Alguns teólogos têm apontado o Papa e Nossa Senhora como
causas da divisão entre católicos e protestantes.
O culto de Nossa Senhora deriva do reconhecimento da unidade
entre a humanidade e a divindade de Jesus na mesma pessoa, fazendo de Maria a
Mãe de Deus. Recusar a maternidade divina de Maria será recusar essa unidade em
Cristo. Recusar o poder de intercessão de Maria (e dos santos) é ignorar a
afirmação do Credo: Creio na comunhão dos santos.
O papa é necessário para fazer a comunhão entre os fiéis. A vivência
da mesma fé em diferentes culturas pode assumir diversas expressões, mas não deve
arriscar a negação daquilo em que se crê. O papel do papa é essa ligação entre
todos, ligação tão forte que seja comunhão. Ainda que a acção de determinado
papa possa ser posta em causa, Jesus não pode.
O Senhor declarou: Tu és Pedro.
Ora, Jesus não se referia ao pescador e Apóstolo Simão,
filho de Jonas. Tendo instituído Simão como Pedro, isto é, Pedra, Rocha, foi ao
cargo que Jesus se referiu. Jesus não afirma que edificará a Igreja sobre
Simão, mas sobre Pedro, isto é sobre a Pedra, isto é, o Instituto, ou a pessoa
que ocupa o cargo correspondente ao Instituto de ser a Rocha sobre a qual a
Igreja está alicerçada.
Temos que recordar os passos importantes dados por todos os
papas, a partir de São João XXIII, procurando a comunhão entre todos os
seguidores de Cristo, em direcção à Trindade Santíssima. E também devemos
entender que há um tempo de cisma e um tempo de reconciliação. É natural que ao
cisma se siga um extremar de posições que se consubstanciam numa espécie de
ódio ao irmão que é ou parece diferente. Passado esse tempo de conflito
emocional, que pode demorar meses ou anos ou séculos, se uma das partes der
passos ao encontro da outra, pode alcançar-se a reconciliação.
Na parábola, o filho pródigo volta a casa a reconciliar-se
com o pai misericordioso. Nos nossos dias, o pai, que neste caso é Pedro, tem
saído de casa, à procura do filho pródigo. Tem agido como bom pastor que vai
buscar a ovelha perdida e lhe pega ao colo e procura levá-la de novo ao
aconchego do lar. O papa tem sido e é chave da unidade pela qual Jesus Cristo
orou durante a primeira celebração da Eucaristia.
Pôr em causa esta missão que o Senhor confiou a Pedro, é
questionar o próprio Deus. Sejamos mansos e humildes de coração,
configuremo-nos ao Cordeiro.
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