O primeiro documento que emanou do Concílio Ecuménico Vaticano II foi a Constituição sobre a Sagrada Liturgia, em latim, Sacrossantum Concilium, abreviado geralmente como SC.
Deitamos um olhar passageiro sobre este importante documento da Igreja.
Do número 7
Qualquer celebração litúrgica é, por ser obra de Cristo sacerdote e do seu Corpo que é a Igreja, acção sagrada por excelência.
Cristo está sempre presente na sua igreja, especialmente nas acções litúrgicas.
Está presente com o seu dinamismo nos Sacramentos, de modo que, quando alguém baptiza, é o próprio Cristo que baptiza (21). Está presente na sua palavra, pois é Ele que fala ao ser lida na Igreja a Sagrada Escritura. Está presente, enfim, quando a Igreja reza e canta, Ele que prometeu: «Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles» (Mt. 18,20).
Na Liturgia, o Corpo Místico de Jesus Cristo - cabeça e membros - presta a Deus o culto público integral.
Do número 33
Embora a sagrada Liturgia seja principalmente culto da majestade divina, é também abundante fonte de instrução para o povo fiel. Efectivamente, na Liturgia Deus fala ao Seu povo, e Cristo continua a anunciar o Evangelho. Por seu lado, o povo responde a Deus com o canto e a oração.
Do número 10
Contudo, a Liturgia é simultaneamente a meta para a qual se encaminha a acção da Igreja e a fonte de onde promana toda a sua força. Na verdade, o trabalho apostólico ordena-se a conseguir que todos os que se tornaram filhos de Deus pela fé e pelo Baptismo se reúnam em assembleia para louvar a Deus no meio da Igreja, participem no Sacrifício e comam a Ceia do Senhor.
Finalmente do número 14
É desejo ardente na mãe Igreja que todos os fiéis cheguem àquela plena, consciente e activa participação nas celebrações litúrgicas que a própria natureza da Liturgia exige e que é, por força do Baptismo, um direito e um dever do povo cristão, «raça escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido» (1 Ped. 2,9; cfr. 2, 4-5).
Aprender Liturgia
Aprende-se a andar, a andar de bicicleta, a falar, a amar, andando, andando de bicicleta, falando, amando, é fazendo que se aprende. O mesmo se passa na Liturgia.
Não basta ensinar Liturgia, é preciso vivê-la. A melhor iniciação à participação na Eucaristia é participando nela.
Catequese
A Liturgia é uma fonte inesgotável de Catequese, que fala aos sentidos e à inteligência. Esta participação é acção e não apenas lição. Torna-se necessário que a Catequese seja capaz de preparar para participação pessoal e comunitária na Liturgia, em retorno, as celebrações fazem-se fontes de vida eclesial para os catequizandos (adaptado de documento dos Bispos italianos).
Orlando de Carvalho