terça-feira, 30 de junho de 2020

Olhando a Constituição sobre a Sagrada Liturgia



Esta gravura de um catecismo pré-conciliar, e desactualizada, transmite a ideia do papel da Liturgia na vida da Igreja, que continua a ser a mesma, neste século.


O primeiro documento que emanou do Concílio Ecuménico Vaticano II foi a Constituição sobre a Sagrada Liturgia, em latim, Sacrossantum Concilium, abreviado geralmente como SC.

Deitamos um olhar passageiro sobre este importante documento da Igreja.

 

Do número 7

 

Qualquer celebração litúrgica é, por ser obra de Cristo sacerdote e do seu Corpo que é a Igreja, acção sagrada por excelência.

 

Cristo está sempre presente na sua igreja, especialmente nas acções litúrgicas.

 

Está presente com o seu dinamismo nos Sacramentos, de modo que, quando alguém baptiza, é o próprio Cristo que baptiza (21). Está presente na sua palavra, pois é Ele que fala ao ser lida na Igreja a Sagrada Escritura. Está presente, enfim, quando a Igreja reza e canta, Ele que prometeu: «Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles» (Mt. 18,20).

 

Na Liturgia, o Corpo Místico de Jesus Cristo - cabeça e membros - presta a Deus o culto público integral.

 

Do número 33

 

Embora a sagrada Liturgia seja principalmente culto da majestade divina, é também abundante fonte de instrução para o povo fiel. Efectivamente, na Liturgia Deus fala ao Seu povo, e Cristo continua a anunciar o Evangelho. Por seu lado, o povo responde a Deus com o canto e a oração.

 

Do número 10

 

Contudo, a Liturgia é simultaneamente a meta para a qual se encaminha a acção da Igreja e a fonte de onde promana toda a sua força. Na verdade, o trabalho apostólico ordena-se a conseguir que todos os que se tornaram filhos de Deus pela fé e pelo Baptismo se reúnam em assembleia para louvar a Deus no meio da Igreja, participem no Sacrifício e comam a Ceia do Senhor.

 

Finalmente do número 14

 

É desejo ardente na mãe Igreja que todos os fiéis cheguem àquela plena, consciente e activa participação nas celebrações litúrgicas que a própria natureza da Liturgia exige e que é, por força do Baptismo, um direito e um dever do povo cristão, «raça escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido» (1 Ped. 2,9; cfr. 2, 4-5).

 

Aprender Liturgia

 

Aprende-se a andar, a andar de bicicleta, a falar, a amar, andando, andando de bicicleta, falando, amando, é fazendo que se aprende. O mesmo se passa na Liturgia.

Não basta ensinar Liturgia, é preciso vivê-la. A melhor iniciação à participação na Eucaristia é participando nela.

 

Catequese

 

A Liturgia é uma fonte inesgotável de Catequese, que fala aos sentidos e à inteligência. Esta participação é acção e não apenas lição. Torna-se necessário que a Catequese seja capaz de preparar para participação pessoal e comunitária na Liturgia, em retorno, as celebrações fazem-se fontes de vida eclesial para os catequizandos (adaptado de documento dos Bispos italianos).

 

Orlando de Carvalho

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