sexta-feira, 29 de maio de 2020

Ainda sobre a Nova Evangelização


Deus revelou a Adão, Noé e Abraão qual o tipo de conduta que esperava e exigia ao homem: justiça e honestidade.
A Moisés, Deus revela a plenitude da Lei. Ou, pelo menos, aquela que foi tomada na altura como a sua plenitude.
De facto, a plenitude realiza-se com Jesus Cristo, que não vem alterar a lei de Moisés nem dos Patriarcas, mas completá-la, conforme as suas próprias palavras. Esta lei completada constitui a Boa Nova ou Evangelho.
Jesus mandou aos seus seguidores que a proclamassem em toda a parte e para sempre. É a esta proclamação do Evangelho que chamamos Evangelização.
Tal como o povo escolhido para celebrar a Antiga Aliança, os hebreus, esqueceu diversas vezes o cumprimento dessa mesma Aliança, assim também os cristãos, com quem Deus celebrou a Nova e Eterna Aliança.
Assim pois, tal como antes Deus suscitara profetas no meio do seu povo, agora Deus suscita entre o seu povo missionários para evangelizarem os que não conhecem a lei e aqueles a quem eu chamo Novos-evangelizadores e que evangelizam aqueles que já conhecem a lei mas, tal como antigamente os hebreus, dEla estão esquecidos.
Penso em Francisco de Assis e Domingos de Gusmão que em determinada altura chamaram para o seio da Igreja as seitas então florescentes e moralizaram a própria hierarquia da Igreja. Penso no Padre Cruz que numa sociedade que se dizia ateia e excluía e ridicularizava o clero e a Igreja, e os fiéis de um modo geral, chamou com êxito os homens à conversão. Penso em Paulo VI e João Paulo II que na sociedade consumista e materialista também proclamaram a Nova Evangelização como cruzada do século XX.

Orlando de Carvalho e Ana Luísa Carvalho


terça-feira, 26 de maio de 2020

Repete-se Milagre em Roma 498 anos depois





Em 27 de Março, o número de mortos pelo coronavírus em Itália atingiu o máximo.
Nesse dia o Papa rezou com todo o mundo, acompanhado da imagem que em 1522 terá auxiliado os romanos a livrarem-se da peste. 
A partir de 27 de Março, aconteceu o mesmo que em 1522. Itália no bom caminho, ao confiar-se na misericórdia divina.



Fonte:
Investigação feita pelo padre John LoCoco e publicada no Twitter
Pe. LoCoco

Orlando de Carvalho

segunda-feira, 25 de maio de 2020

LITURGIA apontamentos 6


A oração, de modo especial a oração presidencial, estrutura-se em quatro partes. Estas podem estar mais ou menos explícitas ou haver mesmo alguma omissão.

1.    Invocação
a.    Invocamos ou chamamos aquele a quem se dirige a oração
2.    Evocação ou anamnese
a.    Trazer à memória algum argumento para a oração, muitas vezes um “elogio” ao que foi invocado
3.    Súplica ou epiclese 
a.    É feito um pedido, ou súplica, de uma graça. Muitas vezes, este é o motivo da oração. A epiclese é o pedido da descida do Espírito Santo para que, por Ele, se realize o que pedimos.
4.    Conclusão
a.    Normalmente, na oração dirigida ao Pai: Por Nosso Senhor Jesus Cristo, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Esta fórmula mais geral pode ser simplificada ou modificada, consoante as circunstâncias. Por exemplo: Isto, nós Vos pedimos por intercessão da Virgem Maria, Mãe de Vosso Filho Jesus Cristo.

Exemplifiquemos com a Oração Pós-Comunhão do Domingo VI da Páscoa, onde se identificam facilmente as quatro partes.

·         Senhor Deus todo-poderoso,
·         que em Cristo ressuscitado nos renovais para a vida eterna,
·         multiplicai em nós os frutos do sacramento pascal
e infundi em nossos corações a força do alimento que nos salva.
·         Por Nosso Senhor.

Também na oração fora da liturgia oficial, seja individual ou de um grupo, pode ser proveitoso tentar seguir este esquema, pois muitas vezes o fiel tem dificuldade em dizer o que quer, ou mesmo em saber o que quer dizer.
Vejamos em esquema:

Ó Deus infinitamente bom
Que nunca esqueceis os pobres e sofredores
Enviai-nos o Consolador para curar as nossas feridas
Isto vos pedimos por intercessão de vosso Filho Jesus Cristo, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Exercício
Procure no missal dominical orações e tente dividi-las segundo este esquema, sabendo que a correspondência nem sempre existe ou é fácil de identificar.

Orlando de Carvalho

LITURGIA apontamentos 7


O salmo e os salmistas

Distinguimos três partes principais na Liturgia da Palavra.
·         Leitura
·         Salmo
·         Oração
O tempo de leitura é o tempo em que Deus fala e a assembleia escuta.
Durante o salmo, os salmos são poemas pensados para serem cantados, continua o tempo de escuta, mas inclui já uma resposta da assembleia.
Na oração, o sujeito que fala é a assembleia, como conjunto de fiéis que em uníssono se dirigem a Deus.
Os salmos estão contidos no Livro dos Salmos, são portanto parte integrante da Sagrada Escritura. São 150, os salmos. Um judeu médio do tempo de Jesus deveria saber cantar todos os salmos. Jesus morre na cruz a cantar um salmo 22.

“Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?”

Entendido por muitos como um momento de desespero do Senhor, naquela hora, é pelo contrário, o depósito de uma confiança absoluta no Pai, porque o salmo termina assim:

“O Senhor far-me-á viver para Ele,
a minha descendência O servirá,
falará do Senhor à geração futura,
contará a sua justiça ao povo que vai nascer:
é obra do Senhor!”

O leccionário contém as leituras e necessariamente os salmos que são proclamados, que são também leituras da Bíblia. Normalmente são seleccionados apenas alguns versículos dos salmos, que estão em relação com as leituras que se fazem.

O salmo não é uma canção que se cante em qualquer altura. Na liturgia da palavra, o Salmo tem identidade própria e é proclamado ou cantado no momento próprio e não é substituído por outras canções.

O Livro dos Salmos foi uma das principais bases para a oração dos judeus. E continua a ser.
Os judeus começavam a aprender muito cedo as Sagradas Escrituras e a decorar alguns textos. Os rapazes, a partir dos 12 anos, contraíam obrigações religiosas, diante de Deus e da comunidade, como adultos.
Aqui descobrimos a motivação do episódio da ida de Jesus com os pais a Jerusalém com a idade de 12 anos, a sua maioridade religiosa.

O salmo pode ser declamado ou cantado por uma pessoa, o salmista (este m. Outra variante, a que se utiliza na Liturgia das Horas, é cantar o salmo em dois coros que se alternam. Na missa utilizamos o canto responsorial. A assembleia responde com um refrão a cada versículo ou versículos do salmista.
É necessário que o salmista realize o seu ministério de forma digna e com proveito para a assembleia que o escuta, salmodiar é uma arte. O salmista competente é excelente a salmodiar, dotado de pronúncia correcta e dicção perfeita.

Orlando de Carvalho

sábado, 23 de maio de 2020

LITURGIA apontamentos 5


Rito e símbolo

Podemos dizer que o rito é um gesto simbólico e repetitivo que insere o indivíduo no grupo.

Símbolo é um gesto que contém em si outro gesto. A aliança, objecto que os casados usam no dedo é o símbolo de um outro gesto, a aliança ou contrato de casamento entre eles.

O rito tem de ser repetitivo porque não pode estar constantemente a ser inventado, uma vez que acabaria por impedir a participação colectiva das pessoas que não conheciam a nova versão do rito.

Cuidado com os inimigos da liturgia.
Em primeiro lugar surge a experiência que pode levar à realização dos actos litúrgicos guiados pela prática e esquecendo ou pondo de parte o significativo.
Outro grande inimigo da liturgia é a ignorância, sob a qual se faz, mas não se sabe o que se está a fazer. Esta ignorância, significa que as pessoas não sabem o que estão a fazer e isto faz com que invente outros sinais.
Isto é um perigo porque a liturgia é uma linguagem gestual. Gestos diferentes têm significados diferentes.

Os sacramentos devem ser recebidos devotamente, mas não dependem na devoção dos intervenientes.

Os ministros das acções sagradas fomentam e realizam a celebração a celebração de todos os irmãos.
O ministro serve a assembleia e a assembleia celebra.

A celebração tem dois elementos estruturantes: a Palavra e o Rito.
A Palavra dirige-se ao entendimento.
O Rito também é uma palavra e dirige-se ao afecto, à emoção.
O Rito é mais rico que a Palavra como elemento de comunicação.
Mas é a Palavra que dá significado ao Rito. O Rito sem Palavra pode ser deturpado ou perder o significado.

Na imposição da mitra, na Idade Média, as palavras que acompanhavam a imposição eram:
- Recebe esta mitra em forma de cornos para meteres medo aos inimigos da fé.

A palavra pode ser enriquecida na sua capacidade significativa quando cantada com melodia apropriada. O músico cristão, depois de ler o texto e o compreender e captar as ideias e emoções, se for capaz, traduz isso em música. Tal como acontece na pintura. Os intervenientes, cantando esse texto, poderão ter maior facilidade em entrar na profundidade do texto.
Os cânticos utilizados na liturgia, texto e música, devem ser cuidados para não anularem o significado do que se está a celebrar.

Orlando de Carvalho