sexta-feira, 15 de março de 2024

ORAÇÃO DO PAI NOSSO


 

 

A narrativa bíblica refere vários momentos em que Jesus reza, normalmente retira-se para rezar sozinho.

O que sabemos sobre as palavras de Jesus nas orações que dirige ao Pai, refere-se apenas às últimas horas antes de expirar. Concretamente durante a Última Ceia e depois durante a tortura a que Jesus é sujeito.

E estas palavras das últimas horas de Jesus têm para nós a maior importância, de tal modo que são a principal fonte para as celebrações litúrgicas.

O momento evangélico fundamental acerca da oração acontece quando os discípulos pedem a Jesus que os ensine a rezar, proporcionando o nascimento da principal oração dos cristãos, que conhecemos pelo nome que resulta das duas primeiras palavras: Pai nosso.

É provavelmente a “coisa” mais comum a mais confissões cristãs.

 

Recordo agora algo que me aconteceu há uns anos quando, não sei porquê, me começaram a aparecer Testemunhas de Jeová nos mais diversos lugares, na rua e se me dirigiam, além de me baterem à porta. Num desses momentos, lembro-me que aconteceu em Lisboa na Praça José Fontana. Dei uns minutos de conversa às duas ou três pessoas que me abordaram. Nessa altura da minha vida ainda pensava que os conseguia converter. Quando o meu tempo estava esgotado, amavelmente quis despedir-me com a bênção de Deus e convidei-os a rezarem comigo o Pai Nosso.

Recusaram em absoluto. Disseram que eles eram pessoas de oração, que não precisavam de rezar comigo, porque já rezavam. E rapidamente me viraram as costas. Noutra ocasião explicaram-me que Jesus não é Deus, é apenas um anjo. Logo, não são cristãos. A situação do Pai Nosso repetiu-se noutra abordagem que me fizeram e percebi que bastava convidá-los a rezar o Pai Nosso para me deixarem em paz e seguirem o seu caminho. E felizmente deixaram de me abordar. Reparo que de um modo geral deixaram as abordagens às pessoas e substituíram-nas por estantes móveis na via pública à espera que sejam os passantes a abordá-los.

Soube depois que não aceitam a oração que Jesus ensinou como para ser recitada dessa maneira, mas entendem-na como um conjunto de orientações para orar e que eles seguem para orar. Não comento, fico pelos factos.

 

Dentro da Igreja, o Pai Nosso, especialmente recitado ou cantado na Eucaristia, é também um dos maiores motivos de divisão. Não que a oração dominical seja divisionária, mas a intolerância e maledicência das pessoas que a rezam. Ao dirigirem-se ao Pai comum a todos nós, como manifestação desse sentimento, em muitas comunidades, a começar pelas de crianças, os fiéis dão as mãos, como irmãos.

Logo surgiram liturgistas fariseus e irmãos intolerantes para criticar o gesto que tirava valor à oração ensinada por Jesus, que era uma falta de respeito.

 

Em certa altura, enviei ao padre Manuel Gonçalves, entretanto falecido, um vídeo em que rezavam o Pai Nosso em aramaico, a língua que Jesus falava. Ora, o padre Manuel foi professor de Bíblia, e sabia e ensinava grego clássico e aramaico. Viu e ouviu o vídeo que lhe enviei e passou por um momento de emoção excepcional. Nas suas palavras:

- Ouvir o Pai Nosso, nas próprias palavras que Jesus usou… foi um momento alto, senhor Orlando. Estou-lhe muito grato.

 

 Pai Nosso em aramaico:

 


Fonte: Youtube



 

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