação do Filho de Deus, na sua humildade e na sua grandeza de profunda transformação do homem e de toda a Criação, pelo dom do amor de Deus e da paz universal.

Na Encarnação de Jesus, realizam-se as profecias e as ânsias da História da Salvação, como hoje são expressas por Isaías: “De Sião é que há-de vir a lei e de Jerusalém a palavra do Senhor. Ele será O Juiz no meio das nações. Das espadas forjarão relhas de arado e das lanças farão foices. Não mais se há-de aprender a fazer guerra” (IS 2, 3-4).

Nesta humildade e nesta confiança no Senhor da paz é que devemos renovar a nossa direcção para a última vinda de Jesus e “revestir-nos” sempre mais d’Ele, no presente do dia-a-dia” (Rom 13, 14).

É no presente, pois, que temos que procurar mais o Senhor que vem e nos traz um novo Natal.

Neste presente, devemos crescer na confiança e também na vigilância sobre nós mesmos, como exorta Jesus: “Vigiai porque não sabeis o dia em que virá o Vosso Senhor” (Mt 24, 42). Uma das vindas de Jesus será a decisiva e essa será imprevisível. A vigilância é assim a atitude primeira que devemos renovar ao entrar no Advento, porque “a noite vai adiantada e o dia está próximo” (Rom 13, 12).              

Padre Manuel Gonçalves

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